Ligações rápidas

Horário de Funcionamento:
Segunda, Quinta e Sexta
15:00 / 20:00

Sábados e Domingos
11:00 / 18:00

 

 

Áreas Principais

»

«

 

 

Poema/Quadro 9

Entre «Riso Dissonante» (1950) e «Memória de um pintor desconhecido» (1965) passaram quinze anos em que Mário Dionísio não parou de escrever poesia. Alguns poemas desse período foram reunidos com o título «O silêncio voluntário». Um deles é «Adão e Eva entre os andaimes», que se refere directamente a este quadro de Fernand Léger. O poema foi cortado pela censura…

Adão e Eva entre os andaimes

Outro é o tempo outro será
dos ócios que tu sonhas conquistados
Adão e Eva entre os andaimes destas horas
reconstruindo paz

Por entre as nuvens de aço e o semblante
embiocado do destino amargo
teu contorno de força azul ou negro
forja amarelos de raivosa esperança

Saúde a ti que rasgas novas flores
no peito desolado e ao riso forças
máquinas cegas que ainda nos não ouvem

Saúde a ti pedreiro deslumbrado
cujos verdes azuis vermelhos brancos
trazem das lamas da estação infame
a certeza serena e alvoroçada
da alegria civil

Tags:

Deixe um comentário

 

voltar às notícias

André Spencer e F. Pedro Oliveira para Casa da Achada - Centro Mário Dionísio | 2009-2020