26 a 30 de Julho: ‘A modificação’ de Butor por Eugénia Leal; oficina das palavras às músicas; leituras da polémica do neo-realismo; cinema ao ar livre com ‘Carmen Jones’
LIVROS DAS NOSSAS VIDAS: A modificação de Michel Butor
Quinta-feira, 26 de Julho, 18h
Nesta sessão Eugénia Leal vem falar-nos de A modificação de Michel Butor.
26.ª sessão de uma série com periodicidade mensal, a partir de livros e autores referidos por Mário Dionísio num depoimento sobre «Os livros da minha vida».
OFICINA DAS PALAVRAS ÀS MÚSICAS
Domingo, 29 de Julho, das 15h30 às 17h30
Nos domingos do mês de Julho, com Cristina Mora, vamos partir das palavras para chegar à música.
Trata-se de estimular a percepção auditiva e a prática musical. Os instrumentos preferenciais de trabalho são a voz e as palavras (palavras isoladas, sequências de palavras, pequenos textos) e trabalhar o ritmo, a melodia a harmonia, o timbre, a textura…
Para todos a partir dos 6 anos.
CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 30 de Julho, 18h30
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.
Nesta sessão continua a leitura comentada, por Miguel Cardoso e Miguel Castro Caldas, de textos da polémica do neo-realismo publicados na revista Vértice em 1952-54. Após a leitura de textos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva, e da leitura de «O sonho e as mãos» de Mário Dionísio, nesta sessão continuamos a leitura de «Cinco notas sobre forma e conteúdo» de António Vale (aliás Álvaro Cunhal).
«Quando arrumamos (não fazendo mais afinal que desarrumá-los…) os homens para um lado e os artistas para outro, estamos já em pleno falseamento da vida. Já aceitámos o pobre paradoxo de uma arte sem vida e de uma vida sem arte. Já esvaziámos do seu rico conteúdo a vida e a arte. Já partimos vergonhosamente ao ataque dessa esfera tão permanente e íntima da criação do homem que por ela é possível reconstituir épocas, regiões de que todo o resto se perdeu, dessa voz incansável com a qual, pelos séculos fora, através de todas as circunstâncias e apesar de todas as circunstâncias, o homem se recusa a desistir, desse espelho precioso, cuja imagem é já acção, desse calor humano tão essencialmente resistente que permanece e progride até nos brinquedos das cornamusas e crotalos de Eugénio de Castro, do lampadário de cristal de Jerónimo Baía. Se o fazemos, se barulhentamente queremos afastar do nosso caminho os problemas da arte (e são tantos, tão variados e autênticos), porque vimos então lepidamente, por outra porta, a querer criar uma nova arte, fora dos domínios da sua problemática e da sua linguagem, como se ela pudesse sair das mangas de um ilusionista?»
Mário Dionísio, «O sonho e as mãos» (Vértice, vol. XIV, n.° 124, Janeiro de 54 e n.°125, Fevereiro de 54)
CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE «QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA»
Segunda-feira, 30 de Julho, 21h30
Os tempos vão maus. Uns choram e outros cantam. Por aqui, continuamos a mostrar o que alguns fizeram nas vidas que foram tendo. Este ciclo de cinema, porque é verão e ao ar livre, tem muita música – que a música é uma boa forma de dizer coisas. É bom ouvir música ao ar livre. E ver o mundo enquanto se ouve música. E pensar. Nas vidas dos outros e nas nossas – as de cada um e também na da Casa da Achada. E falar depois de ter ouvido cantar. Um alívio uma vez por semana, quando o cerco é grande..
Infelizmente não poderemos projectar Porgy e Bess, o filme previsto para esta sessão. Por isso, mostramos um filme do mesmo realizador, Carmen Jones (1954, 105 min.) de Otto Preminger. Este musical é uma versão contemporânea da ópera de Bizet, com actores afro-americanos. Quem apresenta é Vítor Silva Tavares.