15 a 17 de Setembro: Mário Dionísio, escritor com Maria Alzira Seixo; oficina de castelhano; leitura de Lhote; cinema ao ar livre com ‘É sempre a mesma cantiga’ de Resnais
MÁRIO DIONÍSIO, ESCRITOR
Sábado, 15 de Setembro, 16h
Inicialmente marcada em Julho, foi adiada para esta data a sessão, inserida no ciclo «Mário Dionísio, escritor e outras coisas mais», sobre a obra literária de Mário Dionísio, com Maria Alzira Seixo.
«Dizer, na relação de criar, foi, parece-nos, o essencial da actividade deste escritor, que sempre lidou com imagens, as da visão do mundo e as da sua expressão, as da configuração alienante e as de uma possível abertura de horizontes bloqueados. Daí que a sua preocupação cultural fosse sempre constante, e que o seu trabalho da palavra arriscasse sentidos que a procura do rigor e da nitidez não afastavam da perplexidade e da dúvida.»
Maria Alzira Seixo, em «Não há Morte nem Príncipio» – a propósito da vida e obra de Mário Dionísio (1996)
OFICINA DE CASTELHANO
Domingo, 16 de Setembro, das 15h30 às 17h30
Em Setembro temos uma nova oficina. Em cinco domingos vamos aprender a falar, ler e escrever melhor castelhano com Ana Rita Laureano.
Perceber o porquê da expressão «no te entiendo» e desmontar ideias rápidas que temos da língua. Dar ferramentas para os participantes aprenderem a língua falando e fazendo. E descobrir e não repetir os vícios do «portunhol».
Nesta sessão, como primeiro prato, vamos tratar de «Falsos amigos». Nas sessões seguintes, o segundo prato será «Traduttore traditore»; e a sobremesa «Parceiros».
Para quem tiver algum conhecimento na língua. A partir dos 16 anos. Quem quiser pode trazer textos para serem trabalhados.
CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 17 de Setembro, 18h30
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.
Continua a leitura, com projecção de imagens das obras citadas, de Tratado da paisagem (1939) de André Lhote. Quem lê é José Smith Vargas.
«(…) O pintor aprendiz saberá finalmente que quanto mais tentar ser ele próprio mais se afastará da simpatia do público e da crítica, porque o público está sempre a falar da personalidade do artista, no fundo só gosta das fórmulas cuja chave já possui. Tem as suas manias: ontem só enaltecia a exactidão do desenho, a pureza do modelo, o respeito pela cor local, etc. hoje, o que encanta é a liberdade de feitura, o simulacro da improvisação. Ora, apesar do que se poderia imaginar, o registo das sensações, se por um lado é gerador de espontaneidade nos trabalhos preparatórios, desenhos ou esboços, acaba quando se trata de os colocar à escala de trabalhos monumentais, descamba em inabilidade, rigidez e arrependimento onde se vislumbra o debate interior que tentei desajeitadamente descrever. Quando mais se fala em humanizar a arte mais se fica cego diante desses traços autênticos do mais humano dos dramas da arte. Não há nada a fazer: tudo o que autentifica o génio tal como ele surge nas obras de Cézanne, Van Gogh e Seurat, mestres da sensação directa, será hostil para a maioria, e a regra é morrer, como esses “três grandes”, perfeitamente desconhecido.
Com isto espero dissuadir bastantes jovens da ideia que a pintura é uma distracção ou um ganha-pão.»
André Lhote, excerto do prefácio de Tratado da paisagem (edição de 1946).
CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE
QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA
Segunda-feira, 17 de Setembro, 21h30
Os tempos vão maus. Uns choram e outros cantam. Por aqui, continuamos a mostrar o que alguns fizeram nas vidas que foram tendo. Este ciclo de cinema, porque é verão e ao ar livre, tem muita música – que a música é uma boa forma de dizer coisas. É bom ouvir música ao ar livre. E ver o mundo enquanto se ouve música. E pensar. Nas vidas dos outros e nas nossas – as de cada um e também na da Casa da Achada. E falar depois de ter ouvido cantar. Um alívio uma vez por semana, quando o cerco é grande.
Nesta sessão projectamos É sempre a mesma cantiga (On connaît La Chanson, 1997, 120 min.) de Alain Resnais.
Quem apresenta é Eduarda Dionísio.
Sinopse: Simon está secretamente apaixonado por Camille. Na sequência de um mal entendido, Camille apaixona-se por Marc. Marc, um charmoso agente imobiliário, e o patrão de Simon, tenta vender um apartamento a Odile, a irmã de Camille. Odile está determinada a comprar o apartamento, apesar da desaprovação do seu marido, Claude. Claude, um homem aparentemente insignificante, não vê com bons olhos o regresso de Nicolas, depois de muitos e longos anos. Nicolas, velho amigo de Odile, torna-se confidente de Simon…
ÚLTIMOS DIAS DA EXPOSIÇÃO
VER AGORA MELHOR O MAIS DISTANTE
Até 24 de Setembro, durante o horário de abertura
Lembramos que a exposição «Ver agora melhor o mais distante», de textos de Regina Guimarães a partir de pinturas e desenhos de Mário Dionísio, pode ser visitada até ao dia 24 de Setembro.
A exposição junta cerca de trinta obras plásticas de Mário Dionísio (pintura, alguns desenhos e uma tapeçaria) e os textos que Regina Guimarães escreveu a partir deles.
Alguns dos textos podem ser lidos aqui.