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1 e 2 de Julho: Oficina das palavras às músicas; leituras da polémica do neo-realismo; cinema ao ar livre com ‘A ópera dos três vinténs’

OFICINA DAS PALAVRAS ÀS MÚSICAS
Domingo, 1 de Julho, das 15h30 às 17h30

Nos domingos do mês de Julho, com excepção do dia 15, com Cristina Mora, vamos partir das palavras para chegar à música.

Trata-se de estimular a percepção auditiva e a prática musical. Os instrumentos preferenciais de trabalho são a voz e as palavras (palavras isoladas, sequências de palavras, pequenos textos) e trabalhar o ritmo, a melodia a harmonia, o timbre, a textura…

Para todos a partir dos 6 anos.

CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira,  2 de Julho, 18h30

Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.

Nesta sessão continua a leitura comentada, por Miguel Cardoso e Miguel Castro Caldas, de textos da polémica do neo-realismo publicados na revista Vértice em 1952-54. Após a leitura de textos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva , vamos ler «O sonho e as mãos» de Mário Dionísio, «Cinco notas sobre forma e conteúdo» de António Vale (aliás Álvaro Cunhal) e duas cartas, uma de Mário Dionísio e outra de Fernando Lopes-Graça.

«Quando arrumamos (não fazendo mais afinal que desarrumá-los…) os homens para um lado e os artistas para outro, estamos já em pleno falseamento da vida. Já aceitámos o pobre paradoxo de uma arte sem vida e de uma vida sem arte. Já esvaziámos do seu rico conteúdo a vida e a arte. Já parti mos vergonhosamente ao ataque dessa esfera tão permanente e íntima da cria ção do homem que por ela é possível reconstituir épocas, regiões de que todo o resto se perdeu, dessa voz incansável com a qual, pelos séculos fora, através de todas as circunstâncias e apesar de todas as circunstâncias, o homem se recusa a desistir, desse espelho precioso, cuja imagem é já acção, desse calor humano tão essencialmente resistente que permanece e progride até nos brin quedos das cornamusas e crotalos de Eugénio de Castro, do lampadário de cristal de Jerónimo Baía. Se o fazemos, se barulhentamente queremos afastar do nosso caminho os problemas da arte (e são tantos, tão variados e autênticos), porque vimos então lepidamente, por outra porta, a querer criar uma nova arte, fora dos domínios da sua problemática e da sua linguagem, como se ela pudesse sair das mangas de um ilusionista?»
Mário Dionísio, «O sonho e as mãos», (Vértice, vol. XIV, n.° 124, Janeiro de 54 e n.°125, Fevereiro de 54)

CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA
Segundas-feira, 2 de Julho, 21h30
na Rua da Achada

Os tempos vão maus. Uns choram e outros cantam.
Por aqui, continuamos a mostrar o que alguns fizeram nas vidas que foram tendo. Este ciclo de cinema, porque é verão e ao ar livre, tem muita música – que a música é uma boa forma de dizer coisas.
É bom ouvir música ao ar livre. E ver o mundo enquanto se ouve música. E pensar. Nas vidas dos outros e nas nossas – as de cada um e também na da Casa da Achada. E falar depois de ter ouvido cantar. Um alívio uma vez por semana, quando o cerco é grande.

Nesta primeira sessão ao ar livre projectamos A ópera dos três vinténs (1931, 112 min.) de Georg Wilhelm Pabst, com argumento de Bertold Brecht e música de Kurt Weill. Em Londres, o bandido Mackie Messer é o rei dos ladrões. Conhece Polly Peachum na rua, convida-a para beber um copo num bar, e terminam a noite casados num armazém abandonado. Quando o pai de Polly, Jonathan Jeremiah Peachum, o rei dos mendigos, sabe do casamento da filha, pressiona o chefe de polícia Jackie “Tiger” Brown, que é amigo de Mackie, a prender o criminoso; caso contrário ele ameaça com uma grande manifestação de mendigos no dia da coroação da rainha.

Ver aqui a programação completa.

 

 

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André Spencer e F. Pedro Oliveira para Casa da Achada - Centro Mário Dionísio | 2009-2020