No domingo da semana de aniversário da Casa da Achada temos várias actividades.
Às 14h00 acontece a ultima sessão da Oficina de Pinhole, coordenada por Luís Rocha e Tânia Araújo do MEF – Movimento de Expressão Fotográfica. Esta sessão consistirá na montagem da exposição das fotografias que resultam das duas sessões anteriores.
A partir das 15h00 juntam-se mais duas actividades. Se o estado do tempo o permitir, irão pintar-se murais de Mário Dionísio e outros, com quem quiser aparecer, em frente à Casa da Achada.
Fotos de Clara Boléo, Irene van Es, Joaquim Beja, Regina Guimarães e Sofia Trincão.
Terça 29 Set 18h-23h
Luís Miguel Cintra leu um longo poema de Mário Dionísio publicado em 1965 no livro Memória dum pintor desconhecido. Foi projectado o vídeo de Regina Guimarães A Memória da Casa, sobre a casa onde Mário Dionísio viveu. Algumas pessoas puxaram pela memóriae falaram de Mário Dionísio. Eduarda Dionísio fez a apresentação da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio. Cristina Almeida Ribeiro apresentou o primeiro volume da Colecção Mário Dionísio Entre Palavras e Cores – alguns dispersos (1937-1990) e Rui Mário Gonçalves o segundo, Mário Dionísio – pintor. Regina Guimarães guiou uma visita à exposição de pintura de Mário Dionísio com leitura de alguns textos seus.
Quarta 30 Set 18h e 21h30
À tarde Jorge Silva Melo leu a Conclusão de A Paleta e o Mundo. Leitores de várias gerações (Carlos Veiga Pereira, Raul Gomes, Eduarda Dionísio, Mariana Pinto dos Santos, Miguel Castro Caldas e Pedro Rodrigues) conversaram sobre a obra. Vítor Silva Tavares apresentou o Ciclo A Paleta e o Mundo. À noite foi projectado um filme pouco conhecido, O Mistério Picasso de Georges Henri Clouzot, apresentado por Rui-Mário Gonçalves.
Quinta 1 Out 18h
Natércia Coimbra apresentou a Biblioteca da Achada (em formação, que já conta com mais de 3000 livros) e Filomena Marona Beja apresentou o Clube de Leitura da Achada. Francisco Castro Rodrigues, Eduarda Dionísio, Luisa Irene Dias Amado, Fernando Pulido Valente e os arquitectos Nuno Teotónio Pereira e José Manuel Fernandes falaram a propósito de Um Cesto de Cerejas – conversas, memórias, uma vida de Francisco Castro Rodrigues, editado pela Casa da Achada – Centro Mário Dionísio.
Sexta 2 Out 18h e 21h30
À tarde Rui Canário fez uma palestra sobre «Mário Dionísio e a educação – criar e viver», a que se seguiu um debate e que será em breve publicada. À noite, um sarau com poemas e música: Antonino Solmer, F. Pedro Oliveira, Inês Nogueira, João Rodrigues, Margarida Guia e Sofia Marques leram textos de Mário Dionísio escolhidos por Antonino Solmer; Pedro e Diana cantaram poemas de Mário Dionísio por eles musicados; o Coro da Achada, que se apresentou em público pela primeira vez, cantou canções com letra de Mário Dionísio e outras (ouvir aqui); o grupo italiano I Giorni Cantati (Piadena e Calvatone) e uma cantora de Brescia cantaram música popular italiana.
Sábado 3 Out 11h, 15h e 21h30
De manhã, começaram as oficinas para os mais novos: «Quadros dentro de quadros», oficina de vídeo em que também se pintou, orientada por Regina Guimarães, com a participação de Tiago Afonso. À tarde andou-se «À volta do realismo»: Peter Kammerer falou sobre o realismo italiano; foi projectado o último documentário de Giuseppe Morandi e Gianfranco Azzali I colore della bassa, e houve uma conversa com os autores. À noite começou o ciclo de cinema neo-relista italiano com La terra trema de Luchino Visconti, apresentado por Graziella Galvani.
Domingo 4 Out 11h e 15h
De manhã, oficina de voz para os mais novos «Falar, gritar, cantar», orientada por Margarida Guia. À tarde, depois da projecção do vídeo de Regina Guimarães A História dum mural, visita ao bairro da Mouraria, orientada por Gabriela Dias e Inês Valsinha (Associação Renovar a Mouraria), com leitura de poemas por Margarida Guia, que levou a sua Bibliambule. O passeio começou no Largo dos Trigueiros junto ao mural com desenho de Mário Dionísio e acabou no Largo da Achada.
Segunda 5 Out 10h30, 11h e 16h
De manhã Pitum Keil Amaral explicou a sua exposição dos projectos de bandeiras republicanas (1910)que concorreram a bandeiras nacionais, montada no terraço da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio. Réplicas impressas em pano estiveram penduradas às janelas do Largo da Achada. A seguir, Carla Mota orientou a oficina para os mais novos «Bandeiras e não bandeiras». À tarde, numa tertúlia com António Reis, João B. Serra e Filomena Marona Beja na mesa, falou-se de República. A semana encerrou com cantos republicanos italianos e de luta por I Giorni Cantati e pelo Coro da Achada.
O novo mural de Mário Dionísio, feito depois da demolição do primeiro, como já contámos, ainda está de pé e de boa saúde. Este segundo mural, pintado por José Vargas e Nadine Rodrigues a partir de um esboço de Mário Dionísio de cerca de 1949, e cuja realização contou com o apoio da Junta de Freguesia de São Cristóvão São Lourenço, encontra-se no Largo dos Trigueiros e pode ser visto do Poço do Borratém.
Enviaram-nos várias novas fotografias do dito, aqui ficam duas:
Por iniciativa da Junta de Freguesia de São Cristóvão e São Lourenço, foi pintado num muro do Largo dos Trigueiros a poucos metros da Casa da Achada – Centro Mário Dionísio um mural com mais de 5m de comprimento com desenho de Mário Dionísio.
Concluído em finais de Junho, é possível ver parte dele a partir do Poço do Borratém.
O desenho para este mural, que faz parte do seu espólio, é presumivelmente de 1949. Destinava-se ao Café La Gare (actual Beira Gare) em frente da Estação do Rossio, em Lisboa. Tinha sido encomendado a Mário Dionísio pelos arquitectos Francisco Castro Rodrigues, José Huertas Lobo e João Simões, autores do projecto do café, que nunca se realizou por ter passado entretanto para as mãos de outros arquitectos.
A maquete colorida do desenho de Mário Dionísio foi iniciada mas não terminada. Como o projecto dos arquitectos não foi realizado, o mural também não.
Em 28 de Março, dia em que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio se apresentou à população do bairro – actividade integrada no 1º aniversário da Associação «Renovar a Mouraria – este mural foi pintado colectivamente, por pequenos e grandes, num muro abandonado em frente da Casa da Achada, sobre o desenho feito a partir da maquete, dias antes, por José Vargas e Nadine Rodrigues. (ver http://www.viveraltadelisboa.org/?p=3572)
Uma semana depois, a realização de obras da CML para suster um muro em perigo de ruir – obras que aguardavam há vários anos e foram interrompidas passados poucos dias – levou à demolição do muro e do mural.
Voltou a ser pintado, por proposta da Junta de Freguesia e com o seu apoio, agora com tintas de esmalte e só pelos que tinham feito o desenho em Março a partir da maquete de Mário Dionísio. É uma obra colectiva digna de se ver.