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Oficina para um Maio novo

Este fim-de-semana de Maio, a Regina Guimarães propõe-nos fazermos uma oficina de poesia em casa ou no quintal, sozinhos ou acompanhados. Trata-se de escrever a partir de uma matriz. Neste caso, partindo de um poema de Mário Dionísio.

Mandem-nos os vossos resultados por email (casadaachada@centromariodionisio.org) ou publiquem-nos nos comentários desta notícia.

Primeiro enunciado e seus exemplos (clicar na imagem para ficar maior):

Segundo conjunto de exemplos, com as mesmas regras:

3 comentários a “Oficina para um Maio novo”

  1. Diana diz:

    uma colher quase nova
    com o cabo quase preto
    numa mesa quase posta
    com uns figos quase secos

    cai e quase prova um pouco
    do sonho quase queimado
    quase presa se vê deste
    peru quente quase morto

    quase harmónica descida
    enche o espaço quase quadro
    de reflexos quase soltos
    queda livre quase a tempo

    a deixa quase bastante
    quase músculo guloso
    é o instante quase nada
    quase tinta do poema

  2. Toni diz:

    uma virose quase nova
    com uma roupa quase vermelha
    numa época quase cara
    com os bolsos quase vazios

    Surge e quase toca as narinas
    do sonho quase pesadelo
    quase fria se alastra
    no desprezo quase morto

    quase harmónica polícia
    enche o espaço quase preso
    de banqueiros quase soltos
    opaca quase fascista

    o grito quase constante
    quase músculo dorido
    dum instante quase igual
    quase morto quase logo

  3. Diana diz:

    Pior que não comer
    é comer sem gostar do que se come

    Pior que não dormir
    é dormir só porque aqui não apetece acordar

    Pior que não cuidar
    é ir mantendo presa a flor na estufa

    Sem surpresa e sem raiva as jornadas são cacos
    que nem cola reconstrói
    em autista repetição
    de rotina

    A combustão
    não se planifica

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André Spencer e F. Pedro Oliveira para Casa da Achada - Centro Mário Dionísio | 2009-2020