9 a 11 de Junho: Itinerário de Jerónimo Franco; oficina de fotografia; leituras da polémica do neo-realismo; cinema com ‘Esta terra é minha’ de Renoir
ITINERÁRIOS:
continuação duma conversa com Jerónimo Franco
Sábado, 9 de Junho, 16h
Em Abril já tínhamos conversado com Jerónimo Franco, onde nos contou muitas coisas interessantes. Como ficou muito por contar, Jerónimo Franco regressa neste mês à Casa da Achada.
Como foi vir duma aldeia para Lisboa aos 11 anos, andar na escola e trabalhar. Como foi fazer a tropa em Moçambique. Como foi trabalhar na TAP e ser presidente do Sindicato dos Metalúrgicos antes do 25 de Abril. Como foi discursar a uma multidão no 1º de Maio de 1974. Como foi fundar o MES – Movimento de Esquerda Socialista e dele sair. Como é ir aprendendo com as pessoas e também nos livros. Como é estar reformado e dividir o tempo entre Lisboa e uma aldeia.
A sessão conta com a projecção de um pequeno documentário sobre a luta dos trabalhadores da TAP nos anos 70.
OFICINA DE FOTOGRAFIA
Inquérito ao bairro
Domingo, 10 de Junho, das 15h30 às 17h30
Na oficina deste mês, com Youri Paiva e outros, vamos fotografar o bairro onde fica a Casa da Achada – São Cristóvão – e as redondezas. As pessoas, as casas, as obras, o que apetecer pode ser fotografado.
Para todos a partir dos 10 anos. Quem tiver uma máquina fotográfica – seja ela qual for – que a traga, mas quem não tiver pode fotografar com a máquina que cá temos.
CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 11 de Junho, 18h30
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.
Nesta sessão continuamos a leitura comentada, por Marta Raposo e Susana Baeta, de textos da polémica do neo-realismo, em particular dos artigos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva na revista Vértice em 1952.
Numa nota de Mário Dionísio na sua Autobiografia (1987) está enumerada uma lista de textos sobre esta polémica:
«Entretanto, ao leitor interessado na vulgarmente chamada “polémica interna do neo-realismo”, será indispensável conhecer estes dois grupos de textos, todos eles publicados na revista Vértice, de Coimbra:
I. polémica António José Saraiva – João José Cochofel: Cochofel, «Notas soltas acerca da arte, dos artistas e do público» (Vol. XII, N.° 107, Julho de 52, pp. 343-349); Saraiva, «Problema mal posto» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 495-499); Cochofel, «Problema falseado» (Vol. XII, N.° 109, Setembro de 52, pp. 500-504); Saraiva, «Comentários — A propósito dum lugar comum» (Vol. XIV, N.° 128, Maio de 54, pp.286-288); Cochofel, «Uma carta» (Vol. XIV, N.° 130, Julho de 54, pp. 421-422); «Uma carta do nosso colaborador António José Saraiva» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, p. 569); Redacção, «Encerramento duma polémica» (Vol. XIV, N.° 135, Dezembro de 54, pp. 726-727). II. Mário Dionísio, «O Sonho e as Mãos» (Vol. XIV, N.° 124, Janeiro de 54, pp. 33-37 e N.° 125, Fevereiro de 54, pp. 93-101); António Vale (aliás Álvaro Cunhal), «Cinco notas sobre forma e conteúdo» (Vol. XIV, N.° 131-132, Agosto-Setembro de 54, pp. 466-484); «Uma carta do nosso colaborador Mário Dionísio» (Vol. XIV, N.° 133, Outubro de 54, pp. 566-568); «Uma carta do nosso colaborador Fernando Lopes Graça» (Vol. XIV, N.° 134, Novembro de 54, pp. 645-646).»
CICLO DE CINEMA «POLÍTICA UMA VEZ POR SEMANA»
Segunda-feira, 11 de Junho, 21h30
Agora que parece que temos pouco que ver com política, embora ela nos determine a vida quotidianamente, apresentamos o ciclo de cinema «Política uma vez por semana». A política não é só a do poder, ou as vias mais ou menos legais para o alcançar, mas também levantamentos populares, lutas pequenas (ou grandes), revoltas e revoluções, de que a História e as nossas vidas se fazem. É impossível separar a Política da História. E a arte – o cinema incluído – tem política dentro.
Nesta sessão deste ciclo projectamos Esta terra é minha (1943, 103 min.) de Jean Renoir. Um professor tímido e inseguro, Albert Lory, acaba por revelar coragem quando é julgado por homicídio na França ocupada pelos nazis.
Quem apresenta é João Pedro Bénard.