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Arquivo para a categoria ‘Coro da Achada’

 

Sete e sete são catorze

6 de Outubro de 2023

14.º aniversário da Casa da Achada – Centro Mário Dionísio

Foram quatro dias de aniversário, entre 29 de Setembro e 2 de Outubro.

Tinha de ser, era preciso dedicá-los a Eduarda Dionísio, fundadora da Casa e impulsionadora principal do Centro Mário Dionísio, este arquivo vivo que uma associação cultural sem fins lucrativos põe em relação com o mundo e a sociedade de hoje. Preservando para divulgar, divulgando para dar a conhecer, dando a conhecer para estimular curiosidades, reflexões, estudos, acções. Um projecto de memória viva que ela pôs em movimento.

Claro que não era ocasião para grande festa. A tristeza imensa da morte de Eduarda Dionísio, em Maio passado, passou por aqui. Mas passou também uma quantidade enorme de amigos e amigas, de gente curiosa, de pessoas que quiseram ver uma nova exposição dedicada à Eduarda ou que quiseram homenageá-la em palavras e acções, ou simplesmente com a sua presença. Alguns amigos vieram de longe, de França, de Itália, do Porto, do Algarve… Para fazer tudo isto e dar força à Casa da Achada. Muitos novos amigos se fizeram. Estiveram à venda edições do Centro, mas também se venderam muitos livros da Eduarda que aqui tínhamos (e alguns ainda temos).

Na sexta 29, às 18h30, passaram-se dois filmes: um discurso inspirador de Eduarda Dionísio na abertura da Casa da Achada, em 2009 (sim, já passaram 14 anos!), em que ela conta como só foi possível pôr esta casa de pé com o trabalho de muitas pessoas e com a criação de condições para o seu arranque («Vamos vendo. Uma coisa assim depende de tanta, tanta coisa»); e, depois, um filme muito recente de estudantes de cinema, com realização de Nuno Cintra, com uma visão deles do que é hoje a Casa da Achada. Um filme dedicado também a Eduarda Dionísio. Antes dos filmes, Pedro Rodrigues e Rubina Oliveira falaram do sentido desta Casa e da programação deste aniversário. No fim dos filmes, houve tempo para beber um copo de moscatel e comer uma fatia de bolo que a Susana Baeta fez, tudo ao som de Jacinto Lucas Pires, que trouxe uma canção especial para a Eduarda.

No sábado, depois de um almoço calmo com vários amigos vindos de fora, muita gente passou por cá à tarde para a inauguração da exposição Eduarda Dionísio – materiais do arquivo Mário Dionísio – Maria Letícia, uma exposição feita com documentos existentes no arquivo, incluindo fotografias, livros, pinturas, gravuras, artes gráficas, textos e cartas, jornais e revistas em que a Eduarda escreveu. Exposição feita com pouco tempo e grande empenho de um colectivo formado para a ocasião.

A exposição foi apresentada por Diana Dionísio, e depois falaram alguns dos participantes na elaboração e montagem da exposição, entre os quais Cristina Reis, amiga de sempre de Eduarda Dionísio, que teve um papel importante na sua concepção e realização. Depois foi a vez de Catherine Dumas e Adelino Gomes falarem de Eduarda Dionísio e do que viram nesta exposição. Coisas que sabiam, mas também coisas que desconheciam e descobriram aqui. Intervenções quentes, de gente que não escondeu a sua admiração pela amiga, a escritora, a professora, a pintora, a amadora das artes gráficas, a fazedora, a crítica, a actriz, a dramaturga, a dinamizadora de projectos de intervenção cultural invulgares. Eduarda!

Ao fim da tarde apresentou-se o primeiro número dos Cadernos Pequenos, uma série de livrinhos com intervenções feitas na Casa da Achada (ou noutros lugares, por iniciativa da Casa). Esteve presente Luís Bigotte Chorão (autor da sessão que deu origem ao 1.º Caderno, sobre o segundo volume de Passageiro clandestino) e outras pessoas curiosas pela vida e obra de Mário Dionísio, e por isso a conversa fluiu naturalmente no jardim interior, à volta de Mário e da sua filha Eduarda, sobretudo, mas também de Maria Letícia Clemente da Silva. Em Outubro sairá já o Cadernos Pequenos n.º 2.

No Domingo dia 1 de Outubro, de manhã, às 11h, houve uma oficina bem concorrida, com mais de uma dúzia de participantes. A proposta de Regina Guimarães era encontrar “palavras que têm palavras dentro” e inventar palavras novas. Foi bonito ver tanta animação e debate à volta das palavras. E ver palavras novas a emergir de um mar de inquietações.

Depois do almoço (quase todos os oficinantes ficaram para comer), o coro cantou, lá dentro, na Zona Pública. Meia hora de canções intercaladas com pequenos textos de Eduarda Dionísio. A festa continuou lá fora, no terreno em frente da Casa, com a apresentação do Retrato(s) duma amiga, um caderno dedicado a Eduarda Dionísio com participações de dezenas de pessoas que fizeram artes gráficas ou escreveram textos e enviaram (algumas de longe) para a Casa da Achada. E depois houve tempo para intervenções de quem quisesse. Muita gente foi ao microfone dizer de sua justiça, da “sua” Eduarda. Com pessoas a emocionarem-se, tinha de ser.

Na segunda-feira dia 2, depois da habitual leitura d’A Paleta e o Mundo (há 14 anos que prossegue), houve à noite um filme muito especial com a presença do realizador: António José Martins. Ele veio apresentar o filme que realizou para a RTP – «Grande Plano de Eduarda Dionísio», um belo filme com a Eduarda ao centro, falando de si própria, das suas ideias, interesses e fazeres, e de tudo o que até 1988 tinha feito. Uma espécie de entrevista (quase) sem perguntas, que uma sala cheia ouviu com espanto. Que espantosa, esta Eduarda!

PS:

A Diana Dionísio escreveu uns versos para agradecer tantos amigos e fazedores que tornaram este aniversário possível e lhe deram sentido. Aqui ficam:

PARABÉNS
parabéns por estes catorze a quem
por aqui tem andado, feito, passado, presente
tem sugerido, transformado, dado alento
e em especial, neste 14º aniversário:


a quem anunciou a cada um
que queríamos encontrar-nos não tarda
a quem pediu e deu contribuições
para um caderno para a Eduarda


a quem inventou um programa
com conversas e sessões
a quem telefonou e foi buscar
livros, pessoas ou limões


a quem imaginou e opinou
a quem arriscou e decidiu
a quem depois de escolher o papel
digitalizou, paginou e imprimiu


a quem escolheu documentos
para uma exposição especial
a quem caminhou desde as listas
até à arte final


a quem viu e reviu
fez passes-partouts e deu boleias
a quem pôs a mesa
ferrou as chaves e juntou ideias


a quem fez trabalho de sapa
à frente dum computador
a quem fez trabalho braçal
até escorrer suor


a quem escolheu a palavra certa
a quem mexeu muito bem a massa
a quem chegou atrasado
e substituiu quem queria ir p’ra casa


a quem transportou quadros
e re-arrumou armários
a quem por causa destes dias
baralhou os seus horários


a quem  montou bancas
fez folhas de caixa, pintou letreiros
a quem pensou em quantidades
com as qualidades sempre primeiro


a quem veio de longe
a quem veio do quintal
a quem não pôde vir
mas enviou um sinal


a quem segurou escadotes
e a quem a eles trepou
a quem arrancou camarões
a quem os buracos tapou


a quem procurou legendas
no mundo dos envelopes
a quem teve pachorra
até à fase dos retoques


a quem prendeu a anoneira com fio
para que os ramos não se partissem
e os seus frutos não chorassem
como numa fábula de Da Vinci


a quem fez camas e aspirou o chão
lavou cozinhas e casas-de-banho
a quem abriu abraços aos nossos
amigos fora do rebanho


a quem amassou, cortou ou transportou
bolos de amêndoa, bolinhas de alheira
a quem encomendou, gelou ou serviu
cerveja e vinho, gelo e groselha


a quem lavou a loiça
a quem fez os cartazes
a quem provou que de falar com outros
todos somos capazes


a quem girou chaves e manivelas
para abrir grades e guarda-sóis
a quem encheu o espaço com palavras
e o tempo com sustenidos bemóis


a quem registou Amigos
ou vendeu livros ao balcão
a quem arrastou as sombras
pra evitar uma insolação


a quem pôs ilhozes na lona
que p’ra pendurar precisou de anilhas
ou foi buscar molas para pendurar panos
é preciso criar os dias


a quem esteve na sexta
sala cheia de coração
a quem encheu no sábado
apesar da manif da habitação


a quem fez todo aquele domingo
com cantos, comidas e tempo para dizer  
a quem esteve na segunda-feira
porque quer mesmo saber


a quem fotografou e filmou
a quem deu uma mão não programada
a quem voltou a arrumar as cadeiras
e apanhou as beatas da Rua da Achada


a quem contou as entradas
e fez conta das saídas
a quem desentupiu o ralo
e cuidou das despedidas


a quem depois destes dias
que nos deram novas pistas
quer ver se faz sentido fazer
a Casa da Achada nesta terra de turistas

 

Fronteiras de resistência – notícia de uma viagem a Cambedo da Raia

30 de Dezembro de 2021

Nos dias 18 e 19 de Dezembro de 2021 o coro da Achada deslocou-se a Cambedo da Raia (concelho de Chaves) e a Campobecerros, terras de fronteira onde se homenagearam resistentes aos fascismos ibéricos. A história oficial repete que os vizinhos de Cambedo abrigaram criminosos. Ali ouviu-se uma história bem diferente.

O coro deslocou-se de autocarro, transporte garantido pelo Museu do Aljube, que se associou às duas acções de homenagem organizadas por Paula Godinho, antropóloga da Universidade Nova que realizou trabalhos de investigação naquela região durante vários anos. O fim-de-semana foi organizado em colaboração com várias pessoas e entidades interessadas na memória histórica da resistência anti-franquista e anti-salazarista, do lado de cá e do lado de lá da fronteira. Eram antropólogos, arqueólogos, historiadores, membros de movimentos cívicos e grupos políticos, associações locais e museus, de associações e grupos musicais, amigos e amigas dos dois lados da raia.

No dia 18 realizou-se no centro da aldeia de Cambedo da Raia um acto de homenagem aos “vizinhos de Cambedo”, terra que albergou resistentes anti-fascistas e que foi atacada violentamente (e bombardeada!) por uma acção conjunta da Guardia Civil, do exército e da GNR portuguesa (com a colaboração da PIDE). Dois dos resistentes foram assassinados. Um terceiro foi preso e enviado para o campo do Tarrafal, em Cabo Verde. Isto aconteceu em 1946, bem depois do fim da Guerra Civil Espanhola e já terminada a Segunda Guerra Mundial.

Cambedo servia de apoio a vários refugiados e guerrilheiros galegos que se opunham às forças franquistas e procuravam escapar aos fuzilamentos, ao terror e à repressão. No entanto, muitos deles eram descritos pelas autoridades simplesmente como malfeitores, criminosos ou contrabandistas. A «Guerra do Cambedo», em que habitações foram destruídas, pessoas feridas e dois guerrilheiros mortos, foi encoberta pela censura.

A GNR e a PIDE farão dezenas de detenções na região, prendendo famílias inteiras, acusadas de acolher «bandos de malfeitores». No dia 21 de dezembro de 1946, há 75 anos, estavam refugiados em Cambedo três guerrilheiros galegos: Demetrio García Alvarez, Juan Salgado Ribero e Bernardino Garcia y Garcia.

A repressão feroz foi lembrada nesta ocasião, ao mesmo tempo que foi elogiada a coragem e a solidariedade dos vizinhos de Cambedo que esconderam e ajudaram os perseguidos pelos regimes totalitários português e espanhol. Houve pequenos discursos de organizações locais (Centro Desportivo Cultural e Recreativo de Cambedo da Raia), da Junta de Freguesia de Vilarelho da Raia, de resistentes e ex-presos políticos, de membros de organizações anti-fascistas ou que lutam pelo “direito à memória histórica” (como a URAP ou o movimento Não Apaguem a Memória).

Depois das intervenções, ouviu-se um poema de Louis Aragon relacionado com a Guerra Civil de Espanha e o coro da Achada lançou canções alusivas à Guerra Civil Espanhola e à luta anti-franquista. Santo Cristo de Fisterre, em galego, En el pozo María Luisa, em castelhano, Só ouve o brado da terra (de Zeca Afonso), em português, foram algumas delas.

Estava uma centena de pessoas presentes. E alguns ausentes lembrados: por exemplo António Loja Neves, jornalista, escritor e documentarista, que correalizou com José Manuel Alves Pereira o filme «O Silêncio», precisamente sobre o silenciamento deliberado destes acontecimentos (este filme foi projectado na Casa da Achada em 2012 numa série de sessões realizadas sobre estes assuntos).

Seguiu-se mais música e festa, com acordeão, violino, gaita de foles e muitos adufes, com malta vinda do Porto (alguns dos «Bugalhos» e de vários grupos amigos) que cantou canções populares dos dois lados da fronteira. Vizinhas ofereceram uma jeropiga e ainda se esteve por ali até ao fim da tarde de Sábado, cantando e dançando ali no centro da aldeia, junto à igreja de Cambedo.

No Domingo de manhã foi a vez de se homenagear, num lugar na serra, do lado galego, perto de Campobecerros, outros homens: carrilanos que resistiram, depois do golpe franquista de 1936, à instauração da ditadura. Eram homens que trabalhavam na construção do caminho-de-ferro (daí o nome “carrilanos”) e que resistiram (até à morte) ao avanço dos falangistas.

Homenagem sentida e emocionada, junto a uma placa onde se lia «Em memória dos carrilanos portugueses, veciños do Concello de Castrelo do Val asasinados por forzas fascistas o 20 de Agosto de 1936/ O esquecemento leva a que feitos como estes se poidan repetir (3 Junho 2012)».

Primeiro, palavras de Pepe (“é preciso dizer que a Guerra Civil não foi uma ‘guerra civil’, foi um golpe!”) lembrando também que não foram só os antifascistas que foram atacados, presos e assassinados, mas todo o povo galego. Houve ainda agradecimentos finais feitos por Paula Godinho, com vários amigos e amigas galegas ali presentes. Depois do coro cantar algumas canções («pueblo que canta no morirá…»), cantámos juntos a inevitável «Grândola, Vila Morena».

Seguiu-se uma visita à campa não identificada de dois dos assassinados no cemitério de Campobecerros. E depois houve almoço num restaurante local e familiar, onde se comeu cozido galego e truta, enquanto se cantaram mais canções de luta e se trocaram histórias. E leram-se ali palavras da Autobiografia de Mário Dionísio sobre a Guerra Civil:

«A guerra de Espanha, aqui ao lado, vivida dia a dia e hora a hora com o ouvido colado aos aparelhos de TSF, por causa das interferências meticulosamente provocadas, por causa dos vizinhos (fossem eles quem fossem), com projectos ansiosos de ir lá ter («Partir./Partir para a pátria instável onde o grito salta das veias», versos meus de 38) e o remorso de ficar. As notícias diárias dos bombardeamentos, dos fuzilamentos, das aldeias destruídas, sem pão, sem armas. E o «no pasarán!». O não passarão vibrando no nosso desespero, ainda antes de gritado nas barricadas de Madrid, sentido em silêncio e lágrimas, neste país agrilhoado, esvaziado, com os amigos perseguidos, presos, torturados, muitos deles mortos não se sabia onde. Houve um tempo em que nem saber onde estavam se podia.»

 

A CASA DA ACHADA FAZ 5 ANOS

10 de Setembro de 2014

5º-Aniversário-

Sexta-feira, 26 de Setembro

– às 21h30:

AS MÃOS OU AS INQUIETAÇÕES. É mais um momento em que o Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada mostra um pouco do seu percurso, do seu fazer.
Desta vez um trabalho à volta de dois poemas de Mário Dionísio («Pior que não cantar» e «Solidariedade») e de um texto («Mãos cheias») de Conceição Lopes com um apontamento do texto «A Mãe» da Comuna Teatro de Pesquisa, de 1977 (a partir de Bertolt Brecht), tudo isto pautado pela música do Balanescu Quartet.
Trabalho colectivo que vive das presenças e das ausências daqueles que lhe dão corpo, das suas necessidades e dificuldades, das suas raivas e angústias, das suas alegrias e tristezas, mas sobretudo da sua vontade de querer fazer.
Falamos e mostramos as nossas mãos como quem dá e interroga. Tudo podemos fazer e desfazer com as nossas mãos.
Escolhemos fazer, dando as mãos!

Sábado, 27 de Setembro

– das 11h às 15h:

FILMES DA ACHADA. Projecção de diversos filmes que foram sendo feitos ao longo destes cinco anos, por várias mãos, sobre Mário Dionísio e sobre a Casa da Achada e as suas actividades.

– a partir das 15h:

MÁRIO DIONÍSIO – PREFÁCIOS. Lançamento do livro que reúne 14 textos de Mário Dionísio: 6 prefácios a obras literárias de Manuel da Fonseca, Carlos de Oliveira, Alves Redol, José Gomes Ferreira e José Cardoso Pires; 3 introduções a álbuns de arte de Júlio Pomar e Cândido Portinari; 5 textos introdutórios a catálogos de exposições de Portinari, José Júlio, Júlio Resende, Manuel Filipe e Sá-Nogueira.
Este é o 7º volume da Colecção Mário Dionísio, editada pela Casa da Achada.

EXPOSIÇÃO «10 ARTISTAS DE QUE MÁRIO DIONÍSIO FALOU». Inauguração da exposição que reúne obras (grande parte delas pertencentes ao acervo da Casa da Achada) de 10 artistas sobre os quais Mário Dionísio escreveu em livros, prefácios, álbuns, catálogos, artigos: Cândido Portinari, Júlio Pomar, Júlio, Manuel Ribeiro de Pavia, Carlos de Oliveira (um grande escritor que também pintou), Abel Salazar (um grande cientista que também pintou), Júlio Resende, Manuel Filipe, Vieira da Silva e José Júlio.

COM QUE MUNDO SONHO QUANDO ESTOU ACORDADO. Quando o recuperado é irrecuperável, quando o possível nos esmaga, que sonho se solta em nós? Que sobressaltos desejamos? Que possíveis mundos novos impossíveis?
Uma espécie de speakers corner. Série de intervenções a muitas vozes, em todos os cantos da casa.

o irrecuperável
recuperado ei-lo aqui sorrindo
com a boca torcida mas feliz

com os braços esmagados mas feliz
o que não volta eis volta
por ignoradas mãos
numa hora esquecida
entre as horas marcadas

possível  o recomeço
possível  o sobressalto
possível  o sonho solto
possível  um mundo novo
possível  o impossível

outro é o destino do homem

Mário Dionísio

CORO DA ACHADA. O coro da Achada participa no quinto aniversário da Casa da Achada – Centro Mário Dionísio com uma série de novas canções e textos zangados com a exploração e o desemprego, denunciando as guerras que têm a cor do dinheiro e os racismos do ano inteiro. Juntamos criações originais e outras canções mais antigas, que vão regressando quando precisamos delas, porque «não há machado que corte a raiz ao pensamento». E porque, como faz a Casa da Achada, queremos trocar palavras e ideias, artes e saberes, histórias e resistências. Neste caso, com vozes e música.

Domingo, 28 de Setembro

– das 11h às 18h:

OFICINAS – COM QUE MUNDO SONHO QUANDO ESTOU ACORDADO. Uma série de oficinas de diversas áreas, materiais e fabricos, com gente variada, para fazer o mundo que sonhamos. Fabricar um texto com Regina Guimarães, fotografia com Youri Paiva, fazer uma canção com Pedro Rodrigues, pintura com Pierre Pratt, colagens com José Smith Vargas.

Segunda-feira, 29 de Setembro

– das 16h às 18h30:

FILMES DA ACHADA. Projecção de diversos filmes que foram sendo feitos ao longo destes cinco anos, por várias mãos, sobre Mário Dionísio e sobre a Casa da Achada e as suas actividades.

às 18h30:

CICLO A PALETA E O MUNDO III. Leitura comentada, com projecção de imagens, de O drama de Vicente van Gogh de Mário Dionísio por Lena Bragança Gil.

– às 21h30:

CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE – CIDADES DE CERTAS MANEIRAS. Projecção do filme Alphaville (1965, 99 min.) de Jean-Luc Godard. Quem apresenta é Saguenail.

 

13 de Julho: FEIRA DA ACHADA; 14 de Julho: Oficina vozes que o vento não levará e apresentações da Hélastre; 15 de Julho: Leitura de ‘Modos de ver’ e cinema com ‘Mónica e o desejo’ de Bergman

10 de Julho de 2013

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V FEIRA DA ACHADA
Sábado, 13 de Julho, das 10h às 20h
no Largo da Achada

A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio organiza a V Feira da Achada para angariação de fundos da associação. Aqui, desde há quatro anos, a entrada e tudo o que é feito é gratuito para todos. Por isso, a participação nesta feira é importante.

Na feira vamos vender livros e discos, obras de arte de hoje, edições especiais de ontem, objectos de antes de ontem – muita coisa diferente. Vamos ter rifas, canções, conversas, jogos e fabricos. Vamos ter comidas e bebidas.

Porque uma feira da Casa da Achada não pode ser só comércio vai haver, para além do convívio, várias actividades durante o dia:
11h – Visita guiada à exposição «José Júlio – pintura e gravura» por Raquel Henriques da Silva;
15hAs várias facetas de Mário Dionísio – professor, escritor, pintor, cidadão – com Cristina Almeida Ribeiro, Regina Guimarães e Eduarda Dionísio;
Pela tarde fora: conversas, oficinas, músicas, poesias, teatros…
18h – O Coro da Achada canta.

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VOZES QUE O VENTO NÃO LEVARÁ
Oficina
Domingo, 14 de Julho, das 15h30 às 17h30

Nesta oficina vamos, com Margarida Guia, falar em voz bem alta, falar em voz bem baixa para toda gente ouvir e entender o que se diz e o que se quer dizer.

Para todos a partir dos 6 anos.
Continua todos os domingos de Julho e Agosto.

CARTAZ SEGUNDA 15 JULHO 13

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Modos de ver de John Berger
Segunda-feira, 15 de Julho, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão continua a leitura comentada por Gonçalo Lopes, com projecção de imagens, do 7º capítulo de Modos de ver de John Berger.

CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE
FÉRIAS NA ACHADA
Mónica e o desejo de Ingmar Bergman
Segunda-feira, 15 de Julho, 21h30

Nesta segunda-feira acontece a 3ª sessão do ciclo de cinema ao ar livre, na Rua da Achada, «Férias na Achada». Projectamos Mónica e o desejo (1953, 96 min.) de Ingmar Bergman. Quem apresenta é Regina Guimarães.

Microsoft Word - Helastre Julho 13

EM JULHO FOICE NA MÃO
Domingo, 14 de Julho, 18h
Organização: Hélastre

Lançamento dos últimos livros e vídeos de Regina Guimarães e Saguenail.

A 14 de Julho, dia em que a Hélastre comemora 38 anos de caminho, descemos ao Centro Mário Dionísio / Casa da Achada para dar a conhecer o nosso trabalho recente. Um punhado de novos filmes, uma pilha de novos livros, a partilhar e debater com
conhecidos e desconhecidos em casa amiga. Entre as 18h e as 20h, andaremos à volta das obras impressas; de seguida, merendaremos ajantaradamente no quintal; por fim, lá pelas 21h30, mostraremos um pequeno número de curtas sem género. Directamente dos fazedores aos fruidores, como é hábito nosso. Não diz o povo que Julho é o mês de colheitas…?

 

20 a 25 de Junho

17 de Junho de 2013

Livros das nossas vidas JUN 13_Layout 1

«PROUD BEAUTY» DE JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS
COM CRISTINA ALMEIDA RIBEIRO
Quinta-feira, 20 de Junho, 18h

Nesta sessão, Cristina Almeida Ribeiro vem falar-nos do conto «Proud beauty», publicado inicialmente em inglês, posteriormente editado em português com o título «Beleza orgulhosa» em Onde a noite se acaba, de José Rodrigues Miguéis.

34.ª sessão de uma série com periodicidade mensal, a partir de livros e autores referidos por Mário Dionísio num depoimento sobre «Os livros da minha vida».

«Onde a noite se acaba era, de facto, um prodígio de exercício(s) e desafio, escrito num estilo aliciante que, como o de Garrett, não temia o estrangeirismo para ser inequivocamente português. Nele o autor se media com Camilo, Eça, Fialho e nele se revelava ou confirmava ser “um dos maiores escritores de língua portuguesa dos nossos dias”. O que hoje corroboro, cortando apenas o restritivo “dos nossos dias” para substituir estas palavras por “de sempre”.»
Mário Dionísio, «Sem Rodrigues Miguéis» (artigo para o Diário de Lisboa, 1980), republicado em Entre palavras e cores alguns dispersos  (1937-1990) (CA-CMD, 2009)

MD - JUN 13

A OBRA LITERÁRIA DE MÁRIO DIONÍSIO
COM MARIA ALZIRA SEIXO
Conclusões, dissensões e aberturas
Sábado, 22 de Junho, 16h

Terminam em Junho as sessões mensais, inseridas no ciclo «Mário Dionísio, escritor e outras coisas mais», sobre a obra literária de Mário Dionísio por Maria Alzira Seixo.

Esta é a sessão das conclusões, dissensões e aberturas. Um olhar sobre a pintura dionisiana. Perspectiva comparatista: o traço e a frase, o encadeado das manchas e a segmentação discursiva, arquitecturas visuais e textuais.

Em seis sessões mensais, Maria Alzira Seixo, professora catedrática da Faculdade de Letras de Lisboa, apresenta a obra literária de Mário Dionísio. Abordou-se a Autobiografia, a crítica e o ensaio, a poesia, o conto e o romance.

«Dizer, na relação de criar, foi, parece-nos, o essencial da actividade deste escritor, que sempre lidou com imagens, as da visão do mundo e as da sua expressão, as da configuração alienante e as de uma possível abertura de horizontes bloqueados. Daí que a sua preocupação cultural fosse sempre constante, e que o seu trabalho da palavra arriscasse sentidos que a procura do rigor e da nitidez não afastavam da perplexidade e da dúvida.
E é aqui talvez que se situa, para Mário Dionísio, a complementaridade da história e da reflexão, isto é, a consciência dos níveis do tempo envolvido na experiência da condição humana e na sua reflexão, que a sua ficção exemplarmente demonstra e com extrema felicidade desenvolve.»
Maria Alzira Seixo, no texto «Mário Dionísio, cultor de imagens», publicado em «Não há Morte nem Príncipio» – a propósito da vida e obra de Mário Dionísio (Biblioteca-Museu República e Resistência, 1996)

OFICINA JUN 2013

FAZER O QUE PRESTA A PARTIR DO QUE NÃO PRESTA
Oficina com Eupremio Scarpa
Domingo, 23 de Junho, das 15h3o às 17h30

Nestes três últimos domingos do mês, com Eupremio Scarpa, vamos imaginar e construir sem desperdiçar com materiais baratos, reutilizar e reciclar o que parece que já não serve para nada.

Para todos a partir dos 6 anos. A oficina continua no domingo 30 de Junho.

Microsoft Word - CARTAZ SEGUNDA 24JUNHO  13

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Modos de ver de John Berger
Segunda-feira, 24 de Junho, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão continua a leitura comentada, com projecção de imagens, do 5º capítulo de Modos de ver de John Berger.

CICLO DE CINEMA – DINHEIRO PARA QUE TE QUEREM
Não o levarás contigo de Frank Capra
Segunda-feira, 24 de Junho, 21h30

Termina, nesta segunda-feira, este ciclo de cinema sobre o dinheiro. Projectamos Não o levarás contigo (1938, 126 min.) de Frank Capra. Quem apresenta é Gabriel Bonito.

O próximo ciclo de cinema, «Férias da Achada», durante Julho, Agosto e Setembro, será ao ar livre, na Rua da Achada.

Parece que o centro do mundo é o dinheiro. A falta de dinheiro, o pouco dinheiro, o muito dinheiro, o demasiado dinheiro, o dinheiro guardado – a poupança até tem direito a dia mundial -, o dinheiro usado, o dinheiro roubado, o dinheiro emprestado, oferecido ou por oferecer, ou bem ou mal distribuído, e por aí fora.
Se todos tivéssemos dinheiro, não havia Banco Alimentar. Se todos tivéssemos dinheiro, não se morria à fome, nem havia misericórdias, nem ONGs de caridade, nem IPSSs, nem subsídios de desemprego e de reinserção (quando os há), etc., etc. Nem nasceriam zonas francas nem casinos. Nem quase seriam precisos tribunais que julgam assassinatos, roubos, heranças, partilhas, limites de propriedades… com o dinheiro ao centro.
O dinheiro é mesmo o centro do mundo. E, porque parece sê-lo cada vez mais, e sempre de outras maneiras, organizámos este ciclo de filmes, maior que os anteriores.

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HISTÓRIA ORAL, MÉTODOS,
MEMÓRIAS E ACONTECIMENTOS
com Alessandro Portelli
Terça-feira, 25 de Junho, 18h30
Organização: UNIPOP

Lançamento do livro A morte de Luigi Trastulli e outros ensaios – ética, memória e acontecimento na História Oral de Alessandro Portelli, com conversa com o autor e Miguel Cardina. Depois da conversa canta o Coro da Achada.

«Este livro reúne cinco textos escritos por Alessandro Portelli em diferentes momentos do seu percurso de investigador empenhado no uso de fontes orais. Os três primeiros artigos abordam a História Oral a partir das questões epistemológicas e éticas que ela convoca. Os dois textos seguintes tomam como objeto a Itália do pós-guerra, ocupando-se da temática da memória e do modo como ela se relaciona com os acontecimentos – ocorridos ou imaginados – e com as dinâmicas sociais e políticas circundantes. Todos eles entendem a História Oral não tanto como uma mera técnica de recolha de dados a partir de entrevistas, mas como uma prática que foi construindo um campo peculiar de abordagens e problemas.»

Alessandro Portelli (1942) é professor de Literatura Anglo-Americana na Universidade de La Sapienza (Roma) e referência incontornável no campo da História Oral. É membro do Istituto Ernesto de Martino e presidente do Circolo Gianni Bosio, dedicado ao estudo e revitalização da memória e da cultura popular. O Circolo Gianni Bosio e Alessandro Portelli têm participado, tal como a Casa da Achada, nas festas da Lega di Cultura di Piadena.

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VEM AÍ A FESTA NA CASA DA CERCA
com o Coro da Achada
Sábado, 22 de Junho, 17h
Casa da Cerca, Almada

O Coro da Achada canta no 20º aniversário da Casa da Cerca.

«O lema deste ano é “Ocupe-a!” Todo ano e particularmente no dia 22 de junho em que a Casa da Cerca organiza mais uma edição da sua festa anual, esta para comemorar o seu 20º aniversário. Das 10h às 2h muitas são as atividades que tem para lhe oferecer gratuitamente. Desde yoga pela manhã, a tai-chi ao final de tarde, música com a banda Katharsis, e à noite com o DJ Lizardo (Planeta Pop/Rádio Radar), Teatro-Circo pelo Projeto Anagrama, são algumas propostas a que não vai ficar indiferente. O mercado Crafts & Design vai voltar a atravessar o rio para se instalar todo o dia nesta Festa, com novidades de artistas e artesãos de design urbano e contemporâneo. A Casa da Cerca oferece ainda as habituais visitas orientadas às exposições (que neste dia estarão abertas até à meia noite) e ao Jardim Botânico, bem como um leque de oficinas de arte em que poderá participar livremente, individualmente, em família ou com amigos.
Haverá ainda espaço nesta Festa para um evento surpresa onde muitos segredos da Casa da Cerca serão revelados!
De manhã à noite, ocupe-a!»

Ver aqui a programação.

 

8 a 10 de Junho: Oficina de tapeçaria tecida; leitura de ‘Modos de ver’; cinema com ‘A grande pecadora’; Coro da Achada canta no arraial da associação Renovar a Mouraria

3 de Junho de 2013

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TAPEÇARIA TECIDA
Oficina com Carla Mota
Domingo, 9 de Junho, das 15h30 às 17h30

Última sessão da oficina de tapeçaria tecida com Carla Mota.

Para todos a partir dos 12 anos. Número máximo de participantes: 10.
Confirmar participação pelo e-mail casadaachada@centromariodionisio.org.

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CICLO A PALETA E O MUNDO III
Modos de ver de John Berger
Segunda-feira, 10 de Junho, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão continua a leitura comentada, com projecção de imagens, do 5º capítulo de Modos de ver de John Berger.

CICLO DE CINEMA – DINHEIRO PARA QUE TE QUEREM
A grande pecadora de Jacques Demy
Segunda-feira, 10 de Junho, 21h30

Nesta segunda-feira deste ciclo de cinema sobre o dinheiro, projectamos A grande pecadora (1963, 90 min.) de Jacques Demy. Quem apresenta é Eduarda Dionísio.

Parece que o centro do mundo é o dinheiro. A falta de dinheiro, o pouco dinheiro, o muito dinheiro, o demasiado dinheiro, o dinheiro guardado – a poupança até tem direito a dia mundial -, o dinheiro usado, o dinheiro roubado, o dinheiro emprestado, oferecido ou por oferecer, ou bem ou mal distribuído, e por aí fora.
Se todos tivéssemos dinheiro, não havia Banco Alimentar. Se todos tivéssemos dinheiro, não se morria à fome, nem havia misericórdias, nem ONGs de caridade, nem IPSSs, nem subsídios de desemprego e de reinserção (quando os há), etc., etc. Nem nasceriam zonas francas nem casinos. Nem quase seriam precisos tribunais que julgam assassinatos, roubos, heranças, partilhas, limites de propriedades… com o dinheiro ao centro.
O dinheiro é mesmo o centro do mundo. E, porque parece sê-lo cada vez mais, e sempre de outras maneiras, organizámos este ciclo de filmes, maior que os anteriores.

Ver aqui a restante programação do ciclo.

arraial

O CORO DA ACHADA CANTA EM «HÁ ARRAIAL NA MOURARIA»
Sábado, 8 de Junho, 19h
Beco do Rosendo (Lisboa)

O Coro da Achada canta no arraial organizado pela associação Renovar a Mouraria, «Há arraial na Mouraria», nossa vizinha aqui no bairro. Nessa noite, às 22h, segue-se o concerto dos Cabace.

 

1 a 3 de Junho: Oficina de tapeçaria tecida; Grupo Zero e Teatro da Cornucópia; leitura de ‘Modos de ver’; cinema com ‘Os ricos e os pobres’; Coro da Achada canta na Mostra das Associações de Lisboa

28 de Maio de 2013

Cartaz Oficina MAIO 13_cartaz paleta

TAPEÇARIA TECIDA
Oficina com Carla Mota
Domingos, 2 e 9 de Junho, das 15h30 às 17h30

Continuação da oficina de Maio, de tapeçaria tecida com Carla Mota.

Para todos a partir dos 12 anos. Número máximo de participante: 10.
Confirmar participação pelo e-mail casadaachada@centromariodionisio.org.

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COOPERATIVA GRUPO ZERO
E O TEATRO DA CORNUCÓPIA
Ciclo de cinema
Organização: Confederação

Sábado, 1 de Junho
18h30
Novas perspectivas (1980, 45 min.) de Solveig Nordlund
Viagem para a felicidade (1978, 37 min.) de Solveig Nordlund
22h00
Música para si (1978, 54 min.) de Solveig Nordlund

Domingo, 2 de Junho
18h00
E não se pode exterminá-lo? (1979, 135 min.) de Jorge Silva Melo e Solveig Nordlund

Entre os anos de 1975 e 1983, duas estruturas partilhavam as mesmas instalações no Teatro do Bairro Alto (Lisboa). O Teatro da Cornucópia que se mantém como companhia residente desse mesmo teatro desde 1975 até à presente data, e o Grupo Zero, cooperativa fundada pós-25 de Abril de 1974. Durante este período de grande actividade, e com apoio da RTP, foram transpostos para a tela, três textos dramáticos escritos por F. X. Kroetz, e vários textos curtos escritos por Karl Valentin. A transposição destes textos resultou num tríptico realizado por Solveig Nordlund (Viagem para a Felicidade/78; Música para Si/78; Novas Perspectivas/83), e numa série de 5 episódios assinados em conjunto com Jorge Silva Melo no filme de 1979 a partir de textos do alemão Karl Valentin – E Não Se Pode Exterminá-lo? – obra que havia estreado a 24 de Março desse mesmo ano pelo Teatro da Cornucópia. Nele vemos a histórica e maravilhosa levada à cena das curtas peças de Karl Valentin, com encenação do mesmo Jorge Silva Melo e dedicado ao colectivo do Contraponto e ao colectivo do Diário Popular. É um filme que repega no espectáculo da Cornucópia (1979) mas que não é exactamente uma mera filmagem do espectáculo.

Microsoft Word - CARTAZ SEGUNDA 3 JUNHO  13

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Modos de ver de John Berger
Segunda-feira, 3 de Junho, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão continua a leitura comentada, com projecção de imagens, de Modos de ver de John Berger por Inês Dourado.

CICLO DE CINEMA – DINHEIRO PARA QUE TE QUEREM
Os ricos e os pobres de John Landis
Segunda-feira, 3 de Junho, 21h30

Nesta segunda-feira deste ciclo de cinema sobre o dinheiro, projectamos os ricos e os pobres (1983, 116 min.) de John Landis. Quem apresenta é João Pedro Bénard.

Parece que o centro do mundo é o dinheiro. A falta de dinheiro, o pouco dinheiro, o muito dinheiro, o demasiado dinheiro, o dinheiro guardado – a poupança até tem direito a dia mundial -, o dinheiro usado, o dinheiro roubado, o dinheiro emprestado, oferecido ou por oferecer, ou bem ou mal distribuído, e por aí fora.
Se todos tivéssemos dinheiro, não havia Banco Alimentar. Se todos tivéssemos dinheiro, não se morria à fome, nem havia misericórdias, nem ONGs de caridade, nem IPSSs, nem subsídios de desemprego e de reinserção (quando os há), etc., etc. Nem nasceriam zonas francas nem casinos. Nem quase seriam precisos tribunais que julgam assassinatos, roubos, heranças, partilhas, limites de propriedades… com o dinheiro ao centro.
O dinheiro é mesmo o centro do mundo. E, porque parece sê-lo cada vez mais, e sempre de outras maneiras, organizámos este ciclo de filmes, maior que os anteriores.

CORO DA ACHADA CANTA NA MOSTRA DE ASSOCIAÇÕES DE LISBOA
2 de Junho, 14h15
Cinema São Jorge, Lisboa

Organização: Assembleia Municipal de Lisboa

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A Comissão Permanente de Cultura, Juventude, Educação e Desporto da Assembleia Municipal de Lisboa deliberou, no âmbito das suas competências temáticas e tendo em vista a promoção das coletividades da Cidade de Lisboa e das atividades por aquelas desenvolvidas, promover uma “Mostra Cultural”, a realizar no próximo dia 2 de Junho, apartir das 14:30 horas, no Cinema São Jorge.

O referido evento contará, nesta primeira edição, com a participação de agrupamentos especialmente dedicados à música e à dança, que oferecerão aos presentes excertos dos respetivos repertórios, num espectáculo que se pretende participado, variado e potenciador da cultura. Estarão presentes agremiações previamente identificadas pelas freguesias da Cidade pela sua relevante actividade e seleccionadas em função da sua disponibilidade e situação actual.

 

3 a 5 de Maio: José Júlio Andrade dos Santos; Oficina de Tapeçaria Tecida; Feira de Auto-Gestão e Cooperativismo; Coro da Achada em Vila Franca de Xira

2 de Maio de 2013

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JOSÉ JÚLIO ANDRADE DOS SANTOS
Amigos de Mário Dionísio
Sábado, 4 de Maio, 16h

Nesta 10ª sessão de «Amigos de Mário Dionísio» aproveitamos a exposição inaugurada no passado 25 de Abril, «José Júlio – pintura e gravura», para conversar sobre José Júlio Andrade dos Santos. Recebemos familiares, ex-alunos, críticos de arte e conhecedores da sua obra, entre os quais Filomena Marona Beja, José-Augusto França, Rui-Mário Gonçalves, António Rebelo.
«Ora é em 49, aos trinta e três anos, que José Júlio, apaixonado professor de Matemática, que nunca deixou de ser, descobre as artes plásticas. Pintando, com um afinco que nada tinha do do simples amador. Mas, simultaneamente, desenvolvimento uma actividade pedagógica sobre arte e artistas que logo deixou a minha a perder de vista.»Mário Dionísio

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TAPEÇARIA TECIDA
Oficina
Domingo, 5 de Maio, das 15h30 às 17h30

Nesta oficina em Maio, que se prolonga até Junho, com Carla Mota, vamos fazer tapeçaria com tecidos.

Para todos a partir dos 12 anos.

Feira de Auto

FEIRA DE AUTO-GESTÃO E COOPERATIVISMO
Sábado, 4 de Maio, das 15h às 21h
Organização: Tertúlia Liberdade

No terreno em frente à Casa da Achada acontece esta feira com bancas de associações e cooperativas em auto-gestão, música ao vivo e gastronomia diversa.

A feira continua nos sábados 11 de Maio, 1 e 15 de Junho.

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CORO DA ACHADA EM VILA FRANCA DE XIRA
Ateneu Artístico Vilafranquense
3 de Maio, 21h30

O Coro da Achada canta nesta noite no encontro de coros organizado pela associação, por ocasião do seu 122º aniversário. A entrada é 3€ para sócios da AAV e 5€ para o público em geral.

 

Como foi o 25 de Abril na Casa da Achada

2 de Maio de 2013

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O 25 de Abril foi bem passado na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio. Ao fim da tarde, depois do fim do desfile, onde o Coro da Achada também cantou, abrimos as portas para inaugurar a exposição «José Júlio – pintura e gravura». Eduarda Dionísio foi quem falou primeiro, para dar as boas-vindas a toda a gente, que era muita; Rui-Mário Gonçalves falou da obra do pintor e das sessões que seguirão nos próximos meses sobre a sua vida e obra; João Carlos Andrade dos Santos, filho de José Júlio, referiu a diversidade das suas áreas de intervenção. A exposição, com cerca de 30 obras, constitui uma homenagem a um grande pintor português, infelizmente bastante esquecido, amigo de Mário Dionísio e sobre o qual este escreveu vários textos, chamando a atenção para a importância e originalidade da sua obra.

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Depois destas intervenções em torno da exposição, o Coro da Achada cantou várias canções, mais antigas e mais recentes, sobre poemas de Mário Dionísio e de outros, e em várias línguas. Abriram-se então as portas do jardim para as pessoas comerem e beberem, conviverem e cantarem, debaixo da nespereira.

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Mas não foi só – e não foi pouco! – neste dia que aconteceram coisas na Casa da Achada. Durante as oficinas deste mês, «O 25 de Abril que tenho na cabeça», construímos 15 grandes amigos de papel e arame, que o Coro da Achada colocou em casa esquina do bairro, na noite de 24 para 25, enquanto ensaiava pelas ruas.

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No sábado recebemos o militar de Abril Carlos Matos Gomes para conversar sobre os derrotados no 25 de Abril. E no domingo fomos fotografar os amigos que ainda estavam nas esquinas, resistentes ao vento.

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25 de Abril: Inauguração da exposição «José Júlio – pintura e gravura»; canta o Coro da Achada; convívio

22 de Abril de 2013

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Quinta-feira, 25 de Abril, 18h30

No 25 de Abril a Casa da Achada abre as portas ao final da tarde para receber quem quiser aparecer. Inauguramos uma nova exposição, «José Júlio – pintura e gravura», o Coro da Achada vai cantar várias canções, e há convívio com comes e bebes (e podem trazer um farnel para ajudar).

José Júlio Andrade dos Santos (que assinava José Júlio) iniciou a sua actividade de pintor em 1949. Expôs pela primeira vez individualmente em 1951, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. A partir desse ano, participou em numerosas exposições colectivas, incluindo as Exposições Gerais de Artes Plásticas (até 1956) e as 2 primeiras Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957 e 1961). Participou na criação da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses e foi membro dos corpos directivos da SNBA.

Foi muito importante a sua função de divulgador, montando exposição «didácticas» centradas em pintores e gravadores, sobretudo modernos (van Gogh, Cézanne, Klee…) em associações de estudantes, na SNBA, e outros locais, e fazendo também palestras sobre pintura e gravura.
Licenciado em Matemática e Ciência Geofísica pela Faculdade de Ciências de Lisboa, foi professor de Matemática e de Desenho no Liceu Charles Lepierre.
Filho de um trombonista, José Júlio também se dedicou à música, chegando a realizar uma pequena composição de canto popularizada por Maria de Lourdes Resende, com versos extraídos de um poema de António Nobre, «O Sono do João».

A exposição com cerca de 30 obras de José Júlio na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio (entre 25 de Abril e 19 de Agosto) constitui uma homenagem a um grande pintor português, infelizmente bastante esquecido, amigo de Mário Dionísio e sobre o qual este escreveu vários textos, chamando a atenção para a importância e originalidade da sua obra.

Não é por acaso que escolhemos o 25 de Abril para inaugurar a exposição de obras de um grande pintor que se opôs à ditadura e que gostaria de ter visto este dia chegar. Sobre este dia e os que se seguiram, Mário Dionísio escreveu o seguinte:

«Dias impossíveis de contar. Não há tempo para isso. A multidão misturada com os soldados e marinheiros. Cravos (onde nasceram tantos cravos?) nas espingardas e nas mãos de toda a gente. Telefonemas, abraços, o “viva Portugal” por toda a parte. Um país diferente. Toda a gente fala com toda a gente, esfusiante, sem medo! A caça aos Pides. A libertação dos presos de Caxias, o regresso dos emigrados (Mário Soares, primeiro, Álvaro Cunhal depois, Piteira Santos virá depois, tantos mais).
Começam as reuniões por todo o lado. No Liceu Camões realizamos a primeira reunião de apoio ao Movimento. Vamos entregar à Junta de Salvação Nacional o nosso documento. Começamos a organizar-nos. Não paro mais. (30.4.74)»
Mário Dionísio, Passageiro clandestino

Neste final de tarde o Coro da Achada canta várias canções do seu repertório e há convívio – tragam um farnel para ajudar – como apetecer, que em cada esquina há um amigo. Não é mentira, durante a oficina «O 25 de Abril que tenho na cabeça» construímos muitos amigos para colocar em cada esquina no bairro.

 

25 de Abril na Casa da Achada: Inauguração da exposição «José Júlio – pintura e gravura»; canta o Coro da Achada; convívio

17 de Abril de 2013

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O 25 de Abril na Casa da Achada
INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
JOSÉ JÚLIO – PINTURA E GRAVURA
Quinta-feira, 25 de Abril, 18h30

A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio apresenta esta nova exposição de pintura e gravura de José Júlio.

José Júlio Andrade dos Santos (que assinava José Júlio) iniciou a sua actividade de pintor em 1949. Expôs pela primeira vez individualmente em 1951, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. A partir desse ano, participou em numerosas exposições colectivas, incluindo as Exposições Gerais de Artes Plásticas (até 1956) e as 2 primeiras Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957 e 1961). Participou na criação da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses e foi membro dos corpos directivos da SNBA.

Foi muito importante a sua função de divulgador, montando exposição «didácticas» centradas em pintores e gravadores, sobretudo modernos (van Gogh, Cézanne, Klee…) em associações de estudantes, na SNBA, e outros locais, e fazendo também palestras sobre pintura e gravura.
Licenciado em Matemática e Ciência Geofísica pela Faculdade de Ciências de Lisboa, foi professor de Matemática e de Desenho no Liceu Charles Lepierre.
Filho de um trombonista, José Júlio também se dedicou à música, chegando a realizar uma pequena composição de canto popularizada por Maria de Lourdes Resende, com versos extraídos de um poema de António Nobre, «O Sono do João».

A exposição com cerca de 30 obras de José Júlio na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio (entre 25 de Abril e 19 de Agosto) constitui uma homenagem a um grande pintor português, infelizmente bastante esquecido, amigo de Mário Dionísio e sobre o qual este escreveu vários textos, chamando a atenção para a importância e originalidade da sua obra.

Não é por acaso que escolhemos o 25 de Abril para inaugurar a exposição de obras de um grande pintor que se opôs à ditadura e que gostaria de ter visto este dia chegar. Sobre este dia e os que se seguiram, Mário Dionísio escreveu o seguinte:

«Dias impossíveis de contar. Não há tempo para isso. A multidão misturada com os soldados e marinheiros. Cravos (onde nasceram tantos cravos?) nas espingardas e nas mãos de toda a gente. Telefonemas, abraços, o “viva Portugal” por toda a parte. Um país diferente. Toda a gente fala com toda a gente, esfusiante, sem medo! A caça aos Pides. A libertação dos presos de Caxias, o regresso dos emigrados (Mário Soares, primeiro, Álvaro Cunhal depois, Piteira Santos virá depois, tantos mais).
Começam as reuniões por todo o lado. No Liceu Camões realizamos a primeira reunião de apoio ao Movimento. Vamos entregar à Junta de Salvação Nacional o nosso documento. Começamos a organizar-nos. Não paro mais. (30.4.74)»
Mário Dionísio, Passageiro clandestino

Neste final de tarde o Coro da Achada canta várias canções do seu repertório e há convívio – tragam um farnel para ajudar – como apetecer, que em cada esquina há um amigo.

 

13 a 15 de Abril: ‘Viagens na minha terra’ de Garrett por Eduarda Dionísio; oficina «O 25 de Abril que tenho na cabeça»; leitura de ‘A arte de pintar’; cinema com ‘Os homens preferem as loiras’; o Coro da Achada canta em Alcochete; exposição «Mário Dionísio – Vida e Obra» em Salvaterra de Magos

8 de Abril de 2013

Livros das nossas vidas ABRIL 13_Layout 1

VIAGENS NA MINHA TERRA DE GARRETT
Livros das nossas vidas
Sábado, 13 de Abril, 16h

Nesta sessão, Eduarda Dionísio vem falar-nos de Viagens na minha terra de Almeida Garrett.

33.ª sessão de uma série com periodicidade mensal, a partir de livros e autores referidos por Mário Dionísio num depoimento sobre «Os livros da minha vida», que começa assim: «Um homem lê, esquece, volta a ler, volta a esquecer ou não. De tudo isso que lhe fica? Deixem-me ver: D. Quixote, Os Lusíadas, Guerra e Paz, O Vermelho e o Negro? Ou, antes: A Divina Comédia, A Peregrinação, Viagens na Minha Terra, Ulysses, o Quarteto de Alexandria

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O 25 DE ABRIL QUE TENHO NA CABEÇA
Oficina
Domingo, 14 de Abril, das 15h30 às 17h30

E se em cada esquina houvesse outra vez um amigo? E se, com a ajuda de Zé d’Almeida, José Smith Vargas e Marta Caldas, com papel, cartão, cola, pincéis, lápis, tintas os fizéssemos e colocássemos em cada esquina? E se no fim, com a ajuda de Youri Paiva, fossemos fotografar as ruas e as esquinas cheias de amigos?
Quase 40 anos depois de uma data que às vezes se esquece

Depois de desenhados os amigos, vamos começar a construí-los.

Para todos a partir dos 6 anos. A oficina continua nos domingos 21 e 28 de Abril

Microsoft Word - CARTAZ SEGUNDA 15 ABR  13

CICLO A PALETA E O MUNDO III
A arte de pintar de Tristan Klingsor
Segunda-feira, 15 de Abril, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão é termina a leitura comentada, com projecção de imagens, de A arte de pintar de Tristan Klingsor, traduzido e anotado por Mário Dionísio, por Manuela Torres.

CICLO DE CINEMA – DINHEIRO PARA QUE TE QUEREM
O dinheiro de Marcel L’Herbier
Segunda-feira, 15 de Abril, 21h30

Nesta segunda-feira deste ciclo de cinema sobre o dinheiro, projectamos Os homens preferem as loiras (1953, 91 min.) de Howard Hawks. Quem apresenta é Gabriel Bonito.

Parece que o centro do mundo é o dinheiro. A falta de dinheiro, o pouco dinheiro, o muito dinheiro, o demasiado dinheiro, o dinheiro guardado – a poupança até tem direito a dia mundial -, o dinheiro usado, o dinheiro roubado, o dinheiro emprestado, oferecido ou por oferecer, ou bem ou mal distribuído, e por aí fora.
Se todos tivéssemos dinheiro, não havia Banco Alimentar. Se todos tivéssemos dinheiro, não se morria à fome, nem havia misericórdias, nem ONGs de caridade, nem IPSSs, nem subsídios de desemprego e de reinserção (quando os há), etc., etc. Nem nasceriam zonas francas nem casinos. Nem quase seriam precisos tribunais que julgam assassinatos, roubos, heranças, partilhas, limites de propriedades… com o dinheiro ao centro.
O dinheiro é mesmo o centro do mundo. E, porque parece sê-lo cada vez mais, e sempre de outras maneiras, organizámos este ciclo de filmes, maior que os anteriores.

Ver aqui a restante programação do ciclo.

O CORO DA ACHADA CANTA EM ALCOCHETE
Casa do Povo, Alcochete
Sábado, 13 de Abril, das 15h

O Coro da Achada canta na Casa do Povo de Alcochete a convite desta associação.

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EXPOSIÇÃO «MÁRIO DIONÍSIO – VIDA E OBRA» EM SALVATERRA DE MAGOS
Centro de Interpretação e Educação Ambiental do Cais da Vala, Salvaterra de Magos
5 a 30 de Abril

A exposição itinerante «Mário Dionísio – Vida e Obra» vai inaugurar em Salvaterra de Magos, no Centro de Interpretação e Educação Ambiental do Cais da Vala.

A exposição, que esteve patente na Casa da Achada em 2011 – e que entretanto já passou por muitos sítios diferentes do país -, é composta por 13 painéis biográficos com textos, excertos de jornais, fotografias, reproduções de obras de arte, e outras informações sobre a vida e a obra de Mário Dionísio, nas suas mais diversas áreas.

 

19 a 21 de Janeiro: ‘Quarteto de Alexandria’ de Durrell por Francisco Louçã; Oficina de BD; leitura de ‘A arte de pintar’ de Klingsor; cinema com ‘Esplendor na relva’; Exposição «Mário Dionísio – Vida e Obra» na Amadora; apresentação ‘Em trânsito, em morte’

15 de Janeiro de 2013

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LIVROS DAS NOSSAS VIDAS
O quarteto de Alexandria de Durrell
Sabádo, 19 de Janeiro, 16h

Nesta sessão Francisco Louçã vem falar-nos de Quarteto de Alexandria de Lawrence Durrell.

31.ª sessão de uma série com periodicidade mensal, a partir de livros e autores referidos por Mário Dionísio num depoimento sobre «Os livros da minha vida».

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OFICINA DE BANDA DESENHADA
Domingo, 20 de Janeiro, das 15h às 18h

Nos domingos de Janeiro acontece mais uma oficina, desta vez de Banda Desenhada, com José Smith Vargas.

Experimentar um meio de expressão simples, eficaz e com possibilidades infinitas, unindo texto e imagem, mesmo para quem pensa que não sabe desenhar.

Para todos a partir dos 12 anos. A oficina continua no domingo 27 de Janeiro.

CARTAZ SEGUNDA 21 JAN 13

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 21 de Janeiro, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão continua a leitura comentada, com projecção de imagens e exercícios de desenho, de A arte de pintar de Tristan Klingsor, traduzido e anotado por Mário Dionísio, por Eduarda Dionísio.

CICLO DE CINEMA – DINHEIRO PARA QUE TE QUEREM
Segunda-feira, 21 de Janeiro, 21h30

Nesta segunda-feira deste novo ciclo de cinema sobre o dinheiro, projectamos Esplendor na relva (1961, 124 min.) de Elia Kazan. Quem apresenta é João Pedro Bénard.

Ver aqui a restante programação do ciclo.

Cartaz M. Dionísio

EXPOSIÇÃO «MÁRIO DIONÍSIO – VIDA E OBRA» NA AMADORA
na Biblioteca Piteira Santos (Reboleira, Amadora)
de 18 de Janeiro a 2 de Março de 2013

A exposição itinerante «Mário Dionísio – Vida e Obra» vai inaugurar na Amadora, na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos.

A exposição, que esteve patente na Casa da Achada em 2011 – e que entretanto já passou por muitos sítios diferentes do país -, é composta por 13 painéis biográficos com textos, excertos de jornais, fotografias, reproduções de obras de arte, e outras informações sobre a vida e a obra de Mário Dionísio, nas suas mais diversas áreas.

Inauguração: 18 de Janeiro, 18h

A inauguração conta com intervenções de Eduarda Dionísio e do presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Moreira Raposo. Também acontecem um conjunto de leituras de textos autobiográficos com projecção de imagens, «Mário Dionísio contado por Mário Dionísio», e canta o Coro da Achada.

No dia 2 de Março, a partir das 14h30, também acontece um ciclo de palestras sobre as várias facetas de Mário Dionísio (professor, escritor, pintor e cidadão), onde participam Rui Canário, Cristina Almeida Ribeiro, Regina Guimarães e Eduarda Dionísio.

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APRESENTAÇÃO DO LIVRO
EM TRÂNSITO, EM MORTE DE IVO MARTINS
Sábado, 19 de Janeiro, 18h

A Casa da Achada recebe a apresentação do livro Em trânsito, em morte, de Ivo Martins, proposta pela editora 7Nós.

7 Nós acaba de publicar o título Em trânsito, em morte, de Ivo Martins, um autor que tem vindo a escrever regularmente sobre arte e jazz em diferentes publicações, mas que conhece com este livro a sua estreia editorial.

Uma luz branca, branca e densa, atravessa a todo o momento a leitura desta obra, não nos deixando escapar à ferida da lucidez.

Em trânsito, em morte é uma recolecção e justaposição de impressões, ideias, pequenas ficções, narrativas e digressões reunidas por contaminação num corpo discursivo de estatuto indefinido: nem “ensaio”, nem “romance”, nem “autobiografia”, nem “diário”. O tema deste livro é volátil e difuso – estamos perante uma escrita “sem assunto” e “sem tópico” que, profusa e expansiva, se ocupa de todos os grandes assuntos e grandes tópicos da hipercontemporaneidade (política, arte, sociedade) ao mesmo tempo que faz correr, em linhas paralelas, movimentos subterrâneos pelo interior de um espaço privado feito da solidão, dos impasses e micro-eventos da vida íntima e interior. O seu discurso surge-nos como a dissecação crítica, violenta e desassombrada, da realidade actual, elaborada a partir das fronteiras exíguas e claustrofóbicas de um apartamento suburbano, olhando para o exterior através das molduras das suas janelas e dos ecrãs de televisão. O sentimento específico do autor em relação ao real é, assim, perturbado e amplificado pela luz dos néons e da electricidade estática – símbolos de uma representação mediada (e, por conseguinte, não original) do mundo, que o distorce e submete a estratégias mitologizantes de alienação e a lógicas corruptas de comércio e mercado. A narrativa contida nesta obra desenha o mapa de uma viagem pela paisagem mental do contemporâneo, marcada pela devastação e, por vezes, por clarões pontuais e inesperados de beleza.

A publicação de Em trânsito, em morte apresenta aos leitores uma voz literária singular e introduz na frágil paisagem do pensamento crítico português, um inesperado exemplo de seiva crítica, exuberante e quase selvagem, impossível de ser catalogada ou enquadrada em qualquer corrente intelectual ou sistémica (académica, política ou literária).

«Começámos a aceitar servilmente este estado de coisas e, quando já não somos capazes de esboçar o mais pequeno gesto de recusa sobre a participação no lento processo de destruição em massa em que estamos envolvidos, encontramo-nos prontos a ser vítimas da exploração e de um esmagamento da individualidade, acompanhados da maior de todas as farsas. A democracia relativiza todas as formas de exploração que se assumem como a maior ignomínia do nosso tempo.»

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DIÁLOGOS URBANOS: RISCO E RESILIÊNCIA
Diálogo 2 – Espaços e Urbanidades – Os Silos do Intendente
Terça-feira, 22 de Janeiro, das 14h às 19h30

O IN+ – Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico, inserido no projecto Laboratórios na RUA, organiza este encontro onde pretende apresentar e discutir os projectos dos estudantes de Arquitectura do IST.

Consultar programa aqui.

 

21 a 29 de Dezembro: Oficina «O natal está nas nossas mãos»; o que Mário Dionísio escreveu nos jornais depois do 25 de Abril; o Coro da Achada em Setúbal

20 de Dezembro de 2012

OFICINA
O NATAL ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS
Domingo, 23 de Dezembro, das 15h30 às 17h30

Nesta última oficina deste ano, com Irene van Es e Lena Bragança Gil, vamos meter as mãos à obra e fazer prendas, brincar com os materiais que há à nossa volta: frascos, tintas, cartões, tecidos, botões, caixas de ovos, madeiras, e por aí fora…

Para todos a partir dos 6 anos.

MÁRIO DIONÍSIO, ESCRITOR E OUTRAS COISAS MAIS
Sábado, 29 de Dezembro, 16h

Nesta sessão, do ciclo «Mário Dionísio, escritor e outras coisas mais», Eduarda Dionísio vem falar-nos de o que Mário Dionísio escreveu nos jornais depois do 25 de Abril. Mário Dionísio foi presença habitual em vários jornais – O Jornal, Diário de Lisboa, A Capital, Expresso, Jornal de Letras e Artes, Vértice, etc – sobre vários assuntos: a arte e a cultura, a política e a sociedade, o ensino e a educação.

«Ponham-se então as coisas no seu verdadeiro pé: nem a arte muda se o homem que a produz não mudou já ou está mudando, nem tal mudança rapidamente se opera, nem a sua expressão estética se produz mecanicamente e de chofre.»
Mário Dionísio, em «Ir ao povo», publicado em O Jornal em 1975.

«Enquanto os partidos de esquerda (onde começará e acabará hoje a esquerda?) se desentendem e brincam à Unidade, que é o mais perigoso dos jogos se não se toma a sério, o fascismo, não interessa com que nome ou nomes, organiza-se, infiltra-se, cresce, aceita a mão que lhe estendem, instala-se civilizadamente ou ataca selvaticamente na rua com a protecção das «forças da Ordem» chamada «democrática».
Entretanto, um jovem de 18 ou 19 anos caiu para sempre por repelir o fascismo e porque, nas circunstâncias dadas, defender o fascismo era «legal» e ilegal atacá-lo.
Não foi o primeiro, não será o último. Teremos bem a consciência do que isto significa – no nosso presente e no nosso futuro?»
Mário Dionísio, em «Legalmente assassinado», sobre o assassinato de José Jorge Morais, publicado no Diário de Lisboa em 1978.

Nas segundas-feiras 24 e 31 de Dezembro não se realizam as leituras inseridas no ciclo «A Paleta e o Mundo III» nem as projecções de cinema.
O ciclo de leituras continua em Janeiro com a leitura de A arte de pintar de Tristan Klingsor e nas segundas-feiras à noite vamos ter um novo ciclo de cinema: «Dinheiro para que te querem».

O CORO DA ACHADA CANTA EM SETÚBAL
Sexta-feira, 21 de Dezembro, 21h30
Casa da Cultura, Setúbal
entrada: 3€

O Coro da Achada canta, a convite da AJA – Associação José Afonso e da Câmara Municipal de Setúbal, na Casa da Cultura dessa cidade. A actuação está inserida no Ciclo de Música Popular Portuguesa.

O Coro da Achada nasceu em Junho de 2009. Quando se pensava em convidar um coro para cantar na abertura da Casa da Achada, alguém provocou «Porque não fazemos nós um coro?». E fizemos mesmo. Começou a funcionar todas as quartas-feiras às 21h30.

Avançámos com a ideia de um coro que cantasse canções com textos do Mário Dionísio e outras: canções de luta de todo o mundo e de épocas diferentes (na língua original ou traduzidas), algumas canções populares portuguesas, canções pouco cantadas, canções que por alguma razão nos entusiasmam e nos libertam.

 

IV FIM-DE-SEMANA DIFERENTE – 3 dias de vendas e não só – LIXO NA COZINHA; MÁSCARAS, PRISÕES, LIBERDADES E CIFRÕES; BALANÇO DE 2012. COMO FAZER EM 2013?; 28 ARTISTAS AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO; O NATAL ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS; CORO DA ACHADA; ENCONTRO COM UMA CIDADE QUASE ESQUECIDA

10 de Dezembro de 2012

FIM-DE-SEMANA DIFERENTE
3 dias de vendas e não só
Sexta-feira, 14 de Dezembro, das 15h às 20h

Sábado, 15 de Dezembro, das 11h às 20h
Domingo, 16 de Dezembro, das 11h às 20h

Acontece na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, entre 14 e 16 de Dezembro, o IV Fim-de-semana diferente: três dias de vendas (obras de arte, livros, discos, objectos) para angariação de fundos para a continuidade da Casa da Achada. E é diferente porque comprar e vender é, neste fim-de-semana, importante.

São três dias com muitas coisas diferentes a acontecer: lançamentos, conversas, visitas e oficinas.

Podem vir para ver o que nem sempre se vê. Conviver como nem sempre se faz. Ouvir o que nem sempre se ouve. Falar com quem nem sempre se está. Comprar (barato) o que nem sempre se encontra. Petiscar o que houver.

Programa (ver abaixo programa detalhado):
Sexta-feira, 14 de Dezembro
18h: LIXO NA COZINHA
– Lançamento do livro O lixo da cozinha, resultado da oficina «Inventar fabricando ou as mãos sujas», orientada por Pierre Pratt, com textos de Filomena Marona Beja.

Sábado, 15 de Dezembro
15h: MÁSCARAS, PRISÕES, LIBERDADES E CIFRÕES
– Lançamento e debate das intervenções no 3º aniversário da Casa da Achada sobre a sociedade, a actividade cultural e a arte que temos, não temos, desejamos ou sofremos.
18h: BALANÇO DE 2012. COMO FAZER EM 2013?
– Reunião anual dos Amigos da Casa da Achada, aberta ao público.

Domingo, 16 de Dezembro
11h: 28 ARTISTAS AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO
– Visita guiada à exposição por Eduarda Dionísio.
15h30: O NATAL ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS
Oficina orientada por Irene van Es e Lena Bragança Gil.
18h: CORO DA ACHADA
– actuação com novas e menos novas canções.

Exposições:
28 ARTISTAS AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO
– A exposição junta mais de quarenta obras plásticas de vários artistas do século XX, contemporâneos de Mário Dionísio.
ENCONTRO COM UMA CIDADE QUASE ESQUECIDA
(últimos dias), exposição de fotografia documental organizada pelo MEF – Movimento de Expressão Fotográfica.

Programa detalhado:

Sexta-feira, 14 de Dezembro
18h: LIXO NA COZINHA – Lançamento do livro O lixo da cozinha, resultado da oficina «Inventar fabricando ou as mãos sujas», orientada por Pierre Pratt, com textos de Filomena Marona Beja.

E diz o Pierre, sobre o livro: As imagens e os textos deste livro foram criados num atelier dominical dirigido por Pierre Pratt na Casa da Achada durante os meses de Agosto e Outubro de 2012.
O encontro da tarde chamou-se «Sujar as mãos» e todos sujaram todas as mãos como devia ser para chegar a este resultado inspirado, bonito e nada sujo.
Pierre agradece a todos os participantes que passaram por lá sem medo, e especialmente a Filomena Marona Beja que aceitou logo sujar também as teclas do seu computador. Obrigado também ao Youri que também sujou as lentes da sua máquina com com muito talento.

para crianças e não só, 36pp. preço: 5€

Sábado, 15 de Dezembro
15h: MÁSCARAS, PRISÕES, LIBERDADES E CIFRÕES
– Lançamento da brochura e debate das intervenções no 3º aniversário da Casa da Achada sobre a sociedade, a actividade cultural e a arte que temos, não temos, desejamos ou sofremos.

Os textos aqui reunidos correspondem a 20 intervenções feitas no dia 29 de Setembro de 2012, numa sessão a que muita gente assistiu e que assinalou o 3º ano de abertura ao público da Casa da Achada – Centro Mário Dionísio. Durou das três e meia às sete e meia da tarde. A ordem em que aparecem aqui é a mesma que aconteceu na sessão. Cada um dos convidados foi pedindo a palavra.
Estava prevista a publicação das intervenções. A tentativa de um «primeiro manifesto». A várias vozes.
Os textos são agora ponto de partida para um debate de questões que nos afligem e que se estenderá a todos os que quiserem entrar nele, tenham ou não intervindo na «maratona» de 29 de Setembro.

Participaram: Ariana Furtado, João Rodrigues, Miguel Serras Pereira, Pedro Rodrigues, Regina Guimarães, Luís Miguel Cintra, Miguel Castro Caldas, Luiz Rosas, António Loja Neves, Rui Canário, Maria Alzira Seixo, Pitum Keil do Amaral, Diana Dionísio, Pedro Soares, Youri Paiva, Saguenail, Rui-Mário Gonçalves, Natércia Coimbra, Maria João Brilhante, Vítor Silva Tavares.

para continuar a pensar e a falar pelos meses fora
preço: o que cada comprador entender que deve dar

Sábado, 15 de Dezembro
18h: BALANÇO DE 2012. COMO FAZER EM 2013?
– Reunião anual dos Amigos da Casa da Achada, aberta ao público.

A reunião de Amigos está convocada – e é aberta a todos, mesmo aos que não se fizeram (ainda) Amigos da Casa da Achada mas que por cá apareçam.
É importante para a sobrevivência da Casa da Achada, falarem e proporem os que estão mais ligados a ela: sobre o que se fez (e não fez) e sobre o que se poderá continuar a fazer com os poucos meios que temos. E são também importantes, é claro, as ajudas.
Por isso, apelamos às vossas (boas) vontades, e saberes, e experiências, e desejos.
Gostaríamos muito que todos os Amigos da Casa da Achada pudessem aparecer no Fim-de-Semana Diferente, pelo menos para participar nesta reunião anual, com ideias, com críticas, com sugestões, com opiniões.

Ler aqui o texto completo da convocatória.

Domingo, 16 de Dezembro
11h: 28 ARTISTAS AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO
– Visita guiada à exposição por Eduarda Dionísio.

A exposição reconstitui as paredes da casa de Mário Dionísio e Maria Letícia, com obras de pintura, desenho e escultura, pertencentes ao espólio de Mário Dionísio, da autoria de vários artistas: Abel Salazar, Álvaro Cunhal, António Augusto de Oliveira, António Cunhal, Avelino Cunhal, Betâmio de Almeida, Boris Taslitsky, Cândido Costa Pinto, Cândido Portinari, Carlos de Oliveira, Carlos Scliar, Cipriano Dourado, Germano Santo, João Bailote, Joaquim Arco, Jorge de Oliveira, José Huertas Lobo, José Joaquim Ramos, José Júlio, Júlio, Júlio Pomar, Júlio Resende, Manuel Filipe, Manuel Ribeiro de Pavia, Maria Barreira, Raul Perez, Rogério de Freitas e Vieira da Silva.

 

 

 


Domingo, 16 de Dezembro
15h30: O NATAL ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS
Oficina orientada por Irene van Es e Lena Bragança Gil.

Nesta última oficina deste ano vamos meter as mãos à obra e fazer prendas, brincar com os materiais que há à nossa volta: frascos, tintas, cartões, tecidos, botões, caixas de ovos, madeiras, e por aí fora…


 

 

 

 

 

 

 

Domingo, 16 de Dezembro
18h: CORO DA ACHADA
– actuação com novas e menos novas canções.

O Coro da Achada nasceu em Junho de 2009. Quando se pensava em convidar um coro para cantar na abertura da Casa da Achada, alguém provocou «Porque não fazemos nós um coro?». E fizemos mesmo. Começou a funcionar todas as quartas-feiras às 21h30.

Avançámos com a ideia de um coro que cantasse canções com textos do Mário Dionísio e outras: canções de luta de todo o mundo e de épocas diferentes (na língua original ou traduzidas), algumas canções populares portuguesas, canções pouco cantadas, canções que por alguma razão nos entusiasmam e nos libertam.

Exposições:
28 ARTISTAS AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO
– A exposição junta mais de quarenta obras plásticas de vários artistas do século XX, contemporâneos de Mário Dionísio.

ENCONTRO COM UMA CIDADE QUASE ESQUECIDA (últimos dias), exposição de fotografia documental organizada pelo MEF – Movimento de Expressão Fotográfica.

 

7 a 10 de Dezembro: Joaquim Namorado por António Pedro Pita; oficina «o natal está nas nossas mãos»; leitura de Schmidt; cinema com ‘Os irmãos Karamazov’, lançamento ‘Capicua’

3 de Dezembro de 2012

LANÇAMENTO DE CAPICUA SOBRE MÁRIO DIONÍSIO
Sexta-feira, 7 de Dezembro, 18h

A associação cultural Catalunyapresenta faz a apresentação do quarto número da revista Capicua – uma ponte entre as letras catalãs e portuguesas.

Este quarto número da revista foca com destaque especial os autores Mário Dionísio e Montserrat Roig. Conta, também, com narrativas breves, poesia e ensaio de jovens autores e de outros mais clássicos.

A apresentação estará a cargo de Eduarda Dionísio e Sebastià Bennasar. Ler-se-ão, nas duas línguas, alguns dos textos editados na revista, o Coro da Achada cantará poemas de Mário Dionísio, e para terminar faremos un brinde à literatura com cava (espumante) da Catalunha.

AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO
Joaquim Namorado
Sabádo, 8 de Dezembro, 16h

Nesta 8ª sessão de «Amigos de Mário Dionísio» vamos falar sobre Joaquim Namorado com António Pedro Pita.

«Este Joaquim Namorado que aqui temos de onde veio? Ele mesmo disse na “Invenção do poeta”. Veio da luta: “E, pouco a pouco, surgi / da luta / um outro que agora sou”. A sua vida e o sentimento dela foram para sempre transformados, enformados, recriados pela luta a que para sempre se entregou. Mas acaso esse outro, que a luta redimensionou, deixou de ser um poeta e um escritor? Acaso esse outro poderá furtar-se, sem mutilação indesejável, às responsabilidades que a poesia implica, as quais, se não devem abafar as do homem comum, não devem também por este ser abafadas?»
Mário Dionísio

 

OFICINA O NATAL ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS
Domingo, 9 de Dezembro, das 15h30 às 17h30

Nesta última oficina deste ano vamos meter as mãos à obra e fazer prendas, brincar com os materiais que há à nossa volta: frascos, tintas, cartões, tecidos, botões, caixas de ovos, madeiras, e por aí fora…
Nesta segunda sessão, com Irene van Es e Lena Bragança Gil, vamos continuar a fabricar prendas.

Para todos a partir dos 6 anos. A oficina continua nos domingos 16 e 23 de Dezembro.

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 10 de Dezembro, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas ou que estão relacionadas com A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio.

Após os comentários de Rui-Mário Gonçalves, com projecção de imagens, de Lições do passado de Georg Schmidt, Helena Barradas conclui a sua leitura.

«O texto de Georg Schmidt liga este volume ao primeiro da nossa Histoire de la Peinture Moderne, de Baudelaire à Bonnard, de Maurice Raynal. Para o leitor que não tenha seguido os desenvolvimentos que apresentávamos nessa última obra, ele constitui uma introdução indispensável ao estudo que dedicaremos mais especificamente ao Fauvismo e ao Expressionismo, visto que toda a história da pintura do século XIX se encontra aí resumida numa síntese sugestiva, com as suas correntes principais, as suas tendências, as suas escolas e as personalidades excepcionais que o marcaram, desde Ingres a Bonnard, passando por Delacroix, Courbet, Manet, Monet, Cézanne, Gauguin, Van Gogh e Toulouse-Lautrec.
É só nessa perspectiva que surge o verdadeiro significado dos dois movimentos, o Fauvismo e o Expressionismo, sobre os quais nos debruçamos aqui.»
Texto introdutório de Histoire de la peinture moderne: Matisse, Munch, Rouault, fauvisme et expressionnisme, editado pela Skira em 1950.

CICLO LITERATURA E CINEMA
Segunda-feira, 10 de Dezembro, 21h30

Nesta sessão projectamos Os irmãos Karamazov (1958, 145 min.) de Richard Brooks, a partir da obra de Fiódor Dostoiévski. Quem apresenta é Manuel Wiborg

O cinema é (ou já foi) mais popular que a literatura. O facto é que muito cinema se foi fazendo com a literatura, a partir dela. São muitos e muitos os livros (sobretudo romances de todos os tempos, daqueles tempos em que houve – ou há – romances) transformados em cinema. Uns terão sido desfeitos pelo cinema, outros refeitos. Há quem ache que o cinema pode levar à literatura (e pôr mais gente a ler) e quem ache que é o cinema que a mata.

Este ciclo é uma selecção de filmes feitos a partir de obras literárias, umas mais famosas do que outras, e de várias épocas. Os filmes estão ordenados por ordem cronológica dos livros donde partiram e não da realização dos filmes. Dos mais recentes para os mais antigos. Tentamos assim fazer pensar sobre estas duas linguagens e a sua relação.

Recordamos que Mário Dionísio, homem de literatura, se interessou muito pelo cinema. Escreveu sobre filmes. Daí termos feito um ciclo que se chamou «Filmes de que Mário Dionísio falou». Entendeu que a linguagem da literatura é uma e a do cinema é outra. E é isso que enriquece o mundo e nos enriquece. Só assim se pode continuar a ler romances e a ver filmes com gosto. Mesmo quando o «assunto» é o mesmo.

Ver aqui a programação completa do ciclo.

 

1 a 3 de Dezembro: Oficina «O natal está nas nossas mãos»; leitura de Georg Schmidt; cinema com

29 de Novembro de 2012

OFICINA O NATAL ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS
Domingo, 2 de Dezembro, das 15h30 às 17h30

Nesta última oficina deste ano vamos meter as mãos à obra e fazer prendas, brincar com os materiais que há à nossa volta: frascos, tintas, cartões, tecidos, botões, caixas de ovos, madeiras, e por aí fora…
Nesta primeira sessão, com Irene van Es e Lena Bragança Gil, vamos pintar pequenos objectos de gesso.

Para todos a partir dos 6 anos. A oficina continua nos domingos 9, 16 e 23 de Dezembro.

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 3 de Dezembro, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas ou que estão relacionadas com A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio.

Nesta sessão continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, de Lições do passado de Georg Schmidt, que foi director do Museu de Belas-Artes da Basileia. Quem lê é Rui-Mário Gonçalves.

«O texto de Georg Schmidt liga este volume ao primeiro da nossa Histoire de la Peinture Moderne, de Baudelaire à Bonnard, de Maurice Raynal. Para o leitor que não tenha seguido os desenvolvimentos que apresentávamos nessa última obra, ele constitui uma introdução indispensável ao estudo que dedicaremos mais especificamente ao Fauvismo e ao Expressionismo, visto que toda a história da pintura do século XIX se encontra aí resumida numa síntese sugestiva, com as suas correntes principais, as suas tendências, as suas escolas e as personalidades excepcionais que o marcaram, desde Ingres a Bonnard, passando por Delacroix, Courbet, Manet, Monet, Cézanne, Gauguin, Van Gogh e Toulouse-Lautrec.
É só nessa perspectiva que surge o verdadeiro significado dos dois movimentos, o Fauvismo e o Expressionismo, sobre os quais nos debruçamos aqui.»
Texto introdutório de Histoire de la peinture moderne: Matisse, Munch, Rouault, fauvisme et expressionnisme, editado pela Skira em 1950.

CICLO LITERATURA E CINEMA
Segunda-feira, 3 de Dezembro, 21h30

Nesta sessão projectamos Morte em Veneza (1978, 117 min.) de Luchino Visconti, a partir da obra de Thomas Mann.
Quem apresenta é Gabriel Bonito.

O cinema é (ou já foi) mais popular que a literatura. O facto é que muito cinema se foi fazendo com a literatura, a partir dela. São muitos e muitos os livros transformados em cinema. Uns terão sido desfeitos pelo cinema, outros refeitos. Há quem ache que o cinema pode levar à literatura (e pôr mais gente a ler) e quem ache que é o cinema que a mata.
Este ciclo é uma selecção de filmes feitos a partir de obras literárias, umas mais famosas do que outras, e de várias épocas.  Tentamos assim fazer pensar sobre estas duas linguagens e a sua relação.
Mário Dionísio, que muito pensou e escreveu sobre a literatura e o cinema, entendeu que a linguagem da literatura é uma e a do cinema é outra. E é isso que enriquece o mundo e nos enriquece. Só assim se pode continuar a ler romances e a ver filmes com gosto. Mesmo quando o «assunto» é o mesmo.

EXPOSIÇÃO «MÁRIO DIONÍSIO – VIDA E OBRA» NO PORTO
de 1 a 15 de Dezembro | inauguração: 1 de Dezembro, 16h
Duas de Letra, Porto

A Casa da Achada vai pela primeira vez ao Porto! Na galeria café Duas de Letra apresenta a exposição itinerante «Mário Dionísio – Vida e Obra», composta por 13 painéis biográficas com reprodução de documentos, obras de arte e várias informações. Na inauguração canta o Coro da Achada.

 

3º Aniversário da Casa da Achada

25 de Setembro de 2012

3º ANIVERSÁRIO DA CASA DA ACHADA
Sábado, 29 de Setembro, a partir das 15h

Nesta data faz 3 anos que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio abriu as portas a toda a gente, e faz 4 anos que se formou como associação. É um dia como os outros, mas também um dia especial, e por isso será um dia preenchido com discussões, coisas novas para ver e ouvir.

Às 15h começa uma maratona de intervenções de amigos e colaboradores da Casa da Achada sobre a sociedade, a actividade cultural e a arte que temos, não temos, desejamos ou sofremos, a que chamámos «Máscaras, prisões, liberdades e cifrões».

Quem vai tomar a palavra: Ariana Furtado, António Loja Neves, Diana Dionísio, João Rodrigues, Jorge Silva Melo, Luis Miguel Cintra, Luiz Rosas, Maria Alzira Seixo, Maria João Brilhante, Miguel Castro Caldas, Miguel Serras Pereira, Natércia Coimbra, Pedro Rodrigues, Pedro Soares, Pitum Keil do Amaral, Regina Guimarães, Rui Canário, Rui-Mário Gonçalves, Serge Abramovici (Saguenail), Vítor Silva Tavares, Youri Paiva.

Depois das discussões é altura, pelas 19h, de olhar com maior atenção para a exposição que vamos inaugurar neste dia: «Artistas amigos de Mário Dionísio – reconstituição das paredes duma casa». Nesta exposição mostramos obras de artistas de várias correntes, pertencentes ao espólio de Mário Dionísio e que lhe foram oferecidas-

A exposição conta com obras de Abel Salazar, Álvaro Cunhal, António Augusto de Oliveira, António Cunhal, Avelino Cunhal, Betâmio de Almeida, Boris Taslitsky, Cândido Costa Pinto, Cândido Portinari, Carlos de Oliveira, Carlos Scliar, Cipriano Dourado, Germano Santo, João Bailote, Joaquim Arco, Jorge de Oliveira, José Huertas Lobo, José Joaquim Ramos, José Júlio, Júlio, Júlio Resende, Manuel Filipe, Manuel Ribeiro de Pavia, Maria Barreira, Raul Perez, Rogério de Freitas e Vieira da Silva.

À noite, às 21h, vamos ouvir o Coro da Achada cantar, incluíndo algumas canções novas a partir de poemas de Mário Dionísio.

MÁSCARAS, PRISÕES, LIBERDADES E CIFRÕES
Sábado, 29 de Setembro, às 15h

Maratona de intervenções de amigos e colaboradores da Casa da Achada sobre a sociedade, a actividade cultural e a arte que temos, não temos, desejamos ou sofremos.

Ponto de partida:
No dia 29 de Setembro a Casa da Achada vai fazer 3 Anos. Em torno do espólio de Mário Dionísio, partindo da sua obra de escritor, pintor, professor, da sua atitude perante a vida e da sua relação com o mundo e com os outros, da obra de outros artistas seus amigos, da quantidade de temas de toda a ordem e de questões que a sua obra convida a pensar e repensar, muita coisa se passou na Casa da Achada com mais ou menos gente presente, mais ou menos interesse, sempre com esforço, mas com muita alegria de trabalhar e de juntar pessoas. É com algum orgulho e até alguma surpresa que nos damos conta do que se fez em 3 anos e da quantidade de gente de áreas diferentes que por aqui passou, participou, se conheceu.

Independentemente da natureza de cada uma das realizações e sem pensar muito nisso, a própria Casa acaba por definir uma «personalidade própria», uma maneira de estar na chamada Cultura que é afinal aquilo que reúne tanta gente diferente e que em tudo se opõe ao «mercado cultural» que, com crise ou sem crise, vai minando a própria ideia, função e lugar da arte, do conhecimento, do pensamento, do prazer, na vida das pessoas, tudo englobando na lógica do dinheiro ou da falta dele. Sentimos que uma das razões principais por que as pessoas gostam de cá vir é justamente por este espaço ser uma ilha de «civilização» no supermercado cultural, e corresponder de forma espontânea e natural afinal a um sentimento político comum a tanta gente, que aqui se sente bem, a uma verdadeira necessidade de encontrar cúmplices de oposição à lógica tecnocrática, inculta, mercantilista, desumana, em que o sistema político em que vivemos nos quer prender.

A «crise» está a tornar em fatalidade uma barbárie que muita gente recusa, e que é decorrente do próprio sistema de valores sobre o qual a sociedade agora se rege; o tema da própria progressiva desresponsabilização do Estado pela actividade cultural muitas vezes encobre a interiorização na vida artística dos critérios de mercado ou a ignorância a que os sistemas educativos condenam a actividade intelectual.

Já que a Casa da Achada tem juntado tanta gente solidária neste sentimento de oposição, pensámos que seria oportuno celebrar os seus 3 anos de existência com uma tomada de posição, uma tentativa de primeiro manifesto. Pensámos que podíamos programar uma maratona de pequenas intervenções de 10 minutos de colaboradores da Achada, pessoas de muitas áreas diferentes e de diferentes idades, em que, cada um à sua maneira desse conta do mal-estar que sente na vida cultural, fizesse um diagnóstico de erros, desse sugestões, falasse das relações do dinheiro com a prática, das aspirações, dos problemas de formação artística, de cultura e educação, cultura e escola, desencantos e alegrias, formas de organização. Gostaríamos de reunir testemunhos pessoais ou colectivos, pequenos textos que no seu conjunto acabassem por dar conta de como a vida política afecta a actividade cultural e como a vida cultural pode ou não influenciar a vida política nesta já segunda década do século XXI e ser ela própria actividade política prioritária. Com o mesmo carácter livre e espontâneo com que tanta gente tem colaborado nas actividades da Casa, seria uma tentativa de prestar testemunho de como na Casa da Achada existe, em cada momento de trabalho, em cada conversa, em cada sessão em que participamos, um ideal de vida que é contrário ao que as democracias europeias estão a querer solidificar mas que gostaríamos que cada vez mais recusassem.

A Casa da Achada não corresponde a nenhum dos modelos culturais previstos. Em vez de isso nos empurrar para uma atitude defensiva, gostaríamos de a afirmar como vontade de criação de um espaço de combate ou de afirmação de alternativas. Desafiamo-lo a ser um dos que na tarde de dia 29 tomasse a palavra. A ideia seria dedicar a tarde a essa sequência de intervenções e conseguir depois editar como livrinho esse conjunto de textos. Jantaríamos por lá e ainda cantaria o Coro da Achada.

EXPOSIÇÃO: ARTISTAS AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO
pintura e desenho do século XX
Sábado, 29 de Setembro, inauguração às 19h

Com esta exposição quisemos continuar a pôr à disposição das pessoas o espólio de Mário Dionísio.
Desta vez, obras de arte que lhe foram oferecidas, quase todas por quem as fez.
Juntam-se, assim, 28 artistas, todos do século xx, de características muito diferentes. O que têm em comum é terem vindo das paredes (poucos das gavetas) de uma mesma casa: a de Mário Dionísio e de Maria Letícia, na Av. Elias Garcia, em Lisboa. E quase todas ficaram emolduradas como estavam lá.
Por isso, chamámos a esta mostra reconstituição das paredes duma casa. O que não é bem verdade: algumas (poucas) obras têm molduras novas; havia nessa casa muitas outras peças nas paredes, nomeadamente quadros de Mário Dionísio; não estavam dispostas lá como nos pareceu interessante fazer aqui.

É que, além de disponibilizar uma «fatia» da arte portuguesa (e não só) do século xx, nem toda bem conhecida e parte dela esquecida, quisemos organizá-la de forma a que se entendessem as (diferentes) relações de Mário Dionísio com os seus autores. Ou seja, porque é que teriam ido parar àquela casa e porque é que Mário Dionísio as teria tido sempre diante dos olhos, nalguns casos a vida inteira.
– Os três diabos em pessoa(s) são, como lhes chama Mário Dionísio, os responsáveis por esse «novo amor» (a pintura) que nasceu nele nos primeiros anos 40: Álvaro Cunhal, José Huertas Lobo e António Augusto de Oliveira, cabo-verdiano (havemos de conseguir mais informações sobre ele).
– As Exposições Gerais de Artes Plásticas – uma luta contra a ditadura é a secção maior: reúne obras (de características muito diversas) de companheiros (de várias idades, de várias estéticas») dessas exposições de que Mário Dionísio foi em 1946 um dos principais responsáveis e que abandonou antes do fim, em 1954. E dois deles faltam aqui: foram parar à secção «Os quatro júlios» (José Júlio e Júlio Pomar).
– Encontros em Paris – que realismos? só inclui estrangeiros, encontrados «fora de portas», todos eles entrevistados por Mário Dionísio (as entrevistas com Portinari não estão editadas em Encontros em Paris), pouco tempo antes de a «polémica do neo-realismo» rebentar nas páginas da Vértice.
– Os quatro júlios junta quatro pintores sobre os quais Mário Dionísio escreveu mais do que sobre muitos outros, mesmo quando as coincidências de linguagem e os itinerários políticos não pareciam grandes (Júlio, Júlio Resende). Nos quatro casos, interesse e admiração bem à vista, da sua parte.
– Encontros vários é o conjunto mais ecléctico e talvez invulgar: nasceu da multiplicidade de encontros de que as vidas se fazem. Quase nenhum de «acaso» – cumplicidades literárias e/ou artísticas totais, ou prolongadas ou ocasionais, encontros de férias, familiares, de trabalho, editoriais…
Destes aqui reunidos Mário Dionísio só não terá conhecido António Cunhal.

Muitos dos artistas presentes nestas paredes são «amadores». Os tais que «entre outras coisas, pintam». Como Mário Dionísio.
Foi para a Casa da Achada um desafio bem grande pôr lado a lado obras dessas gentes várias (maravilhadas com o mundo e maravilhosas nas suas vidas e nas suas artes) e obras de pintores «profissionais», alguns deles com lugar na História da Arte (até mundial) e outros que poderão vir a tê-lo – em breve ou daqui a muito tempo. Sabe-se lá.

CANÇÕES PELO CORO DA ACHADA
Sábado, 29 de Setembro, às 21h

O Coro da Achada nasceu em Junho de 2009. Pensou-se convidar um coro para cantar na Semana de Abertura do Centro Mário Dionísio (entre 29 Setembro e 5 de Outubro de 2009). Alguém provocou: «Porque é que não fazemos nós um coro?» E fizemos mesmo. Começou a funcionar todas as quartas-feiras às 21h30. O Centro Mário Dionísio ainda não estava aberto ao público, começámos a ensaiar ainda com as obras a decorrer.

Avançámos com a ideia de um coro que cantasse canções com textos do Mário Dionísio e outras: canções de luta de todo o mundo e de épocas diferentes (na língua original ou traduzidas), algumas canções populares portuguesas, canções pouco cantadas, canções que por alguma razão nos entusiasmam e nos libertam.

Para o 3º aniversário da Casa da Achada, o Coro da Achada preparou novas canções, para além das que já existem no seu repertório, a partir de poemas de Mário Dionísio, Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira.

 

IV Feira da Achada

8 de Julho de 2012

A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio organiza a IV Feira da Achada para angariação de fundos da associação. Onde, desde há três anos, a entrada e tudo o que é feito é gratuito para todos. Os tempos vão maus e os apoios também. Por isso, a participação nesta feira é importante.

Na feira há venda de livros de várias alturas e assuntos, de objectos com marca de época, de ontem e de hoje, de brinquedos, de plantas, e de outras coisas variadas. Neste ano vamos ter, também, uma animada banca de rifasA partir das 12h há comes e bebes para todos os gostos.

Também estarão à venda, no terraço da Casa da Achada, obras de arte. Para além das obras de arte que temos disponíveis a preços especiais, foram-nos há pouco oferecidos cinco desenhos de Alice Jorge.

Como as ideias da Casa da Achada, e as ideias de Mário Dionísio sobre cultura, não são as da compra e da venda, esta feira tem várias actividades organizadas para o dia:

11hVisita guiada pela exposição, de textos de Regina Guimarães a partir de pinturas e desenhos de Mário Dionísio, «Ver agora melhor o mais distante», por Eduarda Dionísio, com leituras de textos;

A partir das 15h – actividades de animação e de fabrico:
«A marcha almadanim»
de Manuel da Fonseca pelos alunos do 1º ano da Escola do Castelo;
Momentos musicais com Rini Luyks e dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS;
Espectáculo «Máquina reprodutora, borralheira, princesa e secretária tiram férias e roem a corda» com Daniela Gama, Diana Dionísio e Susana Baeta;
Oficina de marcadores com Marta Raposo;
e outras coisas mais…

18h – Canta o Coro da Achada.

– e a partir das 11h, há ainda a exposição de 40 fotografias tiradas durante a oficina de fotografia «Inquérito ao bairro» no mês de Junho.

 

5 a 9 de Julho: A Guerra Civil de Espanha na fronteira; Carlos de Oliveira; oficina das palavras às músicas; leituras da polémica do neo-realismo; cinema ao ar livre com ‘Orgia dourada’; homenagem a Constante Augusto Cardanha; ‘Caruma’ de Manuel Cintra

4 de Julho de 2012

HISTÓRIAS DA HISTÓRIA
A Guerra Civil de Espanha
Sexta-feira, 6 de Julho, 18h

Neste ciclo, «histórias da História», conversaremos sobre efemérides da História, contemporâneas de Mário Dionísio, pensando sempre também no que se passa hoje. Porque há coisas de que se fala hoje – como a tão badalada «crise» – que não são coisas novas, algumas nunca deixaram de existir, outras ressurgiram em sítios e alturas diferentes. Já falámos sobre a ascenção de Hitler ao poder, sobre a Comuna de Paris e sobre as «aparições» de Fátima.

Nesta sessão vamos falar sobre a Guerra Civil de Espanha vivida nas populações de fronteira em Julho de 1936, com Paula Godinho.

AMIGOS DE MÁRIO DIONÍSIO: CARLOS DE OLIVEIRA
Sábado, 7 de Julho, 16h

Nesta 7ª sessão de «Amigos de Mário Dionísio» vamos falar sobre Carlos de Oliveira.

Sobre a sua vida e obra literária vão falar Gastão Cruz, Manuel Gusmão, Nuno Júdice e Rosa Maria Martelo. Haverá leituras de textos de Carlos de Oliveira por Antonino Solmer, Diogo Dória, Jorge Silva Melo e Luís Miguel Cintra. O Coro da Achada cantará canções com letra de Carlos de Oliveira e outras.

Haverá também uma pequena exposição biográfica com livros e pinturas.

«Quem alguma vez leu a poesia de Carlos de Oliveira passou a ser certamente um seu assíduo leitor. Já uma vez lhe chamei rico herdeiro de Raul Brandão. E é-o muitas vezes. Mas, visto o problema com maior latitude, o caso de Carlos de Oliveira é o de uma autêntica vocação literária. Com um pouco de tinta e de papel põe de pé uma personagem, cria uma assombração, desencadeia uma tempestade. Há mais meia dúzia de casos des tes entre nós, de hábeis dominadores da palavra atravessando a mesma facilidade prodigiosa de erguer florestas nas pontas dos dedos e o mesmo perigo de não chegarem a dar às suas belas construções mais consistência e duração que a das maravilhosas bolas de sabão da nossa infância. Não considero isto um atributo certo, mas apenas um perigo com que temperamentos manifestamente favorecidos pela fortuna literária, como o de Carlos de Oliveira, têm de contar. Carlos de Oliveira faz o que quer das palavras (vejam-se os seus versos) e produz verdadeiras páginas de antologia – no sentido positivo, sempre que certo automatismo estilístico o não atraiçoa, o que felizmente é raro. É preciso, contudo, que elas não façam dele o que ele não quiser.»
Mário Dionísio, «Pequenos burgueses, romance de Carlos de Oliveira» (Vértice, 1949)

OFICINA DAS PALAVRAS ÀS MÚSICAS
Domingo, 8 de Julho, das 15h30 às 17h30

Nos domingos do mês de Julho, com excepção do dia 15, com Cristina Mora, vamos partir das palavras para chegar à música.

Trata-se de estimular a percepção auditiva e a prática musical. Os instrumentos preferenciais de trabalho são a voz e as palavras (palavras isoladas, sequências de palavras, pequenos textos) e trabalhar o ritmo, a melodia a harmonia, o timbre, a textura…

Para todos a partir dos 6 anos.

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 9 de Julho, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão começa a leitura comentada, por Miguel Cardoso e Miguel Castro Caldas, de textos da polémica do neo-realismo publicados na revista Vértice em 1952-54. Após a leitura de textos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva , vamos ler «O sonho e as mãos» de Mário Dionísio, «Cinco notas sobre forma e conteúdo» de António Vale (aliás Álvaro Cunhal) e duas cartas, uma de Mário Dionísio e outra de Fernando Lopes-Graça.

«Quando arrumamos (não fazendo mais afinal que desarrumá-los…) os homens para um lado e os artistas para outro, estamos já em pleno falseamento da vida. Já aceitámos o pobre paradoxo de uma arte sem vida e de uma vida sem arte. Já esvaziámos do seu rico conteúdo a vida e a arte. Já partimos vergonhosamente ao ataque dessa esfera tão permanente e íntima da criação do homem que por ela é possível reconstituir épocas, regiões de que todo o resto se perdeu, dessa voz incansável com a qual, pelos séculos fora, através de todas as circunstâncias e apesar de todas as circunstâncias, o homem se recusa a desistir, desse espelho precioso, cuja imagem é já acção, desse calor humano tão essencialmente resistente que permanece e progride até nos brinquedos das cornamusas e crotalos de Eugénio de Castro, do lampadário de cristal de Jerónimo Baía. Se o fazemos, se barulhentamente queremos afastar do nosso caminho os problemas da arte (e são tantos, tão variados e autênticos), porque vimos então lepidamente, por outra porta, a querer criar uma nova arte, fora dos domínios da sua problemática e da sua linguagem, como se ela pudesse sair das mangas de um ilusionista?»
Mário Dionísio, «O sonho e as mãos» (Vértice, vol. XIV, n.° 124, Janeiro de 54 e n.°125, Fevereiro de 54)

CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE: QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA
Segunda-feira, 9 de Julho, 21h30

Os tempos vão maus. Uns choram e outros cantam. Por aqui, continuamos a mostrar o que alguns fizeram nas vidas que foram tendo. Este ciclo de cinema, porque é verão e ao ar livre, tem muita música – que a música é uma boa forma de dizer coisas. É bom ouvir música ao ar livre. E ver o mundo enquanto se ouve música. E pensar. Nas vidas dos outros e nas nossas – as de cada um e também na da Casa da Achada. E falar depois de ter ouvido cantar. Um alívio uma vez por semana, quando o cerco é grande..

Nesta segunda sessão deste ciclo projectamos Orgia dourada (Gold diggers of 1933, 1933, 97 min.) de Mervin LeRoy.
Quem apresenta é João Pedro Bénard.

OUTRAS ACTIVIDADES:

 

HOMENAGEM A CONSTANTE AUGUSTO CARDANHA
Quinta-feira, 5 de Julho, 18h

Nesta sessão de homenagem a Constante Augusto Cardanha, organizada por Leonor Abecassis e pelo editor José Frade (Lusociência), acontece o lançamento de Constante Augusto Cardanha – Um homem de Trás-os-Montes e artista improvável e uma pequena exposição de suas obras.

A exposição pode ser visitada até ao dia 10 de Julho.

CARUMA DE MANUEL CINTRA
Domingo, 8 de Julho, 18h30

Nesta sessão de divulgação de Caruma de Manuel Cintra, o seu mais recente livro de poemas, haverá leituras por Maria d’Aires e Manuel Cintra, com a banda sonora, de Alberto Iglesias, do filme Hable con ella de Pedro Almodovar, e uma sessão de autógrafos.

 

15 a 18 de Junho: Paula Morão fala de ‘Só’ de António Nobre; oficina de fotografia; leitura de textos da polémica do neo-realismo; cinema com ‘Um rei em Nova Iorque’ de Chaplin; exposição ‘Deus no telhado e os novos anjos’ com conversas, teatro e música na Glória do Ribatejo

18 de Junho de 2012

LIVROS DAS NOSSAS VIDAS:
de António Nobre
Sexta-feira, 15 de Junho, 18h

Nesta sessão Paula Morão vem falar sobre de António Nobre.

É a 25.ª sessão de uma série com periodicidade mensal, a partir de livros e autores referidos por Mário Dionísio num depoimento sobre «Os livros da minha vida».

«Creio difícil um português, muito particularmente de hoje, despegar-se em absoluto da atmosfera afectiva inconfundível que Nobre exprimiu e não encontrar nela muito de si mesmo, apesar das diferenças de época, de ideologia, de atitude que o separem dele. Há uma voz mais funda que ali fala. E tudo o que esse poeta trouxe à nossa linguagem poética, desde a irreverência perante a métrica tradicional à ousadia vocabular – anúncio de prosificação – foi importante de mais para que o consideremos definitivamente alheio ao que ainda buscamos.»
Resposta de Mário Dionísio a um inquérito no Centenário de António Nobre, publicado na Seara Nova nº 1465 em Novembro de 1967.

OFICINA DE FOTOGRAFIA
Inquérito ao bairro
Domingo, 17 de Junho, das 15h30 às 17h30

Na oficina deste mês, com Youri Paiva e outros, vamos fotografar o bairro onde fica a Casa da Achada – São Cristóvão – e as redondezas. As pessoas, as casas, as obras, o que apetecer pode ser fotografado.

Para todos a partir dos 10 anos. Quem tiver uma máquina fotográfica – seja ela qual for – que a traga, mas quem não tiver pode fotografar com a máquina que cá temos.

CICLO A PALETA E O MUNDO III
A polémica do neo-realismo
Segunda-feira,  18 de Junho, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão continuamos a leitura comentada, por Marta Raposo e Susana Baeta, de textos da polémica do neo-realismo, em particular dos artigos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva na revista Vértice em 1952.

Numa nota de Mário Dionísio na sua Autobiografia (1987) está enumerada uma lista de textos sobre esta polémica:

«Entretanto, ao leitor interessado na vulgarmente chamada “polémica interna do neo-realismo”, será indispensável conhecer estes dois grupos de textos, todos eles publicados na revista Vértice, de Coimbra:
I. polémica António José Saraiva – João José Cochofel: Cochofel, «Notas soltas acerca da arte, dos artistas e do público» (Vol. XII, N.° 107, Julho de 52, pp. 343-349); Saraiva, «Problema mal posto» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 495-499); Cochofel, «Problema falseado» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 500-504); Saraiva, «Comentários — A propósito dum lugar comum» (Vol. XIV, N.° 128, Maio de 54, pp.286-288); Cochofel, «Uma carta» (Vol. XIV, N.° 130, Julho de 54, pp. 421-422); «Uma carta do nosso co­laborador António José Saraiva» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, p. 569); Redacção, «Encerramento duma polémica» (Vol. XIV, N.° 135, Dezembro de 54, pp. 726-727). II. Mário Dionísio, «O Sonho e as Mãos» (Vol. XIV, N.° 124, Janeiro de 54, pp. 33-37 e N.° 125, Fevereiro de 54, pp. 93-101); António Vale (aliás Álvaro Cunhal), «Cinco no­tas sobre forma e conteúdo» (Vol. XIV, N.° 131-132, Agosto-Setembro de 54, pp. 466-484); «Uma carta do nosso colabo­rador Mário Dionísio» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, pp. 566-568); «Uma carta do nosso colaborador Fernando Lopes Graça» (Vol. XIV, N.° 134, Novembro de 54, pp. 645-646).»

CICLO DE CINEMA
«POLÍTICA UMA VEZ POR SEMANA»
Segunda-feira, 18 de Junho, 21h30

Agora que parece que temos pouco que ver com política, embora ela nos determine a vida quotidianamente, apresentamos o ciclo de cinema «Política uma vez por semana». A política não é só a do poder, ou as vias mais ou menos legais para o alcançar, mas também levantamentos populares, lutas pequenas (ou grandes), revoltas e revoluções, de que a História e as nossas vidas se fazem. É impossível separar a Política da História. E a arte – o cinema incluído – tem política dentro.

Nesta sessão deste ciclo projectamos Um rei em Nova Iorque (1957, 110 min.) de Charles Chaplin. Quem apresenta é Gabriel Bonito.

DEUS NO TELHADO E OS NOVOS ANJOS
Fotografias, conversas, teatro e música

Sábado, 16 de Junho, 15h
Casa do Povo, Glória do Ribatejo

Após ter estado à mostra na Casa da Achada, apresentamos, em colaboração com a Companhia de Teatro Paulo Claro – Rapazes d’Aldeia e a Lega di Cultura di Piadena, a exposição de fotografia «Deus no telhado e os novos anjos» de Giuseppe Morandi, pode ser visitada na Casa do Povo da Glória do Ribatejo (conselho de Salvaterra de Magos).

A exposição é constituída por meia centena de retratos – feitos ao longo de meio século – de homens, mulheres, crianças, gente vulgar – italianos, africanos, indianos -, que, uma vez fotografada, deixa de ser vulgar e nos faz pensar. São cenas de quotidiano e cenas de festa na Baixa Padana.

No dia de abertura da exposição, 16 de Junho, a partir das 15h, vão acontecer muitas actividades diferentes:
16h00: Conversa sobre a exposição com Jorge Silva Melo e Eduarda Dionísio;
17h00: Leitura e interpretação de Jorge Silva Melo de Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver de Jorge Silva Melo, a partir de «Michael Kolhaas» de Heinrich von Kleist.
A peça foi estreada em 1997 e interpretada por Paulo Claro, que é homenageado nesta sessão.
18h00: Actuação do Coro da Achada.

Por este motivo a Casa da Achada só terá as portas abertas das 11h às 13h.

 

Hoje a Casa da Achada fecha às 13h porque vamos para a Glória do Ribatejo

16 de Junho de 2012

DEUS NO TELHADO E OS NOVOS ANJOS
Fotografias, conversas, teatro e música
Sábado, 16 de Junho, 15h
Casa do Povo, Glória do Ribatejo

Após ter estado à mostra na Casa da Achada, apresentamos, em colaboração com a Companhia de Teatro Paulo Claro – Rapazes d’Aldeia e a Lega di Cultura di Piadena, a exposição de fotografia «Deus no telhado e os novos anjos» de Giuseppe Morandi, pode ser visitada na Casa do Povo da Glória do Ribatejo (conselho de Salvaterra de Magos).

A exposição é constituída por meia centena de retratos – feitos ao longo de meio século – de homens, mulheres, crianças, gente vulgar – italianos, africanos, indianos -, que, uma vez fotografada, deixa de ser vulgar e nos faz pensar. São cenas de quotidiano e cenas de festa na Baixa Padana.

No dia de abertura da exposição, 16 de Junho, a partir das 15h, vão acontecer muitas actividades diferentes:
16h00: Conversa sobre a exposição com Jorge Silva Melo e Eduarda Dionísio;
17h00: Leitura e interpretação de Jorge Silva Melo de Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver de Jorge Silva Melo, a partir de «Michael Kolhaas» de Heinrich von Kleist.
A peça foi estreada em 1997 e interpretada por Paulo Claro, que é homenageado nesta sessão.
18h00: Actuação do Coro da Achada.

Por este motivo a Casa da Achada só terá as portas abertas das 11h às 13h.

 

24 a 28 de Maio: Oficina de tradução; leituras da polémica do neo-realismo; cinema com ‘Stavisky, o grande jogador’; fim da exposição «Deus no telhado e os novos anjos»; Mário Dionísio, social e político, em Alhos Vedros; lançamento da AJA

21 de Maio de 2012

OFICINA DE TRADUÇÃO
Domingo, 27 de Maio, das 15h30 às 17h30

Em três sessões orientadas por três pessoas diferentes vamos aprender e partilhar técnicas de tradução: como escrever, os sentidos das palavras, problemas e pormenores. Depois das sessões orientadas por Miguel Serras Pereira e João Paulo Esteves da Silva, vamos traduzir com Regina Guimarães.

A oficina é para todos a partir dos 16 anos.

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira,  28 de Maio, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão começamos a leitura comentada, por Marta Raposo e Susana Baeta, de textos da polémica do neo-realismo, em particular dos artigos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva na revista Vértice em 1952.

Numa nota de Mário Dionísio na sua Autobiografia (1987) está enumerada uma lista de textos sobre esta polémica:

«Entretanto, ao leitor interessado na vulgarmente cha­mada “polémica interna do neo-realismo”, será indispensável conhecer estes dois grupos de textos, todos eles publicados na revista Vértice, de Coimbra:
I. polémica António José Saraiva – João José Cochofel: Cochofel, «Notas soltas acerca da arte, dos artistas e do público» (Vol. XII, N.° 107, Julho de 52, pp. 343-349); Saraiva, «Problema mal posto» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 495-499); Cochofel, «Problema falseado» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 500-504); Saraiva, «Comentários — A propósito dum lugar comum» (Vol. XIV, N.° 128, Maio de 54, pp.286-288); Cochofel, «Uma carta» (Vol. XIV, N.° 130, Julho de 54, pp. 421-422); «Uma carta do nosso co­laborador António José Saraiva» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, p. 569); Redacção, «Encerramento duma polémica» (Vol. XIV, N.° 135, Dezembro de 54, pp. 726-727). II. Mário Dionísio, «O Sonho e as Mãos» (Vol. XIV, N.° 124, Janeiro de 54, pp. 33-37 e N.° 125, Fevereiro de 54, pp. 93-101); António Vale (aliás Álvaro Cunhal), «Cinco no­tas sobre forma e conteúdo» (Vol. XIV, N.° 131-132, Agosto-Setembro de 54, pp. 466-484); «Uma carta do nosso colabo­rador Mário Dionísio» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, pp. 566-568); «Uma carta do nosso colaborador Fernando Lo­pes Graça» (Vol. XIV, N.° 134, Novembro de 54, pp. 645-646).»

CICLO DE CINEMA «POLÍTICA UMA VEZ POR SEMANA»
Segunda-feira, 28 de Maio, 21h30

Agora que parece que temos pouco que ver com política, embora ela nos determine a vida quotidianamente, apresentamos o ciclo de cinema «Política uma vez por semana». A política não é só a do poder, ou as vias mais ou menos legais para o alcançar, mas também levantamentos populares, lutas pequenas (ou grandes), revoltas e revoluções, de que a História e as nossas vidas se fazem. É impossível separar a Política da História. E a arte – o cinema incluído – tem política dentro.

Nesta sessão deste ciclo projectamos Stavisky – O grande jogador (1974, 120 min.) de Alain Resnais. Quem apresenta é Eduarda Dionísio.

EXPOSIÇÃO «DEUS NO TELHADO E OS NOVOS ANJOS»

Na segunda-feira, 28 de Maio, é o último dia em que poderá ser visitada a exposição de fotografia «Deus no telhado e os novos anjos» de Giuseppe Morandi.

A exposição é constituída por meia centena de retratos – feitos ao longo de meio século – de homens, mulheres, crianças, gente vulgar – italianos, africanos, indianos -, que, uma vez fotografada, deixa de ser vulgar e nos faz pensar. São cenas de quotidiano e cenas de festa na Baixa Padana.

OUTRAS ACTIVIDADES:

CICLO DE CONFERÊNCIAS EM ALHOS VEDROS
Mário Dionísio – Social e Político
com Eduarda Dionísio
Quinta-feira, 24 de Maio, 21h30
Biblioteca Municipal José Afonso, Alhos Vedros

A Casa da Achada, em colaboração com o CACAV – Círculo de Animação Cultural de Alhos Vedros, organiza um ciclo de conferências sobre Mário Dionísio. Nesta última conferência Eduarda Dionísio fala sobre a intervenção social e política de Mário Dionísio.

APRESENTAÇÃO: DESTA CANÇÃO QUE APETEÇO
Sábado, 26 de Maio, 16h
Casa da Achada – Centro Mário Dionísio

O núcleo de Lisboa da AJA – Associação José Afonso organiza o lançamento do catálogo Desta canção que apeteço, sobre a obra discográfica de José Afonso entre 1953 e 1985, já apresentado em Grândola com a participação do Coro da Achada. Esta edição é apresentada por Miguel Gouveia e conta com um momento musical pelo Coro da Achada.

 

25 de Abril na Casa da Achada – Inauguração da exposição «Deus no telhado e os novos anjos»

28 de Abril de 2012

No final da tarde de 25 de Abril a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, em colaboração com a Lega di Cultura di Piadena, abriu as suas portas para mostrar uma nova exposição, «Deus no telhado e os novos anjos» de Giuseppe Morandi.

Neste dia chuvoso as pessoas iam chegando da manifestação do 25 de Abril, que terminava no Rossio, e de outros lados. Enquanto se esperava pela as hora anunciada para a inauguração, às 19h, as pessoas iam conversando e vendo a nova exposição de fotografia.

Pouco passava da hora marcada quando o Coro da Achada cantou duas canções para iniciar a festa: «Coro da Primavera» de José Afonso e «La lega», canção popular italiana. Com a sala da exposição cheia houve uma pequena conversa para receber os visitantesEduarda Dionísio explicou os motivos que levam a Casa da Achada a mostrar uma exposição diferente das anteriores e nesta data (no 25 de Abril, em Itália, comemora-se o fim da II Guerra Mundial e o fim do regime fascista); Giuseppe Morandi falou da emoção que sentiu quando viu a manifestação no Rossio; e ainda falaram Gianfranco Azzali e Paolo Barbaro.

O Coro da Achada voltou a cantar: «Mãos», «Pior que não cantar», «As papoilas», «Tiro-no-liro», «E o asfalto é tão largo», «Canto de esperança», «Encontrei um banqueiro…» e «A semana sangrenta». E, assim, abriram-se as portas do jardim e do terraço para toda a gente poder comer e beber, conversar o que apetecer, ou ver melhor a exposição. A festa ainda durou umas horas, com mais cantos, gaitadas e danças.

Foi também lançada a Ficha 4, o boletim da Casa da Achada, que nesta edição, entre outros, conta com um conjunto de textos sobre a exposição inaugurada, um texto sobre a festa da Lega di Cultura di Piadena de 2012, um texto de Filomena Marona Beja («Uma biblioteca ao virar da esquina»), e dá ainda uma mirada sobre a próxima edição da Casa da Achada – «Ver agora melhor o mais distante – A partir de pinturas e desenhos de Mário Dionísio» de Regina Guimarães. A Ficha 4 traz ainda um suplemento, «Mário Dionísio e o desenho como processo revelador» de Paula Ribeiro Lobo. Também está disponível o catálogo da exposição que inclui textos de Peter Kammerer, Paolo Barbaro e outras informações sobre a exposição, o autor e a Lega di Cultura di Piadena.

No dia seguinte, 26 de Abril, houve uma conversa sobre a exposição – «Olhares sobre os novos anjos» -, que juntou o autor, Giuseppe Morandi, Gianfranco Azzali da Lega di Cultura di Piadena, Paolo Barbaro, Peter Kammerer, Jorge Silva Melo e os fotógrafos André Beja, Camilla Watson, Catarina Botelho e Luís Rocha. Entre histórias das fotografias e dos fotografados, conversas sobre a fotografia social e o retrato de trabalhadores e imigrantes, ficámos a perceber o que move Giuseppe Morandi a fotografar aqueles que conhece bem. André Beja sobre a fotografia de Morandi escreveu um texto no seu blogue, metrografismos.

A exposição pode ser visitada até ao dia 28 de Maio.

 

25 de Abril – Inauguração da exposição «Deus no telhado e os novos anjos»; 26 de Abril – conversa sobre a exposição; 28 de Abril – uma conversa com Jerónimo Franco

23 de Abril de 2012

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO «DEUS NO TELHADO E OS NOVOS ANJOS»
Quarta-feira, 25 de Abril, 19h

A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, em colaboração com a Lega di Cultura di Piadena, apresenta a exposição de fotografia «Deus no telhado e os novos anjos» de Giuseppe Morandi.

A inauguração conta com a presença do autor e o Coro da Achada canta algumas canções do seu repertório. Há comes e bebes, mas tragam um farnel para ajudar.

A exposição é constituída por meia centena de retratos – feitos ao longo de meio século – de homens, mulheres, crianças, gente vulgar – italianos, africanos, indianos -, que, uma vez fotografada, deixa de ser vulgar e nos faz pensar. São cenas de quotidiano e cenas de festa na Baixa Padana. O título nasceu dum poema de Lise Rouillard, escrito em 1986, «que, ao ver um pedreiro a trabalhar em cima dum telhado, exclama «é um deus!».

Mas não é por acaso que escolhemos esta data para a inauguração:

«Dias impossíveis de contar. Não há tempo para isso. A multidão misturada com os soldados e marinheiros. Cravos (onde nasceram tantos cravos?) nas espingardas e nas mãos de toda a gente. Telefonemas, abraços, o “viva Portugal” por toda a parte. Um país diferente. Toda a gente fala com toda a gente, esfusiante, sem medo! A caça aos Pides. A libertação dos presos de Caxias, o regresso dos emigrados (Mário Soares, primeiro, Álvaro Cunhal depois, Piteira Santos virá depois, tantos mais).
Começam as reuniões por todo o lado. No Liceu Camões realizamos a primeira reunião de apoio ao Movimento. Vamos entregar à Junta de Salvação Nacional o nosso documento. Começamos a organizar-nos. Não paro mais. (30.4.74)»
Mário Dionísio, Passageiro Clandestino

NO DIA SEGUINTE, VAMOS CONVERSAR SOBRE A NOVA EXPOSIÇÃO: OLHARES SOBRE OS NOVOS ANJOS
Quinta-feira, 26 de Abril, 18h

Após a inauguração da exposição «Deus no telhado e os novos anjos» de Giuseppe Morandi, acontece uma conversa que olha para esta exposição e que junta muita gente de muitos sítios e áreas diferentes. Para além da presença do autor, juntam-se Gianfranco Azzali,Peter Kammerer,Paolo Barbaro, Jorge Silva Melo; e os fotógrafos André Beja, Camila Watson, Catarina Botelho e Luís Rocha.

«Tal como na famosa canção dos partisans, alguém acorda de manhã e vê. Neste caso, não vê o invasor, mas um deus no telhado. Ele desce ao pátio e dá a boa nova. As fotografias de 1985 mostram Emilio Bosio, pedreiro, incarnação de uma beleza antiga, semelhante às obras-primas da arte italiana. A seu lado, Antonio, deus negro vindo do Níger. Morandi viu-o passar de bicicleta, com aquele estranho chapéu na cabeça. Aproveitou esse instante, pediu-lhe autorização para o fotografar e travou conhecimento com ele. Não se rouba a fotografia a alguém. Até os indianos do campo desportivo conhecem Morandi e aceitam a sua curiosidade como um acto de solidariedade.»
Peter Kammerer (2011)

E ENTRE O 25 DE ABRIL E O 1º DE MAIO, UM ITINERÁRIO POUCO COMUM:
UMA CONVERSA COM JERÓNIMO FRANCO
Sábado, 28 de Abril, 16h

Nesta 13ª sessão de «Itinerários», onde uma pessoa conta o seu percurso pouco comum, vamos conversar com Jerónimo Franco.

Como foi vir duma aldeia para Lisboa aos 11 anos, andar na escola e trabalhar. Como foi fazer a tropa em Moçambique. Como foi trabalhar na TAP e ser presidente do Sindicato dos Metalúrgicos antes do 25 de Abril . Como foi discursar a uma multidão no 1º de Maio de 1974. Como foi fundar o Movimento de Esquerda Socialista e dele sair. Como é ir aprendendo com as pessoas e também nos livros. Como é estar reformado e dividir o tempo entre Lisboa e uma aldeia.

A sessão conta com a projecção de um documentário sobre a luta dos trabalhadores da TAP nos anos 70.

André Spencer e F. Pedro Oliveira para Casa da Achada - Centro Mário Dionísio | 2009-2020