MEMÓRIA DUMA COR DESCONHECIDA, como foi?
21 de Fevereiro de 2015As fotografias da sessão MEMÓRIA DUMA COR DESCONHECIDA, com leitura de poemas, discussão de cores e uma pequena experiência de física.
Horário de Funcionamento:
Segunda, Quinta e Sexta
15:00 / 20:00
Sábados e Domingos
11:00 / 18:00
As fotografias da sessão MEMÓRIA DUMA COR DESCONHECIDA, com leitura de poemas, discussão de cores e uma pequena experiência de física.
DIREIS QUE NÃO É POESIA
um improviso à volta de Mário Dionísio
Sexta-feira, 16 de Novembro, 18h
Neste improviso à volta de Mário Dionísio vamos contar com as leituras de Nuno Moura acompanhadas pelo baixo de João Manso.
«Direis que não é poesia» é uma rubrica de espectáculos que já teve seis sessões na Casa da Achada. Desafiámos e desafiaremos pessoas e grupos de pessoas para não fazerem, a partir da poesia de Mário Dionísio, simples recitais mas sim criarem novos objectos: música, dança, vídeo, leituras encenadas, pintura…
O meu galope é em frente
Direis que não é poesia
e a mim que importa?Eu canto porque a voz nasce e tem de libertar-se.
E grito porque respondo
às lanças que me espetam
e aos braços que me chamam
E porque, dia e noite, minhas mãos e meus olhos,
por estranhas telegrafias,
dos cantos mais ignotos
e das ilhas perdidas
e dos campos esquecidos
e dos lagos remotos,
e dos montes,
recebem longas mensagens e comunicações:
para que grite e cante.O meu grito e meu canto é a voz de milhões.
Por isso que me importa?
Eu canto e cantarei o que tiver a cantar
e grito e gritarei o que tiver a gritar
e falo e falarei o que tiver a falar.Direis que não é poesia.
E a mim que importa
se eu estou aqui apenas para escancarar a porta
e derrubar os muros?
E a mim que importa
se vós sois afinal o que hei-de ultrapassar
e esmigalhar
em nome
de todos os futuros?Eu sigo e seguirei.
como um doido ou um anjo,
obstinado e heróico a caminho de nós
em palavras e acções
Por todos os vendavais
e temporais
e multidões
nos cantos mais ignotos
e nas ilhas perdidas
e nos campos esquecidos
e nos lagos remotos
e nos montes
– por terra, mar e ar.Direis que não é poesia
e a mim que importa!
Convosco ou não, meu galope é em frente.
Pertenço a outra raça, a outro mundo, a outra gente.É andar, é andar!
Mário Dionísio, 1943
OFICINA DA MÚSICA ÀS PALAVRAS
Domingo, 18 de Novembro, das 15h30 às 17h30
Nos domingos deste mês, com Cristina Mora, acontece a 2ª parte desta oficina, em que a partir da música chegamos às palavras.
Trata-se de estimular a percepção auditiva e a prática musical. Os instrumentos preferenciais de trabalho são a voz e as palavras (palavras isoladas, sequências de palavras, pequenos textos) e trabalhar o ritmo, a melodia a harmonia, o timbre, a textura…
A oficina é aberta a todos, quer tenham participado na 1ª parte ou não. A partir dos 6 anos.
CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 19 de Novembro, 18h30
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas ou que estão relacionadas com A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio.
Nesta sessão continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, de Lições do passado de Georg Schmidt, que foi director do Museu de Belas-Artes da Basileia.
«O texto de Georg Schmidt liga este volume ao primeiro da nossa Histoire de la Peinture Moderne, de Baudelaire à Bonnard, de Maurice Raynal. Para o leitor que não tenha seguido os desenvolvimentos que apresentávamos nessa última obra, ele constitui uma introdução indispensável ao estudo que dedicaremos mais especificamente ao Fauvismo e ao Expressionismo, visto que toda a história da pintura do século XIX se encontra aí resumida numa síntese sugestiva, com as suas correntes principais, as suas tendências, as suas escolas e as personalidades excepcionais que o marcaram, desde Ingres a Bonnard, passando por Delacroix, Courbet, Manet, Monet, Cézanne, Gauguin, Van Gogh e Toulouse-Lautrec.
É só nessa perspectiva que surge o verdadeiro significado dos dois movimentos, o Fauvismo e o Expressionismo, sobre os quais nos debruçamos aqui.»
Texto introdutório de Histoire de la peinture moderne: Matisse, Munch, Rouault, fauvisme et expressionnisme, editado pela Skira em 1950.
CICLO LITERATURA E CINEMA
Segunda-feira, 19 de Novembro, 21h30
Nesta sessão projectamos Assassinos (1946, 103 min.) de Robert Siodmak, a partir da obra de Ernest Hemingway.
Quem apresenta é João Pedro Bénard.
O cinema é (ou já foi) mais popular que a literatura. O facto é que muito cinema se foi fazendo com a literatura, a partir dela. São muitos e muitos os livros transformados em cinema. Uns terão sido desfeitos pelo cinema, outros refeitos. Há quem ache que o cinema pode levar à literatura (e pôr mais gente a ler) e quem ache que é o cinema que a mata.
Este ciclo é uma selecção de filmes feitos a partir de obras literárias, umas mais famosas do que outras, e de várias épocas. Tentamos assim fazer pensar sobre estas duas linguagens e a sua relação.
Mário Dionísio, que muito pensou e escreveu sobre a literatura e o cinema, entendeu que a linguagem da literatura é uma e a do cinema é outra. E é isso que enriquece o mundo e nos enriquece. Só assim se pode continuar a ler romances e a ver filmes com gosto. Mesmo quando o «assunto» é o mesmo.
e nesta semana também recebemos duas actividades organizadas por duas associações:
EXPOSIÇÃO «ENCONTRO COM UMA CIDADE QUASE ESQUECIDA»
12 de Novembro a 15 de Dezembro
O terraço da Casa da Achada recebe esta exposição de fotografia documental, organizada pelo MEF – Movimento de Expressão Fotográfica, com fotografias do bairro da Mouraria. Participam os fotógrafos Luís Rocha, Anna de Amorim, Tânia Araújo, Bitina Santos, João Carlos Neves, Nuno Morais e Rute Martins.
Pode-se considerar fotografia documental a que constitui uma relação com a realidade, a que documenta as condições e o meio em que se desenvolve o homem, tanto de uma forma individual como social.
Através da realização de um workshop de fotografia documental, o Movimento de Expressão Fotográfica lançou o desafio para uma interpretação de um bairro de Lisboa, o Bairro da Mouraria foi o eleito. Este desafio surge com a intenção de construir uma equipa de fotógrafos para realizarem um documentário fotográfico sobre o bairro e constituírem a apresentação final do trabalho, realizada em local público, devolvendo desta forma as imagens à população que foi registada.
A exploração fotográfica em que consiste «Encontro Com Uma Cidade Quase Esquecida» aponta directamente para um documentário sócio-cultural ilustrando o modo de vida da população local.
A exposição está integrada 12ª Bienal de Vila Franca de Xira.
UNIPOP NA ACHADA
Sábado, 17 de Novembro, a partir das 15h
Durante a tarde e a noite deste sábado recebemos várias sessões organizadas pela UNIPOP.
Programa:
– 15h-16h45: Conversa sobre Memória e Historiografia, em torno do livro O passado, modos de usar, de Enzo Traverso (edições Unipop, 2012)
Com Sérgio Campos Matos, Ângela Cardoso, Mariana Pinto dos Santos e moderação de José Neves
– 16h45: Apresentação do novo website da Unipop
– 17h-18h45: Conversa sobre Globalização, Migrações e Estado-nação, em torno dos livros Direito de fuga, de Sandro Mezzadra (edições Unipop, 2012), e Quem canta o Estado-nação?, de Judith Butler e Gayatri Spivak (edições Unipop, 2012)
Com Nuno Dias, Manuela Ribeiro Sanches, Nuno Nabais e moderação de Bruno Peixe Dias
– 21h30: Debate sobre «Futuro», pela ocasião do lançamento do n.º 2 da revista Imprópria (Unipop + Tinta-da-China)
Com Golgona Anghel, António Guerreiro, Nuno Ramos de Almeida, José Bragança de Miranda, Tiago Carvalho, José Luís Garcia e moderação de Miguel Cardoso
NEGRO EM CHÃO DE SANGUE VERDE
a partir da poesia de Mário Dionísio
CARLOS “ZÍNGARO”
violino, electrónica
INÊS NOGUEIRA
voz
«Direis que não é poesia» é uma rubrica de espectáculos que já teve quatro sessões na Casa da Achada. Desafiámos e desafiaremos pessoas e grupos de pessoas para não fazerem, a partir da poesia de Mário Dionísio, simples recitais mas sim criarem novos objectos: música, dança, vídeo, leituras encenadas, pintura…
Com Sónia Gabriel e Pedro Oliveira.
Traz folhas escritas por ti, desenhos, imagens, fotografias que queiras juntar e não te esqueças que estamos em Abril.
A partir dos 6 anos.
Uma espectadora do «Direis que não é poesia – 4», que aconteceu no passado dia 16 de Outubro e teve a participação de Bárbara Assis Pacheco, dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS, Miguel Manso, João Pacheco e os meninos da escola do Castelo, enviou-nos estas fotografias da sessão.
Sábado, 16 de Outubro, 18:00h
Direis que não é poesia – com Bárbara Assis Pacheco
Desenhos, leitura e música a partir de poemas de Mário Dionísio. Participam Bárbara Assis Pacheco, dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS, João Pacheco, Miguel-Manso e os meninos da escola do Castelo com a professora Ariana.
Domingo, 17 de Outubro, 15:30h às 17:30h
Oficina de Teatro com Marina Goes
Para todos. Máximo de participantes: 15.
Segunda-feira, 18 de Outubro, 18:30h
Ciclo A Paleta e o Mundo
Leitura, com projecção de imagens, de A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio. João Rodrigues e Sónia Gabriel continuam a leitura do capítulo «Sorrir e gritar» sobre a arte da primeira metade do século XX.
21:30h
Realizadores de uma só longa-metragem – A sombra do caçador de Charles Laughton
Projecção do filme A sombra do caçador (1955, 92min.) de Charles Laughton. Quem apresenta é João Pedro Bénard.
A Feira da Achada realizou-se no passado 10 de Julho. Passaram por cá muitas pessoas para ver o que havia na feira, levaram livros, discos e objectos antigos (e outros menos antigos).
Durante a Feira houve uma visita guiada à exposição «50 anos de pintura e de desenho» de Mário Dionísio e outros artistas com Eduarda Dionísio; e a 2ª sessão de «Direis que não é poesia» com Elisabete Piecho, que pôs toda a gente a reconstruir e a ler poemas de Mário Dionísio.
No fim da Feira cantou o Coro da Achada.
Podem ver as restantes fotografias da Feira da Achada aqui:
«Direis que não é poesia» é uma nova rubrica de espectáculos que vai começar na Casa da Achada. Desafiaremos vários grupos e pessoas para fazerem, a partir da poesia de Mário Dionísio, novos objectos: música, dança, vídeo, leituras encenadas, pintura… Haverá de tudo, menos a simples leitura da poesia de Mário Dionísio. O que queremos é «ouvir a leitura» que outras pessoas fazem da sua poesia, em novas criações.
O primeiro espectáculo será no sábado 3 de Abril, às 18h, com Pedro e Diana e Abaixonado, que farão músicas e leituras musicais de vários poemas de Mário Dionísio e apresentarão outras músicas suas.
MEU GALOPE É EM FRENTE
Direis que não é poesia
e a mim que importa?
Eu canto porque a voz nasce e tem de libertar-se.
E grito porque respondo
às lanças que me espetam
e aos braços que me chamam
E porque, dia e noite, minhas mãos e meus olhos,
por estranhas telegrafias,
dos cantos mais ignotos
e das ilhas perdidas
e dos campos esquecidos
e dos lagos remotos,
e dos montes,
recebem longas mensagens e comunicações:
para que grite e cante.
O meu grito e meu canto é a voz de milhões.
Por isso que me importa?
Eu canto e cantarei o que tiver a cantar
e grito e gritarei o que tiver a gritar
e falo e falarei o que tiver a falar.
Direis que não é poesia.
E a mim que importa
se eu estou aqui apenas para escancarar a porta
e derrubar os muros?
E a mim que importa
se vós sois afinal o que hei-de ultrapassar
e esmigalhar
em nome
de todos os futuros?
Eu sigo e seguirei.
como um doido ou um anjo,
obstinado e heróico a caminho de nós
em palavras e acções
Por todos os vendavais
e temporais
e multidões
nos cantos mais ignotos
e nas ilhas perdidas
e nos campos esquecidos
e nos lagos remotos
e nos montes
– por terra, mar e ar.
Direis que não é poesia
e a mim que importa!
Convosco ou não, meu galope é em frente.
Pertenço a outra raça, a outro mundo, a outra gente.
É andar, é andar!
Mário Dionísio, 1943
André Spencer e F. Pedro Oliveira para Casa da Achada - Centro Mário Dionísio | 2009-2020