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Poema / Quadro 13

Um poema de «As solicitações e emboscadas», livro de 1945, levou-nos a muitas mãos gretadas pintadas. Mas detivemo-nos nestas do «Retrato de mulher sentada», de Rembrandt, uns 300 anos anteriores ao poema de Mário Dionísio.

ESSA TRAGÉDIA TÃO VULGAR

Oh mulher das mãos gretadas

Como era brando o ar que te fechava os olhos e soprava
o teu cabelo e o teu vestido
Como o teu coração batia espavorido aos passos dele
ao fim da rua
E como os dedos dele eram ingénuos e tremiam
também
nesse ontem esfiapado na distância

E a casa e a casa e casar e a casa
como uma asa
levíssima roçando
a doce pele dos quinze anos

Mas agora
ele adormece à mesa tão cansado
todas as noites tão cansado e infeliz
e tu estás sempre séria com os ombros caídos
e tens as mãos gretadas

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