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RUI-MÁRIO GONÇALVES

Rui-Mário Gonçalves - Mário Dionísio, 50 anos de pintura

Rui-Mário Gonçalves – Mário Dionísio, 50 anos de pintura

Rui Mário Gonçalves, um dos fundadores mais participantes da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio e membro do seu Conselho Consultivo, morreu inesperadamente ontem, dia 2 de Maio.

Tinha estado connosco na tarde do dia 1 de Maio, observando mais uma vez os quadros de Mário Dionísio que ele tão bem conhecia, agora expostos na mostra «Mário Dionísio – pintura a partir de 1974», inaugurada em 25 de Abril.

Como aconteceu com grande parte das exposições realizadas na Casa da Achada, a escolha e a ordenação das obras foram propostas suas.

Nesta exposição, como noutras, figura o primeiro quadro abstracto de Mário Dionísio, de 1963, que este lhe ofereceu, e que Rui-Mário Gonçalves sempre emprestou com todo o gosto, transportando-o ele mesmo até cá.

E sempre achou normal que o seu nome não aparecesse como «curador» ou «comissário», termos que habitualmente não usamos para classificar este trabalho considerado especializado mas que aqui se insere na nossa actividade associativa e colectiva, que ele seguia com tanta atenção.

Rui-Mário Gonçalves deu, durante os 5 anos de funcionamento da Casa da Achada, uma preciosa ajuda. O seu trabalho e a sua forma de estar com quem sabe menos e quer saber mais são insubstituíveis.

Sem ele, não teria havido as várias exposições de pintura de Mário Dionísio que fomos fazendo ou, pelo menos, não teriam sido como foram; nem teria havido a importante retrospectiva de José Júlio, seu amigo e de Mário Dionísio, nem as actividades realizadas a partir dessa bela exposição; não teríamos editado o álbum «Mário Dionísio pintor», da sua autoria; o livro de Regina Guimarães «Ver agora melhor o mais distante» não teria contado com uma introdução sua; nem se teria aqui falado de pintura da maneira como se falou, ligando-a à sociedade e ao mundo.

Além de ter feito várias palestras – visitas a exposições patentes na Casa da Achada, Rui-Mário Gonçalves participou em todos os ciclos «A Paleta e o Mundo» – obra que conhecia melhor do que ninguém, desde a sua génese (palestras de Mário Dionísio nos anos 50 na Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências): tratou, ele que estudou Física e Química, antes de se dedicar à crítica de arte, do capítulo «A ciência contra a arte?»; leu, com projecção de imagens, o último capítulo da obra – «Na hora do abstracto»; fez 7 sessões de leitura comentada, no Ciclo (ainda em curso) «A Paleta e o Mundo III», dum dos seus textos «de cabeceira»: «Lições do passado» de Georg Schmidt – verdadeiro curso de História de Arte.

Iria falar-nos no dia 17 de Maio da pintura abstracta de Mário Dionísio, o que já não poderá acontecer.

Isto, lembrando aqui só o mais visível.

É com um grande, grande desgosto que deixamos aqui estas linhas.

A Direcção da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio

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