ANTONINO SOLMER
No dia 4 de Janeiro morreu, inesperadamente, o Antonino. Grande amigo da Casa da Achada – Centro Mário Dionísio e frequentador assíduo das actividades da associação, ele esteve connosco em tantos e tantos momentos, lendo, propondo, participando, escutando, ajudando a pensar. Leu contos de Mário Dionísio, apresentou «Livros das nossas vidas» (falou sobre e leu textos de Herman Hesse, Raúl Brandão, Antero de Quental) e participou em várias Leituras Furiosas e muitas outras conversas e sessões. Apresentou livros dele também, porque para além de actor e encenador (pelo que é justamente conhecido e reconhecido), também escrevia. Sobretudo poesia, mas não só. O seu último livro apresentado na Casa da Achada foi o original e surpreendente Opus 10, que deu uma viva discussão. Participou com entusiasmo em conversas sobre o futuro da Casa da Achada. Escreveu o texto de uma canção para o coro da Achada, «Filho da esperança», sobre o 25 de Abril. Deixou-nos subitamente, pouco depois de ter estado aqui na Casa da Achada no fim-de-ano com uma data de gente, lembrando a falta da Eduarda Dionísio (sua companheira no início dos anos 80, com quem tinha uma filha) e convivendo, cheio de vida, sempre atento e com sentido de humor. Ganhou a primeira rodada do bingo. Agora já não está cá. Nem parece verdade.