Vão começar as leituras colectivas da Paleta e o Mundo
Tem início no sábado 24 de Outubro às 16h, na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, o Ciclo A Paleta e o Mundo que se prolongará por vários meses.
O CICLO A PALETA E O MUNDO é constituído por duas partes distintas:
– sessões mensais aos sábados à tarde, sobre os vários temas que a introdução da obra levanta e de que se encarregarão 11 fundadores da Casa da Achada – Centro Mário Dionísio: Luís Miguel Cintra, Rui Mário Gonçalves, Margarida Acciaiuoli, Manuel Gusmão, Regina Guimarães, Rui Canário, Jorge Silva Melo, Vítor Silva Tavares, Pedro Rodrigues, Manuel Augusto Araújo, António Pedro Pita;
– sessões semanais de uma hora, às segundas-feiras pelas 18h30, a partir de 26 de Outubro, onde será feita a leitura colectiva e integral da obra, a partir do 1º capítulo, com projecções, e onde participarão, entre outros: João Rodrigues, Eduarda Dionísio, Eugénio Castro Caldas, Pedro Rodrigues, José Manuel Mendes, Diana Dionísio, Manuela Torres, Antonino Solmer, Margarida Lélis, Isabel da Nóbrega, Filomena Marona Beja, Manuel Videira, Joaquim Beja, Paulo Barreto, Carla Mota.
Assim, logo após a primeira sessão que se realizará no dia 24 com Luís Miguel Cintra e os seus convidados, haverá na segunda-feira, dia 26 de Outubro, às 18h30, a primeira leitura colectiva.
João Rodrigues lerá em voz alta o capítulo «A própria substância dos objectos» (sobre a pintura do século XVIII), pertencente à segunda parte da obra – «Prestígio e fim de uma ilusão» – que se segue à Introdução (2º volume da edição da Europa-América). Serão projectadas reproduções dos quadros referidos na obra e a leitura será interrompida para comentários, explicações, notas, opiniões.
Pede-se a quem tiver em casa A Paleta e o Mundo que traga o livro para as sessões para poder acompanhar a leitura.
Aqui pelo norte, no Porto, recordo-me muitas vezes do Professor que, por ocasião dos meus 18 anos, me falava de “solidão em comum”, quando a minha juventude explodia para o mundo e para o conhecimento.
Foi meu mestre e ao lado de outros (Osório Mateus, a economia azul das palavras que me fez apaixonar pelo teatro, Urbano Tavares Rodrigues, o veludo do olhar pelo romance), os quais recordo no curso dos meus dias, ao Professor Mário Dionísio devo, ainda, a possibilidade de olhar a literatura por dentro e viajar até ao exterior. “Um texto tem sempre 3 partes, hierarquicamente organizadas.”, simplificava ante tanta perplexidade nossa. E eu regressava no ano seguinte para o ouvir de novo, no enorme Anfiteatro Um. E tudo fez sentido uns anos mais tarde. Ainda faz.
Tenho pena de não estar perto para vos acompanhar. Belíssima iniciativa.
Guardo-o e guardo-vos por este trabalho vosso e dele.
Ainda ontem peguei n’ A Paleta e o Mundo.
Um grande abraço.