Poema/Quadro 8
O poema n.º 25 de «Memória de um pintor desconhecido» de Mário Dionísio levou-nos a esta onda de Gustave Courbet, uma das suas sete pinturas de «mares tempestuosos» pintadas entre 1869 e 1870.
25.
Altos cachões de espuma
com instantes de prata
um corpo aqui se afunda
em seu túmulo de água
De extremo a extremo um pano azul puído e sujo
batido pelo vento em si mesmo desata um arvoredo
de mágoa
Rola no horizonte o peso
redondo e cavo dum balão de medo
Ao longe um eco verde
de lata
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