Houve conversas participadas, cantorias, visitas comentadas à exposição, 12 prémios sorteados para 11 vencedores (temos uma amiga com sorte, que ganhou duas vezes), uma oficina onde se fizeram 17 carimbos diferentes, duas rábulas de chorar a rir e o melhor de tudo: muitos encontros.
Pusemos à venda livros velhos e novos, cedês, objectos bonitos, cadernos, jogos, cartazes, coisas que se comem, etc, etc.
Infelizmente, devido a um cartão de memória defeituoso, perdemos a maior parte das fotografias que tirámos. Mas temos estas, que partilhamos convosco.
Na tarde de quinta-feira dia 8 o Frederico Mira George, que também é pintor, preparou uma visita comentada à exposição «Como esta mão, que segura ou se prolonga no pincel» em que nos aguçou as curiosidades e fez ver as cores dos quadros de outra maneira…
Depois houve uma conversa muito participada (mas difícil!) sobre «A intervenção cultural contra os autoritarismos». Fica um agradecimento especial ao João Baía, à Inês Sapeta, ao António Redol, ao Tito Basto, ao Toni, ao Manuel Deniz, ao Claudio Carbone, ao Luiz Rosas e ao Mário Rui Pinto, que prepararam intervenções para esta discussão de quinta-feira à tarde. E a todas as outras pessoas que participaram!
No sábado, dia 10, o coro cantou canções que nunca tinha apresentado em público. E intercalou-as com pequenos textos que também se podiam ler em folhas volantes ilustradas pelo Mateo Vidal.
Ainda nesse dia conversámos com vários fazedores da Agenda Pintalhona 2023: gente da Associação Desportiva e Recreativa O Relâmpago, da Associação Sirigaita, do Pintalhão (casa do Porto que teve a ideia e a levou a cabo) e da Casa da Achada trocaram ideias e histórias sobre como foi fazer este objecto em conjunto, criando ou fortalecendo laços de companheirismo e cumplicidades à distância.
No domingo aprendemos com a Catarina Carvalho uma técnica simples de fazer carimbos com materiais baratos. E usámos alguns para pintar t-shirts. Ficaram uma beleza!
Também no domingo Anota de Rodapé (pseudónimo especial para a ocasião de Diana Dionísio) guiou-nos pela exposição «Como esta mão, que segura ou se prolonga no pincel», dando nota de todas as notas em falta, e que se encontram no Passageiro Clandestino III. Informações que nos fazem ver melhor a pintura de Mário Dionísio.
Obrigada a toda a gente que ajudou a fazer em comum estes dias incomuns. Foram muitas as pessoas que aproveitaram a ocasião para comprar um presente ou fazer-se amigo da Casa da Achada. Obrigada a todas elas!
Foi no domingo 20 de Novembro que estivemos a ouvir este belo programa feito pela Serena Cacchioli propositadamente para esta sessão de escuta na Casa da Achada, sobre Ferreira Gullar e o seu poema sujo.
Soubemos que houve quem quis vir a esta sessão e não conseguiu… e resolvemos publicá-lo, para ainda poder chegar a mais uns ouvidos.
Ouvido de Tísico nº 36: OIÇA GULLAR!
Um podcast realizado por Serena Cacchioli sobre o poeta brasileiro Ferreira Gullar e o seu «poema sujo», pela voz dele próprio e através das vozes de Andrea Ragusa, Itamar Assumpção, Mariana Varela, Rosalvo Acioli Júnior, Tony Scott…
Nas
sessões «Ouvido de Tísico» a proposta é escutar. Fácil? Difícil? Num
mundo que nos quer entupir os ouvidos, nós queremos continuar a fazer
cócegas ao caracol. Ouvir-se-ão textos de vários autores, saladas
musicais, documentos desencantados do Centro de Documentação da Casa da
Achada, discos do princípio ao fim, entrevistas, enfim, de tudo um
pouco. Pode-se ouvir de pé ou sentado, sentado ou deitado. Pode ouvir-se
de olhos fechados ou abertos, abertos ou semicerrados. Pode-se desenhar
enquanto se ouve, ou escrever, ou não fazer mais do que… ouvir.
Obrigado a toda a gente que veio celebrar connosco o 13º aniversário da Casa da Achada – Centro Mário Dionísio. Foi um fim-de-semana à roda dos amigos, dos quadros da nova exposição, dos poemas, dos livros, das conversas e discussões a propósito do diário de Mário Dionísio e sobre o que é o popular. À roda também das canções, umas previstas, outras espontâneas, e até à roda da sorte!
Alguns dos nossos amigos da Lega di Cultura di Piadena vieram de Itália de propósito para festejar connosco a vida da Casa da Achada, os amigos do CACAV atravessaram o Tejo e ofereceram-nos poemas e músicas, e tanta outra gente veio de tantas partes para nos desejar mais anos de vida. Foi muito bom ver-vos!
Obrigado também a quem pôs as quotas de amigo em dia, quem comprou as nossas edições, quem fez donativos, quem trouxe comidas e outras coisas para vendermos. É pela mão dos seus amigos que a Casa da Achada se mantém de pé!
O livro de poemas de Mário Dionísio, Memória dum pintor desconhecido, publicado em 1965, acaba de ser traduzido para francês por Regina Guimarães. Aqui podem encontrar a tradução:
Chegámos quase ao fim de uma caminhada que começámos há anos, quando surgiu a vontade de fazer uma nova «kantata», à semelhança do que foi em 2013 a Kantata de Algibeira (ver aqui).
A ideia era a criação colectiva de um espectáculo, um coro
de vozes, construído por quem não está acostumado a ter voz, que desse a ouvir
as suas inquietações, reflexões e propostas sobre os problemas da habitação, neste
mundo em que as cidades se transformam em tabuleiros de Monopólio.
A busca por financiamentos que não chegaram atrasou o
arranque dos trabalhos. Até que, no fim de 2020, um crowdfunding que teve a participação de cerca de 200 pessoas nos
deu novo alento.
Infelizmente, novas peripécias nos esperavam: primeiro, a
pandemia do COVID, que tudo paralisou; depois, a morte de Margarida Guia,
pessoa fundamental para a realização da anterior Kantata d’Algibeira e que teria também em mãos a construção desta
nova Kantata do Tecto Incerto.
Fomos assim obrigados a reinventar o projecto. Reunimos uma
equipa um pouco diferente da inicialmente pensada e reagendámos os trabalhos.
Em Fevereiro de 2022 demos início a uma série de encontros
entre Luiz Rosas (da associação Cardan, de Amiens, que combate a iliteracia e
cuja Philharmonique des mots inspirou
estas kantatas) e pessoas variadas,
afectadas por problemas de habitação. A partir das conversas geradas, Regina
Guimarães (autora também do texto da Kantata
d’Algibeira) escreveu um libreto.
Em Abril, começaram novos encontros entre algumas daquelas
pessoas e ainda outras, sem experiência de palco, que, orientadas pelos
trabalhos de música e de cena de Nicolas Brites, Pedro Rodrigues e João Caldas,
se envolveram num processo que culminou, em Julho, com a apresentação da Kantata do Tecto Incerto, primeiro no
Teatro S. Luiz, depois no Largo da Achada. Foi ainda apresentada uma fatia da Kantata na associação Sirigaita.
Esta caminhada ainda não chegou ao fim. Por estes dias, a
Casa da Achada está a preparar uma exposição sobre o processo de construção Kantata do Tecto Incerto, que inaugurará
no fim do mês de Julho. Para além disso, o grupo de pessoas que a fez está a
avaliar a possibilidade de poder voltar a reunir-se para novas apresentações a
partir de Setembro.
A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio deseja mais uma vez
agradecer a todos os que tornaram a Kantata
do Tecto Incerto possível. Aos sócios e amigos da Casa da Achada que
tiveram esta vontade, que desenharam e redesenharam planos, que montaram e
ajudaram a divulgar a campanha de crowdfunding,
que propuseram a participação de outros amigos, que trabalharam,
voluntariamente, para a realização desta ideia. A todos os que participaram,
financeiramente, no crowdfunding que
tornou possível a remuneração de alguns dos trabalhos de criação e o pagamento
das despesas de produção. Ao Teatro de S. Luiz que acolheu a estreia do
espectáculo. Finalmente, àqueles que meteram mais as mãos na massa da Kantata: Luiz Rosas, Regina Guimarães,
Nicolas Brites, Pedro Rodrigues, João Caldas, Catarina Carvalho, que se
encarregou de toda a produção, Inês Nogueira, que deu uma “mãozinha” na voz; a
todos aqueles que participaram nas conversas e encontros desta caminhada; e aos
que subiram à cena: Alessandra Esposito, Ana
Baltazar, Ana Gago, Ana Mourão, Ana Paula Silva, Anabela Cardoso, Antonio Gori,
Artur Pispalhas, Camille Bourdeau, Carla Costa, Carla Pinheiro, Carlos
Quintelas, Clara Amaro, Clara Pelotte, Cláudia Oliveira, Fernando Afonso,
Fernando Chaínço, Françoise Bourchenin, Ilda Feteira, Jesús Manuel, João Neves,
Jorge Aurélio, Jorge Ramalho, Julia Geiger, Leonor Domingos Antunes, Maria
Gomes, Maria João Costa, Marlisa Conceição, Olga Germano, Paula Silva, Pedro
Ferreira, Raquel de Castro, Rosa Santos, Rosário Conceição, Rubina Oliveira,
Susana Baeta, Susana Domingos Gaspar, Teresa Mamede, Teresa Valério.
OBRIGADO ao Renato Roque e ao Frederico Mira George pelas duas belas exposições de fotografia e de pintura que inaugurámos no dia 23, sábado.
Foi bom estar à conversa com eles sobre pintura e fotografia, sobre os tamanhos, as cores, os modos de fazer e as ideias das artes. Alguém disse que criar é sempre «a partir de…», neste caso com artes plásticas que brotam da escrita de Carlos de Oliveira e de Mário Dionísio. Encontros de amizades antigas e de hoje. Já agora OBRIGADO também a quem pôs estas exposições de pé desmontando, montando, medindo, furando, pintando, colando.
OBRIGADO a todos os leitores atentos do terceiro volume do Passageiro Clandestino de Mário Dionísio que, na tarde de domingo 24, nos deram vontade de ler também esta nova edição, mais uma vez profusamente anotada por Eduarda Dionísio. Em particular a António Pedro Pita, Luís Bigotte Chorão, Luís Crespo de Andrade, Natércia Coimbra, Raquel Henriques da Silva, Luís Ricardo Duarte e Manuel Nunes que no fim leu um poema de Mário Dionísio em que a protagonista é a máquina de escrever. Leiam este Passageiro Clandestino e vão perceber!…
OBRIGADO ao Coro e ao Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada que fizeram um espectáculo sobre o 25 de Abril com palavras, músicas e até cartazes feitos à mão… E tanta gente a ver e a cantar também!
OBRIGADO aos CASAL DO LESTE que ofereceram um concerto fora do vulgar. Terá sido punk neo-realista, rock libertário ou pop literário? Certo ´é que fez faíscas no corpo e na cabeça das mil pessoas que por ali passaram.
OBRIGADO também a quem preparou terreno, tratou de comidas e bebidas, a quem ajudou em tudo e mais alguma coisa e fez com que fosse um momento transbordante de encontros e reencontros.
25 de Abril sempre! Vê-se agora melhor o mais distante?
Durante o mês de fevereiro, ouvimos muitas pessoas e grupos de pessoas sobre habitação e direito à cidade. Essas palavras alimentaram a escrita de um texto pela Regina Guimarães.
Estamos agora a convidar as pessoas que o inspiraram e outras interessadas neste projecto para um novo encontro, a fim de começarmos a conhecer e explorar esse texto. Podemos mesmo chamar a esse ajuntamento primeiro ensaio da Kantata do Tecto Incerto! Terá lugar já no próximo domingo, dia 10 de abril, às 17h na Casa da Achada.
Este será o primeiro de vários encontros para trabalhar o texto, experimentar sonoridades com os nossos músicos e ensaiar a metamorfose dessas matérias em cantata*. Pode-se aparecer sem compromisso, mas o agendamento do processo de trabalho que imaginámos é o seguinte: dois ensaios semanais (um à quinta-feira à noite, outro ao sábado à tarde), de maneira a que as pessoas possam vir pelo menos a um deles por semana, durante os meses de Abril, Maio e Junho.
Em Abril
haverá algumas variações em relação a este calendário e os ensaios, em
princípio, serão só nestes dias:
– Domingo 10 abril 17h – 19h – Sexta 15 abril 20h30 – 23h – Sábado 16 abril 16h – 19h – Quinta 28 abril 20h30 – 23h – Sábado 30 abril 18h – 21h
Vem e traz
aquela pessoa a quem participar nisto connosco faria mesmo bem!
* Palavra de origem italiana que designa uma composição vocal, por vezes coral, religiosa ou profana, e compreendendo, em geral, vários andamentos.
A perda é
tremenda para a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, de que foi fundador em
2008, a cujos corpos gerentes pertenceu, e que ajudou a construir escrevendo
textos, participando em conversas e debates, apresentando filmes, dando ideias.
Jorge Silva Melo foi aluno de Mário Dionísio no Liceu Camões – ver aqui um dos textos que escreveu sobre como isso o marcou. Leu textos de Mário Dionísio em voz alta. Escreveu sobre a sua obra. Fez o Prefácio a Poesia Completa (2016). Conviveu com o professor que admirava, em diversas ocasiões.
Grande amigo de Eduarda Dionísio, que esteve com ele em vários projectos colectivos. Entre eles, a viagem colectiva de estudantes ao Festival de Teatro de Avignon (1968), o Grupo de Teatro da Faculdade de Letras (1969), a revista Crítica (1971-1972), a campanha eleitoral do PSR (como independentes) para o Parlamento Europeu e o jornal «Combate» (1987), a fundação da Abril em Maio – associação cultural (1994), além da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio.
A partir do conto de Mário Dionísio «Assobiando à vontade» (1944), Inês Nogueira e Artur Pispalhas voltam a contar-nos este conto desta vez com a participação especial de Pedro e Diana e Carlos «Zíngaro».
Sabemos da morte do Padre Mário e lembramo-nos das várias vezes que veio à Casa da Achada. E aqui deixamos um registo em vídeo de uma dessas vezes, uma sessão da rubrica «Itinerários» (em 27 de Outubro de 2012), em que contou a sua vida:
Caros amigos cujo contributo vai possibilitar a criação da KANTATA DO TECTO INCERTO, pedimos desculpa pelo nosso longo silêncio.
A Margarida Guia, encenadora e sonoplasta a quem, na sequência do seu extraordinário trabalho no âmbito da KANTATA DE ALGIBEIRA, fora confiada a direcção artística desta nova peça musical, faleceu a 19 de julho de 2021.
Não encontramos palavras capazes de descrever o doloroso sentimento de perda da amiga, da companheira de estrada e da artista sui generis que até há bem pouco tempo nos deixou incapazes de reagir e decidir quanto ao rumo da KANTATA DO TECTO INCERTO.
Definidos que foram finalmente os moldes de continuação dum projecto que a Margarida Guia faria questão de ver realizado, vimos por este meio convidar-vos para a sessão que marcará o arranque dos trabalhos. Terá lugar na Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, no dia 12 de Fevereiro, às 18 horas. A partir de imagens e sons, conversaremos acerca do imenso desafio que temos pela frente.
Vinde numerosos. Precisamos do calor da vossa presença. Saudações poéticas e políticas e votos dum bom e belo 2022
Aqui publicamos o programa RÁDIO NA ACHADA, que passou na sexta-feira 21 de Janeiro às 21h e no sábado 22 de Janeiro às 17h, na Rádio Paralelo.
Trata-se de uma reportagem da ida do Coro da Achada a Cambedo da Raia em 18 e 19 de Dezembro passados, no âmbito da iniciativa «Cambedo da Raia 75 anos depois – Resistência e Homenagem»
O próximo Ouvido de Tísico é já o número 28 (vamos ouvir o programa DO SILÊNCIO no domingo 23 de Janeiro às 15h30), mas a verdade é que estava prometido (já desde o ano passado!) publicar o Ouvido de Tísico nº 26: RÁDIO CABUL – A RESISTÊNCIA É A LIBERDADE DE TODOS, um programa feito por André Luís Alves, que ouvimos na Casa da Achada em Novembro. Aqui está ele:
Nas sessões «Ouvido de Tísico» a proposta é escutar. Fácil? Difícil? Num mundo que nos quer entupir os ouvidos, nós queremos continuar a fazer cócegas ao caracol. Ouvir-se-ão textos de vários autores, saladas musicais, documentos desencantados do Centro de Documentação da Casa da Achada, discos do princípio ao fim, entrevistas, enfim, de tudo um pouco. Pode-se ouvir de pé ou sentado, sentado ou deitado. Pode ouvir-se de olhos fechados ou abertos, abertos ou semicerrados. Pode-se desenhar enquanto se ouve, ou escrever, ou não fazer mais do que… ouvir.
Este poema de «Le feu qui dort» levou-nos a Joan Miró: uma pintura intitulada A cobra com papoilas andando sobre um campo de violetas povoado por lagartos enlutados
54. Por muito que gritemos vitória sobre as fraquezas pretensamente irrisórias
Sob as flores cilada da curva da estrada a nossa víbora torturada torcionária aguarda
Aqui publicamos o vigésimo nono programa ACHADA NA RÁDIO, que passou na sexta-feira 24 de Dezembro às 21h e no sábado 25 de Dezembro às 17h, na Rádio Paralelo.
ACHADA NA RÁDIO é um programa para ouvir feito pelas vozes que frequentam e compõem a Casa da Achada, com notícias da actualidade, divulgação da obra de Mário Dionísio e não só, leituras e releituras, invenções, efemérides, canções! Ouçam!
Entre outros ingredientes este programa tem dentro: Adão Contreiras, Adelino Gomes, Amigos da Casa da Achada, Antonino Solmer, António Ramos Rosa, Catherine Dumas, Clara Boléo, Cláudia Oliveira, Coro da Achada, Diana Dionísio, DJionísio, Eduarda Dionísio, Eupremio Scarpa, Filomena Marona Beja, Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada, Ian “Lemmy” Kilmister, Inês Nogueira, Isabel da Nóbrega, João B. Serra, João Rodrigues, Lena Bragança Gil, Luca Argel, Luís Bigotte Chorão, Luis Miguel Cintra, Luísa Duarte Santos, Mário Dionísio, Miguel Ângelo, Motörhead, Nat King Cole, Pedro Rodrigues, Rádio Paralelo, Regina Guimarães, Rubina Oliveira, Sofia Ortolá, Toni, Ursula K. Le Guin, Xutos & Pontapés, Zé Mário Branco, Zeca Afonso.
O sol ajudou, mas o frio de fim de tarde não foi suficiente para desmobilizar quem se deslocou à Casa da Achada no passado fim de semana, 11 e 12 de Dezembro, quando se iniciaram os dias Faça frio ou esteja quente, Achada com a gente! E foram centenas de pessoas que acolhemos de coração cheio e a quem, agora, agradecemos.
Logo a abrir, no sábado, 11, o Coro da Achada juntou-se ao Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada para, em conjunto, apresentarem a nossa agenda para 2022. Trata-se da primeira agenda editada pelo Centro Mário Dionísio e baseia-se (sem se limitar a ele) no primeiro volume do diário inédito do próprio Mário Dionísio, chamado Passageiro Clandestino I, que lançáramos no 25 de Abril passado. Uma agenda que, para além da sua imensa utilidade e extraordinária beleza (isto falando com a proverbial modéstia de Mário Dionísio), nos lembra que, depois de tanto tempo com as nossas vidas entregues a peritos e especialistas, em 2022 «é preciso criar os dias».
Pausa para publicidade
A Agenda para 2022 «É preciso criar os dias» está à tua espera na Casa da Achada, no seu horário de abertura. Também pode ir ter contigo a casa, se a pedires para centromariodionisio@gmail.com
Findo o espectáculo do Coro e do Grupo de Teatro, as pessoas que se tinham espalhado pelo Largo da Achada para assistirem foram-se dirigindo para o interior da Casa da Achada, onde, para além da Agenda, puderam ver as mil coisas que preparámos para preencher as nossas bancas: muitos livros, entre os quais todas as nossas edições, t-shirts, doces, palavras cruzadas, cadernos, pechinchas vintage, CDs, K7s, serigrafias e um sem fim de lembranças. Quem quis pôde até habilitar-se a um cabaz (na verdade eram dois) daqueles de fazer o pai natal chorar de inveja sobre coca-cola derramada.
Pausa para publicidade
No próximo dia 19, há o sorteio de mais dois cabazes. Apressa-te a apetrechar-te com o papel habilitador! Dirige-te à Casa da Achada no seu horário de abertura para o adquirires!
Nas bancas, a grande novidade destes dias ainda largava um cheiro a gráfica, o odor inconfundível de «livro acabado de sair do forno» (em sentido figurado, claro): o segundo volume de Passageiro Clandestino, o diário inédito de Mário Dionísio, devidamente acompanhado, talvez não casado mas, pelo menos, em união de facto, com as respectivas Notas, obra de Eduarda Dionísio. A própria lançou a sessão, onde essa ideia de inseparabilidade entre «Diário» e «Notas» foi dita e repetida.
A abrir tudo, um inesperado e extraordinário acontecimento: a «devolução» do quadro Ave oculta, uma pintura abstracta de 1992 que Mário Dionísio oferecera a Isabel da Nóbrega. Esta, entre outras coisas, incumbiu a filha (também Isabel) de, à sua morte, «devolver» o quadro à filha de quem o pintou. Esse momento aconteceu ali, é irrepetível, e surgiu como uma 1103ª nota, esta apresentada ao vivo e a cores (agora diz-se «em tempo real»). O quadro Ave oculta pode agora ser visto na Casa da Achada.
Para a ajudarem a explicar o que se passa neste segundo volume do diário de Mário Dionísio, Eduarda Dionísio convidou várias pessoas que tinham tido o privilégio de ler estes documentos antes de estarem disponíveis para o comum dos mortais.
Tal como no lançamento do primeiro volume, a abordagens mais filosóficas ou antropológicas, de investigadores e curiosos, juntaram-se testemunhos de quem esteve com o(s) livro(s) em trabalhos de bastidores, nomeadamente quem o(s) ajudou a rever e a existir enquanto objecto. E assim ouvimos as impressões de Clara Boléo, Cláudia Oliveira, Catherine Dumas, João Rodrigues, João B. Serra, Luísa Duarte Santos, Adelino Gomes, Luís Miguel Cintra, Luís Bigotte Chorão.
Entre leituras de excertos deste segundo volume do Passageiro Clandestino – seleccionadas e lidas por Inês Nogueira e Lena Bragança Gil -, muitas coisas foram ditas, muitas citações lidas, muitos sorrisos trocados, muitas cumplicidades criadas ou reforçadas. Tantas, que a sessão, apesar de ter começado, como previsto, pelas 16h30, não permitiu que toda a gente convidada conseguisse falar e transbordou ainda para as conversas informais que aconteceram depois no jardim, deixando a vontade de se voltar, em breve, a esta conversa à volta do Passageiro Clandestino II e suas notas.
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O inédito Volume II do diário de Mário Dionísio Passageiro Clandestino está disponível na Casa da Achada. Visita-nos no nosso horário de abertura.
O convívio no jardim, regado a comes&bebes, foi aveludado pelo DJ set temático de DJionísio, que ajudou a aguentar o acentuado arrefecimento nocturno e que, se não fez dançar todos os esqueletos, chegou a abanar alguns bem improváveis.
No domingo, dia 12 de Dezembro, o nosso jardim albergou a 27ª sessão da rubrica Ouvido de tísico, que nos presenteou com a audição integral do recém editado CD duplo Zé Mário Pirata, um conjunto de mais de 20 versões de músicas e canções de José Mário Branco que a Rádio Paralelo coordenou e lançou. Seguiu-se uma conversa animada que aproveitou a presença de alguns dos artistas envolvidos para se espalhar dos pormenores da participação ou da produção até questões prático-filosóficas relacionadas com direitos de autor e propriedade intelectual. Ainda temos alguns exemplares do Zé Mário Pirata para quem quiser.
Ah, e a fechar o domingo, ainda oferecemos dois cabazes!
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Os dias «Faça frio ou esteja quente, Achada com a gente!» continuam até 23 de Dezembro. Passa por cá para te lambuzares com as nossas bancas.
Aqui publicamos o vigésimo oitavo programa ACHADA NA RÁDIO, que passou na sexta-feira 10 de Dezembro às 21h e no sábado 11 de Dezembro às 17h, na Rádio Paralelo.
ACHADA NA RÁDIO é um programa para ouvir feito pelas vozes que frequentam e compõem a Casa da Achada, com notícias da actualidade, divulgação da obra de Mário Dionísio e não só, leituras e releituras, invenções, efemérides, canções! Ouçam!
Entre outros ingredientes, este programa tem dentro: Adão Contreiras, Antonino Solmer, Clara Boléo, Claudio Mur, Diana Dionísio, Eduarda Dionísio, Eupremio Scarpa, Ferro Rodrigues, Inês Nogueira, Mário Dionísio, Miguel Cardoso, Otis Redding, Pedro e Diana, Pedro Rodrigues, Rubina Oliveira, Sérgio Godinho, Toni.
O próximo programa será na sexta-feira 24 de Dezembro às 21h, para acompanhar a consoada, na Rádio Paralelo (com repetição no sábado seguinte às 17h). Não percam!
A partir de 11 de Dezembro e até ao dia 23 de Dezembro a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio põe à venda as suas mais recentes edições, incluindo muitas novidades e realiza uma série de actividades fora do baralho. Entre as mais recentes edições estão o volume II de «Passageiro Clandestino» (diário inédito de Mário Dionísio), uma agenda para 2022 e outras surpresas. Serão dias com espectáculos musicais, com livros e leituras, encontros e debates. Coisas bonitas, ideias e gente para continuar pelo próximo ano fora: por outras formas de fazer e pensar a cultura, faça chuva ou faça sol.
Programa de sessões:
11 de DEZEMBRO – 15H30 • LANÇAMENTO DA AGENDA «É PRECISO CRIAR OS DIAS» Este ano, pela primeira vez, a Casa da Achada lança uma original e prática agenda para 2022, com citações do primeiro volume do diário de Mário Dionísio, PASSAGEIRO CLANDESTINO, e outras reproduções de materiais do seu espólio. O lançamento terá leituras e canções pelo Coro e pelo Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada. • LANÇAMENTO DO 2º VOLUME DO PASSAGEIRO CLANDESTINO Depois do lançamento em Abril passado do 1º volume do diário de Mário Dionísio, PASSAGEIRO CLANDESTINO, escrito entre 1950 e 1957, lançamos agora o 2º volume, escrito entre 1959 e 1967. Tal como aconteceu com o 1º volume, publicamos em conjunto um outro tomo de Notas ao diário, da autoria de Eduarda Dionísio. O volume será apresentado por Adelino Gomes, António Pedro Pita, Catherine Dumas, Clara Boléo, João Rodrigues, João B. Serra e Luísa Duarte Santos e haverá leituras por Inês Nogueira e Lena Bragança Gil. Seguir-se-á uma conversa com a participação destes e doutros convidados.
12 de DEZEMBRO – 15h30 • OUVIDO DE TÍSICO – ZÉ MÁRIO PIRATA Vamos ouvir uma antologia de versões de canções de Zé Mário Branco acabada de sair: o disco duplo «Zé Mário Pirata», editado pela Rádio Paralelo. Ouviremos mais de uma dezena de artistas e bandas que responderam ao desafio de fazer uma versão de uma música e podemos conversar com alguns deles no fim.
13 de DEZEMBRO – 18h30 • ARTES PÚBLICAS E PRIVADAS – CICLO A PALETA E O MUNDO Leitura de «Artes públicas e privadas» de Eduarda Dionísio. Por Pedro Rodrigues. Em Dezembro, interrompemos o ciclo «A Paleta pergunta e o Mundo responde» para ler um ensaio/conferência de Eduarda Dionísio publicado em 1997. Podem as artes (públicas e privadas) ser uma alavanca do mundo?
13 de DEZEMBRO – 21h30 • CINEMA: DOROGOY TSENOY / O CAVAVO QUE CHORA Nesta sessão do ciclo «A cor no cinema» projectamos o filme «Dorogoy Tsenoy/ O cavalo que chora» (1957, 98′) de Mark Donskoi.
19 de DEZEMBRO – 16h • LEITORES ACHADOS Os Leitores Achados encontram-se na Casa da Achada para ler em conjunto e comentar um conto.
20 de DEZEMBRO – 18h30 • ARTES PÚBLICAS E PRIVADAS – CICLO A PALETA E O MUNDO Leitura de «Artes públicas e privadas» de Eduarda Dionísio. Por Pedro Rodrigues. Em Dezembro, interrompemos o ciclo «A Paleta pergunta e o Mundo responde» para ler um ensaio/conferência de Eduarda Dionísio publicado em 1997. Podem as artes (públicas e privadas) ser uma alavanca do mundo?
20 de DEZEMBRO – 21h30 • CINEMA: SESSÃO DE CURTAS METRAGENS Nesta sessão do ciclo «A cor no cinema» projectamos projectamos curtas metragens de Normal McLaren, Walt Disney, Fernando Lopes e Manuel de Oliveira.
Está no prelo o 2º volume de Passageiro clandestino, o diário inédito de Mário Dionísio. Este volume foi escrito entre 1959 e 1967. Tal como o primeiro volume, é acompanhado de um grosso volume de notas, feitas por Eduarda Dionísio. O lançamento será no próximo sábado 11 de Dezembro às 15h30, na Casa da Achada. O volume será apresentado por Adelino Gomes, António Pedro Pita, Catherine Dumas, Clara Boléo, João Rodrigues, João B. Serra e Luísa Duarte Santos e haverá leituras por Inês Nogueira e Lena Bragança Gil. Seguir-se-á uma conversa com a participação destes e doutros convidados. No mesmo dia, lançamos também a agenda para 2022 «É preciso criar os dias», com citações do 1º volume de Passageiro Clandestino.
Aqui publicamos o vigésimo sétimo programa ACHADA NA RÁDIO, que passou na sexta-feira 26 de Novembro às 21h e no sábado 27 de Novembro às 17h, na Rádio Paralelo.
ACHADA NA RÁDIO é um programa para ouvir feito pelas vozes que frequentam e compõem a Casa da Achada, com notícias de actualidade, divulgação da obra de Mário Dionísio e não só, leituras e releituras, invenções, efemérides, canções! Ouçam!
Entre outros ingredientes, este programa tem dentro: Adão Contreiras, André Luís Alves, Antonino Solmer, Coro da Achada, Diana Dionísio, Eupremio Scarpa, Grupo de Teatro Comunitário, Inês Nogueira, Isabel Lopes Cardoso, Jean-Luc Godard, Jorge de Sena, Lena Bragança Gil, Mário Cesariny, Mário Dionísio, Mário Viegas, Nancy Sinatra, Nina Hagen, Northern Cree, Pedro e Diana, Pedro Rodrigues, Toni, Ursula Le Guin
O próximo programa será na sexta-feira 10 de Dezembro às 21h, na Rádio Paralelo (com repetição no sábado seguinte às 17h). Não percam!
Aqui publicamos o vigésimo sexto programa ACHADA NA RÁDIO, que passou na sexta-feira 12 de Novembro às 21h e no sábado 13 de Novembro às 17h, na Rádio Paralelo.
ACHADA NA RÁDIO é um programa para ouvir feito pelas vozes que frequentam e compõem a Casa da Achada, com notícias de actualidade, divulgação da obra de Mário Dionísio e não só, leituras e releituras, invenções, efemérides, canções! Ouçam!
Entre outros ingredientes este programa tem dentro: Adão Contreiras, Alexandre, Ana Baltazar, Antonino Solmer, António Mota Redol, Carlos de Oliveira, Clara Boléo, Clarice Lispector, Claudio Mur, Clelia Bettini, Los Chikos del Maíz, David Bowie, Diana Dionísio, Djuna Barnes, Dolores Ibárruri, Domingos Lobo, Eupremio Scarpa, F. Pedro Oliveira, GAC, Inês Nogueira, João César Monteiro, José Cardoso Pires, Lena Bragança Gil, Luís de Camões, Luísa Duarte Santos, Margarida Gil, Mariana Varela, Mário Dionísio, Otelo, Pedro Rodrigues, Serena Cacchioli, Sérgio Godinho & Xana, Sérgio de Sousa, Sofia Ortolá, Teia Campos, Victor Jara.
O próximo programa será na sexta-feira 26 de Novembro às 21h, na Rádio Paralelo (com repetição no sábado seguinte às 17h). Não percam!