15 a 18 de Junho: Paula Morão fala de ‘Só’ de António Nobre; oficina de fotografia; leitura de textos da polémica do neo-realismo; cinema com ‘Um rei em Nova Iorque’ de Chaplin; exposição ‘Deus no telhado e os novos anjos’ com conversas, teatro e música na Glória do Ribatejo
LIVROS DAS NOSSAS VIDAS:
Só de António Nobre
Sexta-feira, 15 de Junho, 18h
Nesta sessão Paula Morão vem falar sobre Só de António Nobre.
É a 25.ª sessão de uma série com periodicidade mensal, a partir de livros e autores referidos por Mário Dionísio num depoimento sobre «Os livros da minha vida».
«Creio difícil um português, muito particularmente de hoje, despegar-se em absoluto da atmosfera afectiva inconfundível que Nobre exprimiu e não encontrar nela muito de si mesmo, apesar das diferenças de época, de ideologia, de atitude que o separem dele. Há uma voz mais funda que ali fala. E tudo o que esse poeta trouxe à nossa linguagem poética, desde a irreverência perante a métrica tradicional à ousadia vocabular – anúncio de prosificação – foi importante de mais para que o consideremos definitivamente alheio ao que ainda buscamos.»
Resposta de Mário Dionísio a um inquérito no Centenário de António Nobre, publicado na Seara Nova nº 1465 em Novembro de 1967.
OFICINA DE FOTOGRAFIA
Inquérito ao bairro
Domingo, 17 de Junho, das 15h30 às 17h30
Na oficina deste mês, com Youri Paiva e outros, vamos fotografar o bairro onde fica a Casa da Achada – São Cristóvão – e as redondezas. As pessoas, as casas, as obras, o que apetecer pode ser fotografado.
Para todos a partir dos 10 anos. Quem tiver uma máquina fotográfica – seja ela qual for – que a traga, mas quem não tiver pode fotografar com a máquina que cá temos.
CICLO A PALETA E O MUNDO III
A polémica do neo-realismo
Segunda-feira, 18 de Junho, 18h30
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.
Nesta sessão continuamos a leitura comentada, por Marta Raposo e Susana Baeta, de textos da polémica do neo-realismo, em particular dos artigos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva na revista Vértice em 1952.
Numa nota de Mário Dionísio na sua Autobiografia (1987) está enumerada uma lista de textos sobre esta polémica:
«Entretanto, ao leitor interessado na vulgarmente chamada “polémica interna do neo-realismo”, será indispensável conhecer estes dois grupos de textos, todos eles publicados na revista Vértice, de Coimbra:
I. polémica António José Saraiva – João José Cochofel: Cochofel, «Notas soltas acerca da arte, dos artistas e do público» (Vol. XII, N.° 107, Julho de 52, pp. 343-349); Saraiva, «Problema mal posto» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 495-499); Cochofel, «Problema falseado» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 500-504); Saraiva, «Comentários — A propósito dum lugar comum» (Vol. XIV, N.° 128, Maio de 54, pp.286-288); Cochofel, «Uma carta» (Vol. XIV, N.° 130, Julho de 54, pp. 421-422); «Uma carta do nosso colaborador António José Saraiva» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, p. 569); Redacção, «Encerramento duma polémica» (Vol. XIV, N.° 135, Dezembro de 54, pp. 726-727). II. Mário Dionísio, «O Sonho e as Mãos» (Vol. XIV, N.° 124, Janeiro de 54, pp. 33-37 e N.° 125, Fevereiro de 54, pp. 93-101); António Vale (aliás Álvaro Cunhal), «Cinco notas sobre forma e conteúdo» (Vol. XIV, N.° 131-132, Agosto-Setembro de 54, pp. 466-484); «Uma carta do nosso colaborador Mário Dionísio» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, pp. 566-568); «Uma carta do nosso colaborador Fernando Lopes Graça» (Vol. XIV, N.° 134, Novembro de 54, pp. 645-646).»
CICLO DE CINEMA
«POLÍTICA UMA VEZ POR SEMANA»
Segunda-feira, 18 de Junho, 21h30
Agora que parece que temos pouco que ver com política, embora ela nos determine a vida quotidianamente, apresentamos o ciclo de cinema «Política uma vez por semana». A política não é só a do poder, ou as vias mais ou menos legais para o alcançar, mas também levantamentos populares, lutas pequenas (ou grandes), revoltas e revoluções, de que a História e as nossas vidas se fazem. É impossível separar a Política da História. E a arte – o cinema incluído – tem política dentro.
Nesta sessão deste ciclo projectamos Um rei em Nova Iorque (1957, 110 min.) de Charles Chaplin. Quem apresenta é Gabriel Bonito.
DEUS NO TELHADO E OS NOVOS ANJOS
Fotografias, conversas, teatro e música
Sábado, 16 de Junho, 15h
Casa do Povo, Glória do Ribatejo
Após ter estado à mostra na Casa da Achada, apresentamos, em colaboração com a Companhia de Teatro Paulo Claro – Rapazes d’Aldeia e a Lega di Cultura di Piadena, a exposição de fotografia «Deus no telhado e os novos anjos» de Giuseppe Morandi, pode ser visitada na Casa do Povo da Glória do Ribatejo (conselho de Salvaterra de Magos).
A exposição é constituída por meia centena de retratos – feitos ao longo de meio século – de homens, mulheres, crianças, gente vulgar – italianos, africanos, indianos -, que, uma vez fotografada, deixa de ser vulgar e nos faz pensar. São cenas de quotidiano e cenas de festa na Baixa Padana.
No dia de abertura da exposição, 16 de Junho, a partir das 15h, vão acontecer muitas actividades diferentes:
– 16h00: Conversa sobre a exposição com Jorge Silva Melo e Eduarda Dionísio;
– 17h00: Leitura e interpretação de Jorge Silva Melo de Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver de Jorge Silva Melo, a partir de «Michael Kolhaas» de Heinrich von Kleist.
A peça foi estreada em 1997 e interpretada por Paulo Claro, que é homenageado nesta sessão.
– 18h00: Actuação do Coro da Achada.
Por este motivo a Casa da Achada só terá as portas abertas das 11h às 13h.