3 DIAS ÚTEIS na Casa da Achada
São três dias úteis num fim-de-semana. Três dias para apoiar a Casa da Achada, em que vamos ter à venda as nossas edições (sete da colecção Mário Dionísio, com críticas, entrevistas, prefácios, ideias, questões, pinturas e desenhos, e outras fora do baralho), outros livros (de muitos autores portugueses e alguns estrangeiros, livros de arte, histórias e enciclopédias), CDs e vinis (de músicas de vários cantos do mundo) e obras de arte (de ideias, estéticas e preços muito variados). Vamos, também, sortear uma gravura de Júlio Resende, da colecção «Ribeira Negra», e um quilt fabricado a partir da pintura «Maternidade camponesa» de Mário Dionísio. E como a Casa da Achada não é um mercado, os preços são muito abaixo dessa lógica.
São três dias para ver, ouvir, fazer e dar ideias. Há lançamentos de coisas novas: um livro feito pelos participantes das últimas oficinas, uma brochura sobre a actividade da casa nos últimos 5 anos, e um disco de canções com poemas de Mário Dionísio. Canta o Coro da Achada. Um jogo de palavras para continuar. Teatro com o Teatro de Ferro, que vem do Porto, e o Grupo de Teatro Comunitário da Achada. Uma visita à exposição. Uma oficina de miniaturas. E conviver, claro.
UTILIDADE
Só as mãos que se estendem para a frente interessam.
Só os olhos que vêem para além do que se vê,
só o que vai para o que vem depois,
só o sacrifício por uma realidade que ainda não existe,
só amor o por qualquer coisa que ainda não se vê e ainda, nem nunca, será nossa
interessa.
Mário Dionísio
PROGRAMA:
Sexta-feira, 19 de Dezembro, das 15h às 20h
// 17h30
Lançamento de Os 10 anõezinhos da Tia Verde-Água, numa nova versão de Filomena Marona Beja, ilustrada, paginada e encadernada nas oficinas da Casa da Achada.
Sábado, 20 de Dezembro, das 11h às 20h
// 14h30
O Coro da Achada canta pelo bairro de São Cristóvão e da Mouraria até à Casa da Achada, faça chuva ou faça sol.
// 15h30
Visita guiada à exposição «10 artistas de que Mário Dionísio falou» por José Luís Porfírio. Esta exposição reúne obras de 10 artistas sobre os quais Mário Dionísio escreveu em livros, prefácios, álbuns, catálogos, artigos: Cândido Portinari, Júlio Pomar, Júlio, Manuel Ribeiro de Pavia, Carlos de Oliveira, Abel Salazar, Júlio Resende, Manuel Filipe, Vieira da Silva e José Júlio.
// 16h30
Lançamento de 5 anos úteis, brochura sobre o que se fez nestes cinco anos (e uns meses) da Casa da Achada, com textos de muita gente que por cá anda e participa, e do disco Eu canto e cantarei o que tiver a cantar, uma compilação de músicas feitas por diversos autores a partir de poemas de Mário Dionísio.
// 17h30
O que diz sim e O que diz não. Brecht para principantes II pelo Teatro de Ferro e Qualificar para Incluir.
«Ao longo de vários meses, numa base de alguns encontros por semana, este grupo composto por técnicos e utentes da Qualificar Para Incluir e pela equipa do Teatro de Ferro pôs em cena estas duas pequenas, embora exigentes, peças.
A fala e o canto, o corpo no espaço e o olhar são as principais ferramentas com que voltamos a tornar presentes as intrigantes e lúcidas palavras deste mestre alemão.
Depois de uma incursão na obra poética de Bertolt Brecht, este é um primeiro passo no seu teatro. Começamos por duas pequenas peças que são dedicadas ao público, como é costume, mas também aos intérpretes. A coragem e o altruísmo, as boas intenções, a observação das regras e dos costumes e a necessidade de os colocar em causa são algumas das questões com que nos debatemos neste processo de criação e aprendizagem.
Como pensar o tempo de hoje a partir do teatro de Brecht? Tem sido este o nosso mote para a criação nestes projectos Brecht Para Principiantes.
Pensar de novo. Sim, é isso. Também é isso.»
// 18h30
Jogo de palavras para continuar que nos traz a Regina Guimarães.
Domingo, 21 de Dezembro, das 11h às 20h
// 15h30
Oficina de miniaturas. Vamos moldar e pintar miniaturas em formato de algibeira que podem ser prendas contra a crise. Com Irene van Es e Lena Bragança Gil.
// 18h30
O Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada apresenta uma leitura quase encenada de «Quem tudo quer por força ter canudo» de Renato Roque, seguida do espectáculo «Mãos com inquietações».
«Desta vez abraçamos o desafio de ler o texto criado por Renato Roque, Quem Tem Tudo Quer por Força Ter Canudo. Desafio lançado a vários elementos do grupo que, com as suas dificuldades e qualidades, o mostram de uma forma quase encenada, com os nervos e receios de quem faz pela primeira vez, de quem acha que não sabe fazer, mas mesmo assim arrisca e faz.
Depois repegamos em Mãos ou as Inquietações e aos dois poemas de Mário Dionísio (Pior que não cantar e Solidariedade), ao texto (Mãos cheias) de Conceição Lopes e a um excerto do texto “A MÃE” da Comuna Teatro de Pesquisa, de 1977 (a partir de Bertolt Brecht), juntamos algumas inquietações e outras ideias à volta das mãos (e dos pés), passando e sendo contagiados também pelo poema de Regina Guimarães (Mãos vazias às Mãos cheias) e pelo poema de José Frade (Poder), continuando tudo a ser pautado pela música do Balanescu Quartet. Desta vez chamamos-lhe Mãos com Inquietações.
Continuamos a ideia de fazer um trabalho coletivo que vive das presenças e das ausências daqueles que lhe dão corpo, das suas necessidades e dificuldades, das suas raivas e angústias, das suas alegrias e tristezas, mas sobretudo da sua vontade de querer fazer.»
// 19h30
Sorteios! Durante estes três dias podem participar no sorteio duma gravura de Júlio Resende, da colecção «Ribeira Negra»…
ao comprar esta rifa
apoiei a casa da achada
um lugar onde se acha
um livro que nos abre o mundo
um quadro que nos move os olhos
uma carta antiga a um amigo
um filme que nos desmonta
um fazer que nos desperta
um cantar que nos prende
e uma gravura do Resende
por apenas 5 euricos
e se não ganharmos também não ficamos menos ricos
porque a casa é para todos
de diferentes modos
… e de um quilt, fabricado por Irene van Es e Lena Bragança Gil, a partir do quadro «Maternidade camponesa» de Mário Dionísio.
Quando duas raparigas descobrem
que têm duas grandes paixões em comum
– o quilting e a Casa da Achada –
toca de pôr as mãos à obra!
Ou seja de trapinho em trapinho,
tal como um puzzle,
faz-se uma manta.