Como foi o 25 de Abril na Casa da Achada
O 25 de Abril foi bem passado na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio. Ao fim da tarde, depois do fim do desfile, onde o Coro da Achada também cantou, abrimos as portas para inaugurar a exposição «José Júlio – pintura e gravura». Eduarda Dionísio foi quem falou primeiro, para dar as boas-vindas a toda a gente, que era muita; Rui-Mário Gonçalves falou da obra do pintor e das sessões que seguirão nos próximos meses sobre a sua vida e obra; João Carlos Andrade dos Santos, filho de José Júlio, referiu a diversidade das suas áreas de intervenção. A exposição, com cerca de 30 obras, constitui uma homenagem a um grande pintor português, infelizmente bastante esquecido, amigo de Mário Dionísio e sobre o qual este escreveu vários textos, chamando a atenção para a importância e originalidade da sua obra.
Depois destas intervenções em torno da exposição, o Coro da Achada cantou várias canções, mais antigas e mais recentes, sobre poemas de Mário Dionísio e de outros, e em várias línguas. Abriram-se então as portas do jardim para as pessoas comerem e beberem, conviverem e cantarem, debaixo da nespereira.
Mas não foi só – e não foi pouco! – neste dia que aconteceram coisas na Casa da Achada. Durante as oficinas deste mês, «O 25 de Abril que tenho na cabeça», construímos 15 grandes amigos de papel e arame, que o Coro da Achada colocou em casa esquina do bairro, na noite de 24 para 25, enquanto ensaiava pelas ruas.
No sábado recebemos o militar de Abril Carlos Matos Gomes para conversar sobre os derrotados no 25 de Abril. E no domingo fomos fotografar os amigos que ainda estavam nas esquinas, resistentes ao vento.