Em Janeiro: Ciclo Conflito e unidade da arte contemporânea
Para começar o ano, e ao longo de três meses, vamos voltar a ler a conferência Conflito e unidade da arte contemporânea de Mário Dionísio e partir dela para uma série de sessões, conversas, oficinas, um ciclo de cinema que mostra rupturas… Venham ouvir, ver, fazer, falar, participar.
Aqui vos deixamos o programa para Janeiro.
A arte do nosso tempo não é apenas um problema dos artistas, mas de toda a sociedade.
Terreno de conflito, de incompreensão, de luta incessante,
mas também de encontros, descobertas e novas unidades.
A arte e os modos de a produzir, receber e pensar
não estão desligados das questões que mais profundamente nos preocupam hoje,
num mundo violento, complexo e dividido.
Em 1957 Mário Dionísio escreveu o ensaio Conflito e unidade da arte contemporânea
e disse-o em voz alta numa conferência marcante, profunda e polémica.
A Casa da Achada reeditou há pouco o texto desta conferência,
escrita ao mesmo tempo que Mário Dionísio
lançava o seu grande ensaio sobre arte e sociedade, A paleta e o mundo.
Decidimos dedicar estes três meses àquele ensaio tão rico, tão profícuo e tão actual
que nos desafia também hoje a reflectir sobre as sociedades e as sensibilidades humanas.
Para pensar a arte contemporânea não como uma questão de especialistas
mas como qualquer coisa que nos diz respeito,
afecta, perturba, interroga, inquieta e desperta.
Para entender as cores com que se pinta o mundo de hoje. E para o transformar.
«…só o que se espera ardentemente nos chama, sobretudo nas épocas de perplexidade, onde a força da desilusão e do desencanto não é comparável senão à da expectativa renovada de que não sabemos desistir.»